Ducati destoa com pole de Dovizioso, mas GP da Tchéquia tem escolha de pneus como fator decisivo

A Ducati confirmou o ritmo ameaçador neste sábado (4) de classificação para o GP da Tchéquia. E Andrea Dovizioso fez mágica na pista ao anotar 1min54s689 para conquistar a pole-position. Só que o fator mais importante para a prova vai ser a escolha dos pneus

Assim como um mágico tira um coelho da cartola, Andrea Dovizioso também tratou de dar seu toque especial na classificação da MotoGP. No quente sábado (4) em Brno, o piloto surgiu com o cronômetro zerado para bater Valentino Rossi e cravar sua primeira pole-position desde 2016. A conquista vem em um momento crucial para o #4 em que trava um duelo pessoal com o companheiro Jorge Lorenzo (quarto no grid). Os dois voltaram das férias trocando farpas, e Andrea também está longe da atuação que o levou à disputa pelo título no ano passado. Portanto, o giro veloz na Tchéquia também tem um peso mental grande para Dovi, que tenta retomar o caminho das vitórias. 
 
Dito isso, voltamos à classificação em si. O italiano da Ducati realmente acertou a volta no circuito Masaryk ao encaixar o tempo de 1min56s689 sem erros, e chegou a admitir que não pensava ser possível obter a posição de honra do grid, mas que ficou feliz com o bom resultado. A dúvida é justificada pela dura batalha vivida nos minutos finais: Lorenzo, Marc Márquez e Rossi vinha em parciais vermelhas. No fim, Andrea tirou a marca da pole sabe-se lá de onde. 
 
“Estou muito feliz, eu não esperava. Quando se faz uma volta tão boa significa que está trabalhando direito. Eu não sei se posso brigar pela vitória, mas é uma boa sensação. Acredito que as duas Honda estão muito bem, assim como Jorge, Danilo e Valentino. Então será uma corrida de grupo”, disse.
 
“Estamos em bom nível, mas não vai ser fácil. Estou feliz com meu tempo de volta e de estar na pole-position. Eu nunca conquistei muitas poles em minha carreira, não é meu estilo, não estou focado nisso. A maneira que conseguimos a pole é importante, pois eu não tinha ninguém na minha frente e fui capaz de acelerar muito, fazer tudo de uma maneira perfeita”, apontou.
Andrea Dovizioso (Foto: Michelin)

Mais uma vez, o calor se fez presente na Tchéquia, com o asfalto chegando a atingir 50ºC. O #4 admitiu que a alta temperatura dificultou um pouco o trabalho e ressaltou como o pneu será importante para a corrida – durante a sessão que definiu o grid ficou claro que muitos pilotos testaram combinações diferentes entre os três compostos da Michelin – macios, médios e duros. O giro da pole veio com duro e macio, mas teve gente, como Lorenzo, que tentou médio e macio. Para a corrida, a escolha será o ponto chave, especialmente por conta do desgaste excessivo e do calor. “Em meu último giro, minha moto estava muito boa, eu pude frear muito forte”, contou aos jornalistas.
 

“Durante a volta eu pensei que o tempo estava errado, pois eu estava muito bem. Estava muito quente e foi muito difícil fazer um tempo abaixo de 1min55s, mas no fim a moto trabalhou muito bem”, continuou.
 
“Essa é a confirmação do bom trabalho que estamos fazendo no final de semana, nós começamos no primeiro treino com uma boa velocidade. Isso nos permitiu dar muitas voltas no pneu traseiro pensando na corrida, que será a chave, todos sabem. Fizemos com dois pneus uma distância maior que de corrida. Fizemos tudo, não sei se será o suficiente, mas tenho uma boa confiança”, completou.
 
Largando da segunda colocação, Valentino Rossi ressaltou a importância em começar a corrida da primeira fila, uma vez que Dovizioso e Márquez são os nomes a serem batidos em Brno. “Estava muito difícil com a alta temperatura. Eu fui capaz de melhorar o tempo do ano passado e também o desta manhã, que estava um pouco mais frio”, apontou.
 
“Então, foi uma boa volta e pilotei no limite sem cometer nenhum erro. Considerando que nosso ritmo de corrida não é fantástico, é ainda mais importante largar da primeira fila, pois estou entre Dovi e Márquez, os caras com o melhor ritmo, então será importante tentar ficar com eles no início e então ver o que acontece durante a corrida. O mais difícil é decidir sobre o pneu”, completou.
Marc Márquez (Foto: Michelin)
Saindo 'apenas' em terceiro, o líder do campeonato pode não ter conseguido a quarta pole-position da temporada, mas admitiu que o objetivo da Honda era a primeira fila, pois já sabia que não seria fácil para fazer uma volta perfeita.
 
“Estou feliz, pois o objetivo principal era a primeira fila, é claro. Nós sabíamos que o ritmo de uma volta seria difícil. Antes da classificação já sabia que seria difícil, e com os pneus macios ainda precisemos melhoras em alguns lugares, mas tirando isso nós fizemos um ótimo trabalho. Sinto-me bem e temos um bom ritmo, o que é o mais importante”, contou.
 
Para a corrida, o pneu do espanhol ainda não foi decidido, apesar de assumir que, para ele, a maior parte dos pilotos deve optar pelos compostos mais duros. Mas se tem algo que ele sabe, é que as borrachas novas não têm funcionado da melhor maneira para ele.
 
“Quando os pneus desgastam, eu me sinto bem, mas não tanto com pneus novos. Será interessante, pois Dovi tem um grande ritmo e Jorge também, as duas Ducati são as mais fortes. Temos um ajuste de moto que com pneus novos me faz sofrer um pouco, mas assim que os pneus desgastam, é quando acabo me saindo melhor”, falou.
 
“Eu não sei qual pneu vou usar na corrida, mas acredito que todos vão apostar em pneus duros dianteiro e traseiro, pois pode garantir uma duração maior. É um circuito em que sofremos um pouco, mas estamos próximos dos caras mais rápidos, que para mim é o Dovi. Mas estamos lá, tentaremos brigar pela vitória e se isso não for possível, tentar terminar no pódio”, completou.
Andrea Iannone (Foto: Michelin)
A Suzuki mostrou grande desempenho neste sábado. Durante o quarto treino, chegou a liderar com uma dobradinha – Álex Rins e Andrea Iannone. Na classificação, conseguiram o oitavo e nono postos do grid, o primeiro com o italiano e o segundo com o espanhol.
 
O #29 explicou, então, que o ponto mais importante para a prova do domingo será aqueles pilotos que mais conseguirem manter bem os pneus. “Obviamente será importante poupar os pneus para a corrida, mas o mais importante que conta é a velocidade”, falou.
 
“Você salva os pneus quando está veloz, se não você sofre para brigar com a moto e não consegue acelerar. Precisamos de mais aderência no pneu traseiro. Melhoramos nas curvas, mas a tração está ruim. O pneu duro respondeu bem como sempre, mas acredito que com o macio será ok. A alta temperatura tornará as coisas difíceis, mas estou em forma e me sinto bem, então acredito que não terei problemas”, concluiu. 
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