Wickens brilha em Nürburgring, faz ultrapassagem memorável e vence pela 1ª vez no DTM. Farfus fica em 2º

Na chuva, o canadense Robert Wickens brilhou em Nürburgring, fez uma belíssima ultrapassagem sobre Augusto Farfus e Adrien Tambay e conquistou a primeira vitória da carreira dele no DTM. Brasileiro chegou em segundo

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As imagens do domingo do DTM em Nürburgring

Pela segunda vez em pouco mais de um mês, Robert Wickens comemorou a primeira vitória da carreira. Dessa vez, do jeito que tem que ser: no alto do pódio. O canadense foi o primeiro a cruzar a linha de chegada em Nürburgring, neste domingo (18), em prova marcada pela chuva que caiu durante mais da metade dos 70 minutos de disputa.

Em Norisring, em julho, Wickens chegou em segundo, mas foi alçado à primeira colocação depois que o vencedor, Mattias Ekström, foi desclassificado. Cinco horas depois da corrida, o piloto da Mercedes ficou sabendo que havia conquistado a tão sonhada vitória. Contudo, a federação alemã decidiu, duas semanas depois, que Ekström seria mesmo desqualificado, porém, Wickens não herdaria o triunfo – a corrida ficou sem vencedor.

A vitória em Nürburgring, por sua vez, é incontestável – até que alguém prove o contrário.

Robert Wickens comemorou muito a primeira vitória da carreira (Foto: DTM)

Wickens largou em sétimo e cresceu na prova enquanto a pista estava molhada. O lance decisivo foi a ultrapassagem que ele executou sobre Augusto Farfus e Adrien Tambay na curva 2. Enquanto os dois disputavam a segunda posição, Wickens foi por fora com a Mercedes e deixou ambos na saudade. Ele assumiu a ponta de vez nas voltas finais, quando Mike Rockenfeller fez a segunda parada obrigatória.

Farfus bem que tentou alcançar Wickens, sem sucesso. O brasileiro até era mais rápido, mas não o bastante para estragar a festa do canadense. Terminou em segundo, subindo ao pódio na segunda corrida seguida. Christian Vietoris chegou em terceiro pela quarta vez na temporada 2013.

Na disputa pelo campeonato, Rockenfeller ficou ainda mais tranquilo: quarto colocado em Nürburgring, viu Bruno Spengler e Gary Paffett, os concorrentes mais próximos até a hora da largada, fora da zona de pontuação. O alemão da Audi subiu para 106. Spengler e Paffett estacionaram em 67 e 57, respectivamente. O novo vice-líder é Vietoris, com 71 pontos, 35 atrás do grande favorito ao título a três etapas do fim do campeonato. Farfus foi a 66, mas manteve a quinta posição, já que Wickens, com a vitória, deu um enorme salto e agora é o terceiro com 70.

Confira como foi a etapa de Nürburgring do DTM:

Os pilotos estavam com pneus slicks para a largada em Nürburgring, mas pingos de chuva começaram a cair bem neste momento, armando o cenário perfeito para uma confusão na primeira curva. Não deu outra. Augusto Farfus, Marco Wittmann e Miguel Molina passaram ilesos. Edoardo Mortara, que largou em quarto, não: levou um chega para lá de Bruno Spengler e, metros mais tarde, envolveu-se em um toque com Mattias Ekström, que deixou ambos ao contrário na pista.

Mas eles não foram os que se deram pior. Na entrada da curva 1, Joey Hand rodou e tocou de leve o líder do campeonato Mike Rockenfeller, fazendo com que o alemão passeasse pela área de escape. A BMW de Hand ficou parada na caixa de brita e forçou a intervenção do safety-car.

Rockenfeller caiu para último. Era o campeonato ganhando um pouco mais de emoção? Mais ou menos. Rocky foi aos boxes na segunda volta e colocou pneus intermediários. Na relargada, a tática se mostrou acertada, com o piloto passando com facilidade pelos adversários, ainda com slicks.

Farfus manteve a ponta na largada, com os primeiros pingos de chuva caindo em Nürburgring (Foto: DTM)

O único problema é que esse pit não contou como um dos dois obrigatórios: caso o safety-car seja acionado nas três primeiras voltas, a janela para paradas obrigatórias só é aberta na segunda passagem com bandeira verde. Isso explica a razão de o pelotão inteiro ter permanecido com pneus slicks quando a opção parecia uma tolice.

Farfus puxou a fila para os boxes no fim da volta cinco. Wittmann seguiu na pista e se complicou: errou e perdeu várias posições. No retorno ao traçado, Farfus perdeu a segunda colocação para Adrien Tambay. Rockenfeller já era o primeiro com 16s9 de vantagem para a rapa.

Essa distância só cresceu: o alemão chegou a abrir 27s1 lá pela 20ª passagem – isso porque rodou na 17ª.

Rockenfeller abria tanto porque a briga pela segunda posição estava intensa entre Tambay e Farfus. O brasileiro tentava, com toda a cautela, superar o francês. De repente, surgiu um Robert Wickens disposto a dar show: passou Molina para ficar em quarto e, por fora na curva 2, jantou Farfus e Tambay. Essa vai concorrer a ultrapassagem mais bonita do ano.

‘Ninho’ passou por Tambay logo depois, mas já estava 4s atrás de Wickens. Na cola da BMW estava Molina.

A questão chave para a luta pela vitória, naquele momento, era a vantagem de Rockenfeller na ponta. Para ter chances de vencer, o líder de momento da prova tinha de abrir mais de 40s para o segundo colocado.

A cena cômica da prova foi propiciada por Molina na 26ª volta. Quarto colocado, ele passou reto na entrada do hairpin, mas mostrou conhecer bem Nüburgring para retornar ao traçado: usou uma pista de serviço para passar por trás da barreira de pneus e voltar. Foi engraçado, mas custou sete posições a ele.

O vice-líder do campeonato, Spengler, resolveu deixar a discrição do lado e dar as caras na corrida na 28ª volta, momento em que partiu para o ataque para cima de Tambay, valendo a quinta posição. Os dois se tocaram na subida da reta oposta e ambos acabaram cortando a chicane. O canadense precisou de mais duas voltas para superar o Audi.

A batalha, os toques e a saída da pista não ficaram despercebidos pelos comissários, contudo. Spengler recebeu uma punição de 1s por sair da pista e se beneficiar disso.

Farfus conquistou o terceiro pódio do ano (Foto: DTM)

A partir do 30º giro, a pista já estava boa o suficiente para pneus slicks. A Audi chamou quatro pilotos de uma vez para os boxes: Tambay, Molina, Albuquerque e Ekström. Na volta seguinte, foi a vez de Rockenfeller ir aos boxes pela segunda vez – a primeira parada obrigatória. Ele ainda continuou na liderança. Farfus entrou e recolocou os pneus macios na volta 32.

Com 16 voltas restando, Rockenfeller tinha 19s6 de vantagem para Wickens, que tinha mais 2s3 para Farfus.

Como o brasileiro esperava, o ritmo da BMW com a pista seca era bom, e ele começou a se aproximar de Wickens para brigar pela vitória. A confusão corria solta no meio do pelotão, briga que chegou a envolver oito carros – retardatários que estavam no bolo inclusos. Pascal Wehrlein chegou a rodar em decorrência de um toque com Spengler, que seguiu tranquilo na frente.

E a diferença de Rockenfeller apenas diminuía. Em três voltas, despencou 5s. Já estava evidente que o vencedor seria decidido na disputa entre Wickens e Farfus. O brasileiro tentava se aproximar o suficiente para ultrapassar a Mercedes – tarefa um bocado complicada no Nürburgring.

Se a vitória parecia mais distante, Rockenfeller pôde sorrir ao saber que Spengler não pontuaria. O atual campeão recebeu um toque a dez voltas do fim e perdeu posições.

Christian Vietoris chegou em terceiro pela quarta vez no ano (Foto: DTM)

Apesar de não ter avançado ao Q3 na tomada de tempos e de ter caído para último na primeira curva, ele faria a vantagem na liderança do campeonato aumentar após a conclusão da sétima etapa. Gary Paffett, o terceiro colocado nos pontos, também estava fora do top-10. Só alegria. As voltas finais foram de tranquilidade para Rockenfeller, que foi aos boxes pela última vez na volta 41, retomando o traçado em quarto lugar, 14s à frente de Martin Tomczyk.

Na ponta, Wickens começou a administrar a diferença para Farfus e a pensar na primeira vitória da carreira no DTM. Faltavam poucos minutos. Ele não errou e foi o primeiro a ver a bandeira quadriculada sendo agitada. Farfus e Vietoris completaram o pódio.

Rockenfeller fechou em quarto, à frente de Tomczyk. Também pontuaram Tambay, Wittmann, Molina – que agora deve fazer a barba, cumprindo a promessa que havia feito para quando quebrasse o jejum de pontos em 2013 – Green e Wehrlein.

A próxima etapa do DTM será disputada no dia 15 de setembro, daqui a quase um mês, no circuito alemão de Oschersleben.

DTM, Nürburgring, corrida:

1 Robert WICKENS CAN Mercedes AMG 1:15:33.710 47 voltas
2 Augusto FARFUS BRA RBM BMW +2.158  
3 Christian VIETORIS ALE Mercedes AMG +9.749  
4 Mike ROCKENFELLER ALE Phoenix Audi +20.542  
5 Martin TOMCZYK ALE RMG BMW +27.104  
6 Adrien TAMBAY FRA Abt Audi +27.523  
7 Marco WITTMANN ALE MTEK BMW +29.540  
8 Miguel MOLINA ESP Phoenix Audi +33.037  
9 Jamie GREEN ING Abt Sportsline Audi +39.972  
10 Pascal WEHRLEIN ALE Mercedes AMG +40.486  
11 Filipe ALBUQUERQUE POR Rosberg Audi +40.908  
12 Edoardo MORTARA ITA Rosberg Audi +42.629  
13 Mattias EKSTRÖM SUE Abt Sportsline Audi +46.303  
14 Bruno SPENGLER CAN Schnitzer BMW +51.991  
15 Dirk WERNER ALE Schnitzer BMW +57.649  
16 Andy PRIAULX ING RMG BMW +1:12.517  
17 Gary PAFFETT ING Mercedes AMG +1 volta  
18 Timo GLOCK ALE MTEK BMW +1 volta  
19 Roberto MERHI ESP Mercedes AMG +1 volta  
20 Daniel JUNCADELLA ESP Mercedes AMG NC  
21 Timo SCHEIDER ALE Abt Audi NC  
22 Joey HAND EUA RBM BMW NC  

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