Chefe da Full Time vê Barrichello brilhando, mas ressalva: “Precisa se acostumar a correr” com Stock Car

Maurício Ferreira, chefe da equipe Full Time, acredita que Rubens Barrichello conseguirá se firmar, dentro da pista, como um dos grandes nomes da Stock Car. O novo patrão de Rubens, no entanto, não quis definir quanto tempo o ex-F1 precisará para alcançar o topo da categoria nacional – “é difícil a gente situar um tempo exato” – e ressaltou que, para que isso aconteça, será necessário que o piloto de 40 anos consiga pegar o esquema das provas de turismo.

A Full Time foi a equipe que recebeu Barrichello para sua estreia no automobilismo brasileiro. Com o time, o veterano participou das corridas de Curitiba, Brasília e São Paulo na reta final da temporada de 2012, e agradou. Não só isso: gostou. Tanto é que resolveu abandonar a Indy e continuar por aqui mesmo, no Brasil, para disputar integralmente a temporada de 2013 da Stock Car.

Rubens Barrichello chegou duas vezes em 22º nas três corridas que fez na Stock Car (Foto: Miguel Costa Jr./MF2)

Em entrevista ao Grande Prêmio, Ferreira, por telefone, demonstrou o seu contentamento com a rápida adaptação de Barrichello a um tipo de carro completamente diferente do qual o paulista sempre guiou em sua carreira. O dirigente, porém, deixou claro que o processo de adaptação ainda não está concluído, o que tem de acontecer no começo do campeonato deste ano.

Questionado sobre até onde Barrichello poderá chegar na Stock Car, Ferreira disse que “existe uma dúvida muito grande nisso, por alguns motivos que vou tentar te dizer”.

“Eu acho que ele, para quem nunca tinha corrido em carros de roda coberta, em turismo, teve uma adaptação de velocidade muito boa. A gente considerou muito boa mesmo. Foi um cara que largou entre os 15 primeiros em todas as corridas que fez, foi pro Q2 duas vezes, uma coisa que quem conhece a Stock Car sabe o quanto é difícil”, elogiou. “A velocidade dele foi uma coisa surpreendente”.

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“Agora, ele tem que acostumar a correr com este tipo de carro. É uma corrida diferente. O campeonato de Stock Car existe há 30 e poucos anos e ele [Barrichello] vai ter que se adaptar a ele [ao campeonato]”, ponderou Ferreira, que também citou os muitos toques das provas da categoria – a respeito dos quais Barrichello reclamou e muito nas primeiras corridas que fez: “Ele vai ter que pegar isso”.

A mudança da fornecedora de pneus – saiu a Goodyear para a entrada da Pirelli – pode ajudar Barrichello a se aproximar mais rapidamente de pilotos mais experientes na Stock, acredita Maurício: “É um reset para todo mundo. Quando muda o pneu, que a gente costuma dizer que é 50%, 60% do carro, dá um reset e aí talvez ele possa ganhar um tempo para adaptação. Eu, pelo menos, acredito nisso”.

Apesar dos alguns pesares, o chefe da Full Time passou a impressão de estar bem empolgado para trabalhar com o piloto mais longevo da história da F1. “Acho que ele vai conseguir ser um dos grandes pilotos, sim, da Stock Car. Em quanto tempo não sei te dizer, mas ele tem know-how para isso, tem velocidade para isso. A gente vai torcer para que ele se adapte rapidamente”, concluiu.

A primeira prova de Barrichello como um piloto “efetivo”, e não somente convidado, da Stock Car acontecerá no dia 3 de março, em São Paulo.

O Grande Prêmio cobre ‘in loco’ a primeira etapa de 2013 da Stock Car, em Interlagos, com os repórteres Felipe Giacomelli e Renan do Couto.