Sangue no pulmão e problema com proteínas do coração: Crutchlow vai de noite no hospital ao 8º lugar em Le Mans

Cal Crutchlow teve uma atuação heroica no GP da França depois de um forte acidente ainda no treino classificatório. Depois de passar a noite no hospital por ter sangue no pulmão e um problema com as proteínas do coração ― resultado das contusões que sofreu ―, o #35 correu em Le Mans e ainda conquistou o oitavo posto

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “5708856992”;
google_ad_width = 336;
google_ad_height = 280;

Cal Crutchlow foi valente ao disputar o GP da França de domingo (20). Depois de um fortíssimo acidente na classificação, o britânico passou a noite internado no hospital em observações, mas saiu pela manhã a tempo de ser aprovado no exame médico e conquistar o oitavo posto em Le Mans, 25s795 atrás de Marc Márquez, o vencedor.
 
Depois da corrida, o piloto da LCR da LCR contou que ficou desapontado com o resultado, já que, sem o acidente, se via em condições de brigar pelo pódio.
 
“Se eu não tivesse caído ontem [no sábado], talvez pudesse estar no pódio. Então estou desapontado com o resultado por isso”, disse Cal.
Cal Crutchlow sofreu uma queda violenta no Q1 (Foto: reprodução)
Mesmo acostumado a correr lesionado, Crutchlow não teve dúvidas na hora de colocar em um ranking as dificuldades deste fim de semana.
 
“Esta foi, provavelmente, a pior, porque não podia respirar muito bem durante toda a corrida, como você pode imaginar, com sangue nos pulmões”, contou. “Quando eu caí, pensei que estaria correndo hoje? Não, de forma nenhuma. Mas, um pouco mais tarde, eu estava determinado e aí começaram os outros problemas [de ser liberado pelos médicos da pista]”, relatou.
 
“Mas, no fim, não queria correr para ser um herói. Eu corri, pois amo correr”, resumiu. “Acho que todos os pilotos são a mesma coisa. Vocês viram quando Valentino [Rossi] quebrou a perna o quão rápido ele quis voltar. O quão rápido Jack [Miller] voltou quando quebrou a perna. É só o que a gente faz. É a nossa vida, o nosso trabalho. Se eu tivesse levantado e dito ‘Ok, vamos pegar um voo para casa’, aí eu provavelmente saberia que não estou curtindo pilotar, quando, na verdade, eu realmente estou curtindo agora. Eu só cometi um erro na classificação. Só isso”, frisou.
 
A sorte de Crutchlow começou a mudar na manhã de sábado, quando o britânico ficou sem vaga direto no Q2. Depois, no TL4, Cal sofreu uma queda que acabou sendo decisiva na extensão das lesões sofridas em virtude do forte tombo na Garage Vert na primeira fase da classificação.
 
“Não fiquei feliz por estar no Q1, porque eu, na verdade, fiz um tempo de volta que era bom o bastante para a quarta colocação, mas eu o fiz 1s depois da bandeirada no TL3”, contou. “Foi minha culpa. Eu fui ejetado. O problema foi que eu inicialmente perdi a frente e aí fechei o acelerador, mas a traseira seguiu escapando. Então eu não estava acelerando na hora da queda, mas eu estava tão fora que saí voando”, relatou.
 
Além do forte impacto contra o chão, Crutchlow também foi atingido pela moto. O piloto foi atendido pelos médicos e removido de maca, mas as bandeiras vermelharam tardaram tanto em aparecer que só o fizeram depois de o cronômetro ter travado.
 
“Aí o drama começou, porque eu não podia respirar na lateral da pista”, afirmou. “Eu estava bem irritado pelas bandeiras vermelhas não terem aparecido, porque eu estava deitado na pista, com as motos passando, com fiscais ao meu redor que também estavam em perigo. A bandeira vermelha apareceu, e eu sei que é uma sessão de classificação, mas eu estava deitado lá absolutamente incapaz de respirar, mas não podiam me atender, porque estavam de olho nas motos que vinham vindo”, reclamou.
 
Levado primeiro ao centro médico do circuito Bugatti, Crutchlow foi depois transferido para um hospital, onde passou a noite em observação.
 
“Eu fiquei sem fôlego, mas a coisa é que ― na verdade, eu fiquei no hospital ― eu tenho sangue no pulmão”, afirmou. “Também tive uma contusão na área da pélvis. Eu, honestamente, pensei que tinha quebrado a pélvis, pois, internamente, na região do estômago estava bem dolorido na hora e quando cheguei no centro médico. Fiz uma tomografia computadorizada e eles viram que tinha um problema com o pulmão. As proteínas do coração não estavam boas, o que foi outra razão para me manterem por lá, mas podia ser por conta das contusões. Uma contusão deixa as proteínas do seu coração estranhas”, explicou.
 
“Então foi por isso que me internaram e eu fiquei no oxigênio por um longo tempo ontem [no sábado]. Mas eu deixei o hospital nesta manhã, então pude vir para a pista e rodar nesta manhã”, seguiu, sem explicar se esperou ou não pela alta hospitalar.
 
Durante o período no hospital, Cal não pôde descansar, já que, como estava em observação, era acordado de duas em duas horas para exames.
 
“Não foi muito bom, porque eu tinha de ser acordado a cada duas horas durante a noite para os exames de sangue. Aí tínhamos planejado sair do hospital às 6h30, mas só saí por volta das 8h30 ou algo assim”, detalhou. “Para ser honesto, não pensei que correria hoje. [Primeiro] porque pensei que ou seriamos presos ou porque estaríamos em um acidente de carro com Lucio [Cecchinello, chefe da LCR] sendo levados de volta ao hospital”, brincou.
 
No momento do acidente, surgiram dúvidas se o airbag instalado no macacão do #35 estava operante. A partir deste ano, o regulamento determina expressamente que os airbags estejam em funcionamento em todas as sessões. 
 
O britânico assumiu a responsabilidade pela falha. “Não troquei o macacão”, disse. “Foi completamente minha culpa”.
 
“Antes de mais nada, o airbag da Alpinestars funciona fantasticamente, mas só é acionado uma vez. E não é porque queremos que só dispare uma vez, não estamos economizando peso, é assim que ele é projetado”, alegou. “Ele não foi acionado, porque eu não troquei o macacão. E eu não troquei, porque não poderia pegar outro, por conta do tempo entre o TL4 [e o Q1]. Eu comecei a tentar, mas não deu por uma razão ou outra, então decidi manter o mesmo. Minha culpa”, concluiu.
 
“Não tenho dúvidas de que teria me ajudado em termos das minhas lesões. O airbag vai por cima do meu quadril, onde eu basicamente quase quebrei”, reconheceu. “Como eu disse, foi minha culpa não ter trocado. Nada a ver com a Alpinestars, com ninguém mais. E, definitivamente, teria me ajudado e protegido mais”, encerrou.

#GALERIA(8404)

.embed-container { position: relative; padding-bottom: 56.25%; height:
0; overflow: hidden; max-width: 100%; } .embed-container iframe, .embed-container object, .embed-container embed { position: absolute;
top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; }

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.