CBA garante que Brasília não recebe mais corridas até que "autódromo fique em condições de recebê-las"

Em reação ao tumultuado fim de semana enfrentado pela Stock Car em Brasília, Cleyton Pinteiro afirmou que a pista do Distrito Federal “apresentou falhas após reforma e não vai mais receber corridas até que esteja em plenas condições de abrigá-las”

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“Não haverá mais corrida esse ano em Brasília até que o autódromo fique em condições de recebê-las”. A frase é de Cleyton Pinteiro, o presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), em entrevista ao GRANDE PRÊMIO. A afirmação do dirigente máximo do automobilismo brasileiro vem na sequência dos inúmeros problemas enfrentados pela Stock Car, no último fim de semana, na pista do Distrito Federal, e que serviram também para escancarar a pobre e precária situação que o esporte nacional atravessa.

A quinta etapa do principal campeonato de turismo do país foi cercada por uma série de contratempos técnicos, falhas e acidentes. O traçado que abrigou a categoria claramente não tinha a menor condição de receber carros de corridas, e isso ficou comprovado com os danos graves nas zebras das curvas 1 e 4 e os problemas com a colocação dos bueiros, que provocaram atrasos na programação do evento, e que precisaram ser refeitos às pressas para que a etapa pudesse ser realizada sem riscos. E o que choca é que o dito autódromo, que leva o nome do tricampeão Nelson Piquet, havia acabado de passar por uma reforma.

Mais uma vez, o modus operandi tupiniquim, no qual as 'providências e respostas das autoridades' só são tomadas depois do desastre, deve entrar em vigor. Primeiro, Pinteiro lamentou os acontecimentos brasilienses e garantiu que o circuito havia sido notificado com relação às mudanças necessárias, mas que nada do que foi solicitado foi efetivamente realizado a contento.
Brasília não deverá mais receber corridas em 2013 até que reúna condições para tal (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar)

“Primeiro, é lamentável o que aconteceu”, disse ao GRANDE PRÊMIO. “A Comissão de Autódromos tem um caderno de encargos, enviado à Secretaria de Esportes. Demos um prazo para eles executarem a obra. Infelizmente, o que nós pedimos não foi feito. Tanto que não haverá mais corrida esse ano em Brasília até que o autódromo fique em condições de recebê-las”, reiterou.


“Aliás, [o caderno de encargos] está sendo entregue a todos os autódromos do Brasil com o que eles terão de cumprir, senão não serão mais marcadas corridas”, emendou.

E o que se pode fazer, então, em um caso como o de Brasília? O presidente da CBA explica que a proibição de corridas é um caminho. “A CBA não é dona do autódromo, não tem poder”, afirmou.  “Tem poder de não permitir corridas lá, mas de mandar fazer as coisas eu não tenho. Eu peço: ‘Olha, aqui está o caderno de encargos que vocês têm de cumprir’. Se você vai cumprir ou não, é um problema seu. Agora se não cumprir a gente se reserva ao direito de não fazer corrida aqui”, completou o mandatário.

Se realmente a questão for levada adiante, a não permissão de corridas em Brasília pode afetar, ao menos, três importantes categorias nacionais. Depois, a própria Stock Car tem corrida agendada para 1° de setembro. Em seguida, é a vez do Brasileiro de Marcas — também promovida pela Vicar —, que corre em 29 de setembro. Segundo o calendário da F-Truck, talvez a categoria mais popular do Brasil, a etapa brasiliense acontece no dia 8 de dezembro.

Maurício Slaviero, diretor-geral da Vicar — a empresa que promove e organiza a Stock Car —, também falou sobre os problemas enfrentados em Brasília. O dirigente revelou que a CBA pediu modificações e algumas não foram realizadas de acordo com os padrões, como o caso da colocação adequadas das tampas dos bueiros.
Reforma mal feita atrasou cronograma das atividades da Stock Car no Distrito Federal (Foto: Victor Marcelino Brito)

“No caso de Brasília, após uma vistoria feita pela CBA, foram solicitadas diversas modificações em alguns pontos, como novas caixas de brita, novas barreiras de pneus, acabamento de concreto com grama após as zebras e, também, a regularização nos bueiros que provocaram os problemas, todas estas obras foram feitas por eles. No entanto, como se verificou, as reformas dos bueiros não ficaram dentro dos padrões adequados e tiveram de ser refeitas, após provocarem atrasos nos treinamentos”, explicou.

Questionado sobre a segunda prova na pista do Distrito Federal, agendada para o dia 1° de setembro, Slaviero respondeu que vai auxiliar no processo de identificar as melhorias e que a CBA também vai enviar um pedido para novas reformas. “A CBA enviará nos próximos dias um caderno de encargos para o Governo de Brasília, com mais algumas melhorias que precisarão ser feitas na pista”.

“A Vicar e alguns pilotos contribuirão na confecção deste documento. Estas melhorias precisarão estar prontas com bastante antecedência à corrida, mais do que desta vez. O governo local, através de sua Secretaria de Esportes, já está ciente deste posicionamento da Vicar”, acrescentou.

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