Regulamento mal escrito e interpretações diferentes: entenda a confusão que aconteceu em Ribeirão Preto

Max Wilson e Ricardo Maurício foram excluídos do resultado da primeira corrida deste domingo (5) em Ribeirão Preto depois que a equipe RC fez uma interpretação diferente do regulamento. Rosinei Campos prometeu recorrer da decisão dos comissários

A demora foi grande para que se desse a largada para a segunda corrida do dia na etapa de Ribeirão Preto da Stock Car — e não foi por causa da revolta de Cacá Bueno. O dilema envolveu a troca de pneus no intervalo entre as duas provas da rodada dupla deste domingo (5).
 
Diz o regulamento geral da categoria que é proibido reabastecer ou trocar pneus no intervalo entre as baterias de uma rodada dupla. Os carros que cruzam a linha de chegada devem retornar ao grid de largada e lá permanecer em regime de Parque Fechado.
 
 
Há, no entanto, um outro item que diz que o piloto que decidir entrar no box após a bandeirada deverá começar o complemento da etapa largando do pit-lane.
 
 
Tal item implica que um piloto pode, sim, entrar nos boxes para fazer reparos após o fim da primeira corrida. Esta foi a interpretação de Rosinei Campos, chefe da equipe RC, que terminou a prova 1 com Ricardo Maurício em quarto e Max Wilson em sexto.
 
A necessidade de trocar pneus
 
Choveu forte em Ribeirão Preto cerca de uma hora antes da largada da primeira corrida. Uma chuva mais fraca continuou caindo até a hora da largada e na parte inicial da prova. Por causa disso, a pista foi declarada molhada, todos tiveram de calçar pneus de chuva e a largada aconteceu atrás do safety-car.
 
Durante os 50 minutos de disputa, a chuva parou e a pista secou. Estava evidente, no final da disputa, que os pneus de chuva não tinham rendimento naquela condição. Por isso a decisão da RC, baseada em uma interpretação diferente — e compreensível — de um regulamento mal escrito, de chamar os pilotos aos boxes após a bandeirada.
 
Quem estava mais para trás pôde abrir mão mais facilmente da corrida 1 e trocar os pneus ainda com bandeira verde, caso de Tuka Rocha, vencedor da segunda prova.
 
Ainda, uma outra questão surgiu no intervalo entre as baterias: no fundo, houve uma mudança na condição climática. A pista não estava mais molhada. Neste caso, quem já tinha pneus slicks pressionou para que os demais não recebessem permissão para fazer a troca no grid antes da largada. E, de fato, nenhuma troca foi autorizada.
 
Regulamento Particular de Prova
 
Regulamento Particular de Prova, ou RPP, é o conjunto de regras feitas especificamente para uma etapa, ressaltando alguma peculiaridade do circuito ou mesmo determinando, por exemplo, em que volta acontece a janela de pit-stop.
 
No caso da etapa de Ribeirão Preto, não houve janela de pit-stop e a alteração em relação ao regulamento geral dizia respeito ao reabastecimento: como o traçado montado no Distrito Industrial não possuía uma área de boxes ideal para a realização de pit-stops com segurança, ele pôde ser feito no intervalo das provas.
 
As exclusões
 
No final das contas, Max Wilson, Ricardo Maurício, Valdeno Brito e Felipe Fraga — que bateu sozinho no final da corrida 1 — foram excluídos do resultado da prova mais longa pelos comissários. No entanto, puderam largar dos boxes para a segunda corrida com pneus slicks.
 
É uma punição que não faz tanto sentido, pois qualquer benefício que estes pilotos poderiam ter para pela troca de pneus seria para a segunda corrida, não para a primeira. Portanto, se havia alguma infração, ela deveria tê-los impedido de largar na segunda prova.
 
"Temos que avaliar essa interpretação porque isso não estava claro. Vamos contestar a decisão e tentar retomar os nossos pontos", prometeu Rosinei Campos, chefe da RC.
 

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