Coluna Pisando Fundo, por Renan do Couto: Interessante, mas confuso

O formato de rodada dupla da Stock Car mostrou-se bastante confuso em Santa Cruz do Sul. Reabastecer entre as duas provas é uma medida que pode melhorá-lo

É boa a ideia de se ter rodadas duplas na Stock Car, mas o formato que foi apresentado em Santa Cruz do Sul e que veremos novamente neste fim de semana em Brasília precisa ser aprimorado – e bem.

Quando pessoas que trabalham no meio do automobilismo têm dificuldade para entender o que se passa na pista, imaginem o público médio, aquele que assiste vez ou outra às etapas da categoria. Eu, por exemplo, acompanhei as corridas de Santa Cruz sem computador, apenas pela televisão, e não foi nada fácil compreender o que se passava na pista.

Mudar as regras agora vai depender de acordos entre organizadores, equipes e federação, mas uma coisa que me vem à cabeça como a melhor maneira de tornar tudo mais simples é permitir o reabastecimento entre as corridas.

Final da corrida 2 em Santa Cruz do Sul foi emocionante, mas isso não anula o fato de que o formato das rodadas duplas mostrou-se bastante confuso em sua estreia (Foto: Fabio Davini)

Primeiro que é ridículo uma janela de pit-stop nos últimos cinco minutos de uma corrida. O Felipe Fraga ficou para trás no início e mal conseguiu chegar à volta da janela. Segundo que ninguém entende mais nada quando alguém coloca mais ou menos combustível no carro, pensando no resultado da primeira ou da segunda corrida, até porque são muitos pit-stops durante a prova e não dá para ver todos e continuar de olho no que se passa na pista – é ou um, ou outro.

OK, o final da segunda corrida foi bem legal com os pilotos ficando sem combustível nas últimas voltas e com o vencedor sendo decidido na reta de chegada. Mas pensem: realmente é bom para a imagem da categoria ter carros que não aguentam uma corrida que dura 20 minutos?

Além do mais, esse negócio de não terminou a primeira corrida, não larga na segunda, é mais do que injusto.

Essas duas regras acabam transformando uma rodada dupla em uma corrida longa que distribui pontos após 40 e 60 minutos. É a F-Truck ao contrário.

Deixem quem bateu, quebrou ou sei lá o quê na primeira corrida largar na segunda, nem que seja dos boxes. Há tempo suficiente para se retornar aos boxes no intervalo entre as duas baterias. E o cara não tem tanto prejuízo assim.

A ideia é boa e a Stock Car conseguiu o que queria: mais espaço na TV. Não vou entrar no mérito de como o pódio da primeira corrida foi esquisito e tímido. Um passo de cada vez. Não é o melhor dos cenários, mas a categoria está fazendo progressos. E agora o objetivo deve ser melhorar o formato esportivo dessa rodada dupla e deixar tudo mais fácil para o público, as equipes, os pilotos, os jornalistas, enfim, para todos entenderem e apreciarem.

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