Alonso conquista vitória em 24 Horas de Daytona marcadas por caos e temporal. Farfus triunfa na GTLM

A forte chuva fez com que a pista em Daytona ficasse impraticável nas últimas horas de prova e impediu o que seria um grande duelo pela vitória entre Fernando Alonso e Felipe Nasr. O espanhol venceu ao lado de Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van der Zande a bordo do Cadillac #10 da Wayne Taylor Racing. Chamado de última hora, Augusto Farfus venceu na GTLM

Alonso brilha com ultrapassagens sobre Castroneves e Rast e lidera após quatro horas
Chuva forte leva direção de prova a interromper 24h de Daytona. Alonso lidera corrida
"Me senti muito bem na chuva": Alonso ressalta confiança crescente a bordo do Cadillac #10
A quatro horas do fim, 24h de Daytona tem chuva, bandeira amarela e Derani na liderança

Sete meses depois de vencer as 24 Horas de Le Mans e faturar a segunda coroa do automobilismo, Fernando Alonso triunfou em mais uma importante prova do endurance mundial. Na esteira de um domingo (27) caótico, o bicampeão mundial de F1 alcançou a vitória nas 24 Horas de Daytona ao lado de Kamui Kobayashi, Jordan Taylor e Renger van der Zande a bordo do Cadillac DPi #10 da equipe Wayne Taylor Racing. O espanhol começou bem sua vida pós-F1 em 2019.

Com o sonho de vencer as 500 Milhas de Indianápolis e ser o segundo piloto a faturar a Tríplice Coroa — Graham Hill é o único a vencer a Indy 500, as 24 Horas de Le Mans e o GP de Mônaco —, Alonso também vai atingir outra marca histórica caso triunfe em 26 de maio no 'Brickyard', sendo o segundo competidor a aliar vitórias em Le Mans, Indy 500 e 24 Horas de Daytona.

A corrida foi encerrada com bandeira vermelha — acionada cerca de duas horas antes do fim — pela falta de condições seguras da pista. Depois de muita expectativa sobre a retomada ou não da prova, os comissários optaram pelo encerramento das 24h de Daytona, confirmando assim o triunfo do Cadillac #10. Ao todo, apenas 13h41min16s da corrida foram disputadas em bandeira verde.

 
Augusto Farfus, chamado de última hora pela BMW para substituir Tom Blomqvist — que enfrentou problemas com o visto —, venceu na classe GTLM ao lado de Connor De Phillippi, Phillip Eng e Colton Herta, depois de uma grande batalha com a Ferrari 488 de James Calado, da Risi Competizione. Uma vitória dedicada a Charly Lamm, seu chefe de equipe na equipe Schnitzer na campanha que culminou com a conquista do título da Copa do Mundo de GT no último mês de novembro, em Macau. Lamm morreu na quinta-feira.
 
O temporal nas horas finais tornou a pista impraticável e proporcionou duas bandeiras vermelhas: uma pouco antes do amanhecer e a segunda acionada com duas horas para o fim da corrida. Vários carros escaparam da pista e aquaplanaram, e a visibilidade era muito restrita, o que tornava a corrida muito perigosa.
Kobayashi, Alonso, Van der Zande e Jordan Taylor festejam a vitória em Daytona (Foto: IMSA/Twitter)

As últimas horas da corrida foram um verdadeiro caos por conta da chuva torrencial que fez com que as condições da pista fossem as mais críticas possíveis e trechos como a curva 1 e a Bus Stop estivessem quase impraticáveis e muito perigosos. Não apenas os protótipos, mas os GT também tinham muitas dificuldades para realizar as voltas sem escorregar.

 
A dramática luta pela vitória na classificação geral reservou um grande duelo entre Felipe Nasr e Fernando Alonso no molhado em Daytona. Com duas horas para o fim, as rodadas eram muitas, mas a prova seguia com bandeira verde, em que pese as muitas intervenções com bandeira amarela durante a disputa.
 
As condições climáticas impediram o que seria um grande duelo pela vitória entre Alonso e Felipe Nasr, que disputaram a liderança nas horas finais da corrida. O brasileiro estava na frente, mas foi uma das muitas vítimas de aquaplanagem na curva 1, deixando o caminho livre para Alonso assumir a primeira posição pouco antes da interrupção da corrida.
Alonso tomou a liderança depois de Nasr aquaplanar na curva 1 (Foto: Reprodução)

Rubens Barrichello, com toda sua experiência no automobilismo, ressaltou o quão perigosa estava a pista e alertou para o risco de um grave acidente caso a prova fosse retomada. No fim das contas, os comissários de prova entenderam que não havia segurança suficiente para que a corrida tivesse sequência, encerrando assim a disputa com bandeira vermelha.

 
Nasr completou uma grande jornada em Daytona na segunda colocação, compartilhando o volante do Cadillac #31 da equipe Action Express com o compatriota Pipo Derani, que também liderou a corrida, e o norte-americano Eric Curran. 
 
Helio Castroneves foi mais um brasileiro no pódio ao terminar as 24 Horas de Daytona em terceiro ao lado de Alexander Rossi e Ricky Taylor com o Acura #7 da equipe Penske. O quarteto da equipe Core Autosport, formado por Jonathan Bennett, Colin Braun, Romain Dumas e Loïc Duval, terminou a disputa em quarto lugar a bordo do Nissan DPi #54.
 
Rubens Barrichello finalizou em quinto com o Cadillac #85 da equipe JDC-Miller ao lado de Misha Goikhberg, Tristan Vautier e Delvin DeFrancesco. E Christian Fittipaldi encerrou uma trajetória de 38 anos no automobilismo neste domingo em Daytona. Dono de três vitórias na mais clássica prova do endurance norte-americano, o filho de Wilson Fittipaldi lutou muito ao lado de Filipe Albuquerque e João Barbosa a bordo do Cadillac #5 da Action Express. Christian encerra assim uma carreira muito digna nas pistas.
Farfus festeja a vitória em Daytona ao lado de De Philippi, Eng e Colton Herta (Foto: Augusto Farfus/Twitter)

A esvaziada classe LMP2, que teve apenas quatro carros inscritos, terminou com a vitória da tripulação do Oreca #18 da DragonSpeed, formada por Pastor Maldonado, Sebastián Saavedra, Rodolfo González e Ryan Cullen. Mesmo com uma forte batida sofrida pelo colombiano Saavedra no fim, o conjunto conseguiu confirmar a vitória.

 
Na GTLM, depois de a Porsche dominar boa parte da corrida, a vitória acabou ficando mesmo com a BMW, que é operada nos Estados Unidos pela equipe RLL, chefiada por Bobby Rahal. Em segundo ficou a Ferrari 488 GTE da equipe Risi Competizione, com quarteto formado por Davide Rigon, Miguel Molina, Alessandro Pier Guido e James Calado. O pódio foi completado pelo time do Ford GT #67 da Ganassi, formado por Ryan Briscoe, Richard Westbrook e Scott Dixon.
Alex Zanardi foi um dos grandes nomes do fim de semana em Daytona (Foto: BMW)

Um destaque especial para Alessandro Zanardi. O italiano protagonizou momentos emocionantes a bordo da BMW M8 #24 com volante adaptado ao piloto, compartilhada também por Chaz Mostert, Jesse Krohn e John Edwards. Mesmo com problemas no carro, o quarteto conseguiu completar a disputa nesta tarde em nono lugar na GTLM, 32º na classificação geral.

 
A classe GTD, que contou com o maior número de carros inscritos — 23 —, teve a vitória da equipe GRT Grasser, com Mirko Bortolotti, Rik Breukers, Chris Engelhart e Rolf Ineichen. A Riley Motorsport, que contou com Felipe Fraga, Jeroen Bleekemolen, Luca Stolz e Ben Keating a bordo do Mercedes AMG GT3, chegou a liderar a categoria ao longo da prova e finalizou em sétimo, duas posições à frente da tripulação da equipe brasileira Via Italia, formada por Marcos Gomes, Victor Franzoni, Chico Longo e o italiano Andrea Bertolini.
 
A equipe toda feminina da Heinricher Racing/Meyer Shank foi formada por Bia Figueiredo, Simona de Silvestro, Katherine Legge e Christina Nielsen. O quarteto teve boa participação ao longo da disputa a bordo do Acura NSX GT3 #57, mas foi uma das vítimas das condições críticas da pista nas horas finais. O conjunto finalizou em 13º na GTD e em 33º no geral. E Daniel Serra, que compartilhou o volante da Ferrar 488 GT3 da Spirit of Race com Paul Dalla Lana, Mathias Lauda e Pedro Lamy, não completou a prova.

#GALERIA(9634)

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias do GP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.