Deficiências persistem, mas Ducati se põe forte e promete dificultar vida de Yamaha e Honda em 2017

Agora dona de duas vitórias na temporada 2017 da MotoGP, Ducati segue um passo atrás de rivais como Yamaha e Honda, mas isso não significa que a casa de Bolonha não vai dificultar a vida da concorrência

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Andrea Dovizioso precisou de apenas duas corridas para dobrar o número de vitórias que acumula na MotoGP, mas nem isso fez o italiano tirar o pé do chão. Apesar de colocar a Ducati no topo do pódio em duas corridas seguidas pela primeira vez desde 2010 — ainda na era Casey Stoner —, o #4 segue firme na teoria de que a casa de Borgo Panigale não tem condições de brigar pelo título.
 
Assim como fez depois de Mugello, Dovizioso não escondeu a alegria com a vitória no GP da Catalunha deste domingo (11) — apenas a quarta em suas dez temporadas da MotoGP —, mas manteve os pés firmes no chão, já que entende que a Desmosedici ainda não é forte o bastante para encarar a YZR-M1 e a RC213V em todas as etapas.
 
Andrea se disse surpreso com o resultado, especialmente após as dificuldades enfrentadas no teste realizado no circuito no mês passado.
Andrea Dovizioso: um cara feliz, mas realista (Foto: Michelin)
“Em Mugello, ninguém esperava aquele resultado. Eu estou muito feliz. Mugello foi algo especial, mas confirmar aqui…”, começou Dovizioso. “Com certeza, nós não esperávamos antes de chegarmos aqui, porque o teste do mês passado foi realmente ruim, como quando eu comecei na sexta-feira, mas nós percebemos que a condição da pista não era tão boa e o consumo do pneu traseiro era muito alto. Nós não precisávamos focar na velocidade”, explicou. 
 

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“Não fomos os mais rápidos na pista. Mas nós estávamos focados em pilotar a moto no calor, com um pneu usado. Quando começamos a corrida, ninguém tinha aderência, ninguém podia forçar, porque todos tinham de poupar os pneus. Muito”, destacou. 
 
O piloto de Forli insistiu em classificar a corrida como “estranha” e avaliou que foi a primeira vez que ele venceu sem forçar ao limite.
 
“Com dez voltas para o fim, eu tentei forçar, mas quando assumi a ponta, percebi que meu pneu traseiro tinha acabado, mas os deles também. Então foi o bastante para criar uma diferença, mantendo o mesmo tempo de volta”, apontou. “Foi uma sensação estranha, porque eu ganhei sem forçar 100%. Isso nunca tinha acontecido comigo”, contou.
 
Mesmo sem esconder a felicidade, Dovizioso avaliou que é difícil pensar no campeonato, já que a Ducati segue com as mesmas fraquezas que apresentou desde o início do ano. 
 
“Cada fim de semana é uma história diferente. Não tenho nenhuma pressão em relação ao campeonato, não quero olhar para o campeonato, também porque estou muito focado em desenvolver a moto”, sublinhou. “Nós não mudamos alguma coisa antes de Mugello, então o limite que tínhamos em Le Mans é o mesmo de agora”, seguiu. 
 
“Eu não quero reclamar neste momento, mas acredito que ainda temos de melhorar as mesmas coisas de Austin. Nós ainda não resolvemos. Em Mugello — Mugello é uma boa pista para nós —, nós fomos competitivos também no ano anterior, então é uma história diferente”, considerou. “Hoje, não quero arranjar uma desculpa, mas foi uma corrida estranha. Não foi sobre velocidade. No teste, [Marc] Márquez estava forçando muito, então eu perdia oito décimos por volta, então nós ainda sentimos falta de algo em termos de velocidade”, reiterou. 
Dani Pedrosa, Andrea Dovizioso e Marc Márquez rodaram juntos por quase toda corrida (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Nós trabalhamos muito bem durante o fim de semana, eu estava muito tranquilo e nós conseguimos controlar tudo da maneira perfeita para a corrida. Eu tenho muita experiência, conheço a Ducati muito bem, então acho que fiz a diferença em algumas coisas”, avaliou. “Como Marc disse, ninguém podia forçar, porque o pneu não tinha aderência. Então eu tinha vantagem na reta, porque o meu motor é mais forte. Assim, eu acredito que não é a realidade de fato. Infelizmente”, lamentou. 
 
Em seu quinto ano correndo pela Ducati, Andrea lembrou que sabe bem como o time funciona e, por isso, acredita que não é hora de pensar nos sete pontos que o separam do líder Maverick Viñales na classificação do Mundial.
 

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“Quero pensar de maneira positiva e cada fim de semana tem uma história diferente, então a maneira como você aborda as coisas, como abordamos este fim de semana, fez a diferença. Mas nós ainda precisamos de algumas coisas diferentes em algumas áreas. A [dificuldade na] curva é a mesma. O limite é o mesmo da corrida anterior”, declarou. “Eu não quero falar de uma forma negativa, mas, sendo realista, eu conheço muito bem a Ducati, a minha moto. É o quinto ano com esta moto. Eu sei muito bem o que aconteceu nesses cinco anos, sei muito bem como os engenheiros estão trabalhando, a abordagem deles e no que eles estão pensando, mas, se quisermos lutar pelo campeonato, é como dissemos antes da temporada, temos de melhorar algumas coisas. Em algumas corridas, nós tomamos 20s neste ano. Assim você não pode lutar pelo campeonato, porque a competição é muito forte. As motos e os pilotos”, exaltou.
 
“Eu sou realista em relação a isso. Não estou empolgado demais agora para dizer: ‘Ok, realmente podemos lutar pelo campeonato’. Acho que a história é diferente, mas, como aconteceu no fim de semana passado, se você encara o fim de semana de uma boa maneira, da melhor maneira, isso pode fazer a diferença. Mas se você tem um limite em alguma pista, em alguma condição…”, indicou. “Nós temos de permanecer focados. Ficar focados nisso ao invés de olhar para o campeonato e pensar que estamos sete pontos atrás do líder”, encerrou.
 
Em um fim de semana marcado por uma série de quedas, inclusive no warm-up desta manhã, Márquez conseguiu se manter na pista ao longo das 25 voltas e, melhor do que isso, ainda garantiu o segundo lugar, reduzindo para 23 pontos seu atraso em relação ao líder Viñales.
 
Após a corrida, o #93 reconheceu que perdeu o sono por conta dos muitos tombos de sábado, mas foi acalmado pela sua equipe.
 
“Antes da corrida, tivemos reuniões, mas a equipe me ajuda muito. Eu cheguei até aqui do meu jeito, então não posso perder a minha essência. Força e garra não faltarão”, assegurou. “Depois de um fim de semana assim, era muito difícil sair e não perder a concentração. Quando Dovizioso me passou, tentei durante três voltas e vi claramente que se seguisse forçando, não acabaria a corrida. Ainda não vencemos, mas o importante é que somos bastante regulares”, falou.
 
“Esta noite foi difícil dormir. Três quedas em uma hora. Acho que é o recorde, mas nós vivemos de recordes”, brincou. “Na corrida, eu tentei esquecer tudo o que tinha acontecido. São nestes momentos que fazemos a diferença se temos a cabeça forte. Se não tivesse caído ontem, seguramente teria caído hoje”.
 
Ao falar da corrida do irmão, Álex, que venceu na Moto2, Marc explicou claramente a situação da Honda.
 
“Álex está bem mais em seu lugar do que eu. Nós, lamentavelmente, temos uma montanha russa a cada fim de semana. É importante que tenhamos conseguido recuperar uns poucos pontos neste fim de semana”, finalizou.
 
Apontado como favorito à vitória após exibir uma excelente performance no sábado e faturar a ponta, Dani Pedrosa acabou em terceiro, mas satisfeito.
 
“Não estou decepcionado, pois no geral foi um bom final de semana. Ontem conseguimos a pole, hoje subimos ao pódio, comparado com o final de semana passado foi um ótimo final de semana”, ponderou o #26, que já fez mais pódios neste ano do que em todo 2016. “Hoje foi realmente difícil, eu esperava pilotar melhor, não consegui lidar bem com os pneus para ser um pouco mais rápido. Mas tudo bem, eu estava na corrida, estava em segundo e terceiro, e até liderei”, recordou. 
Maverick Viñales e Valentino Rossi tiveram um dia difícil em Montmeló (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Tentei salvar os pneus o máximo possível. O grupo estava muito próximo, muitas vezes eu via Dovi se aproximando. Neste ponto eu sabia que seria muito difícil a vitória. Eu esperava que Márquez e eu fossemos os caras da corrida, mas o cara foi Andrea e foi uma surpresa. Hoje não foi tão bom quanto ontem”, admitiu.
 
Ducati na briga pelo título?
 
Apesar da solidez de Dovizioso em sua opinião, os rivais olham para a Ducati com outros olhos. Afinal, ainda que não possa fazer frente à Yamaha e Honda em todas as corridas, a fábrica vermelha pode ‘roubar’ um bocado de pontos das rivais japonesas e se converter em um fator decisivo na briga pelo título.
 
Questionado se coloca Dovizioso na briga pelo Mundial, Márquez respondeu: “Para mim, sim. Ele está em segundo e a forma como pilotou em Mugello, a maneira como ele pilotou aqui…”. 
 

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“Ele é rápido, mas também será interessante ver como será em Assen e Sachsenring, que são pistas completamente diferentes. Mas nós sabemos que na Áustria eles serão realmente rápidos, eles podem ser rápidos em Brno”, ressaltou. “No momento, temos dois pilotos na frente no campeonato e, se estão na frente, é porque fizeram algo melhor do que nós”, avaliou.
 
Diante da mesma pergunta, Pedrosa lembrou que Dovizioso é bastante experiente e conhece bem as possibilidades da Ducati.
 
“Ele tem muita experiência, pilota bem, conhece bem a moto, então ele é capaz de colocar a moto no lugar correto em todas as corridas”, falou Dani. “A consistência é sempre forte com ele e agora ele venceu duas corridas em sequência, então, claro, agora temos mais pilotos do que antes e todos eles estão vindo pelo campeonato”, alertou.
 
Ainda líder do Mundial, Viñales também colocou a Ducati no páreo e lembrou que a Desmosedici é dura de bater.
 
“Tem dias que eu estou dizendo isso. Dizendo que eles estão indo bem e que não podemos esquecê-los”, falou Maverick. “E eles mostraram isso. Ganharam duas corridas seguidas, estão a sete pontos… É um rival difícil, porque se tem um bom feeling com a moto, também tem muitos pontos positivos, como a velocidade final, então vai ser difícil batê-los”, concluiu.
 
Yamaha: do céu ao inferno em um ano
 
Vencedor do GP da Catalunha de 2016, Valentino Rossi foi o melhor entre os pilotos do time de fábrica, o que não significa exatamente um bom resultado. O #46 terminou a corrida em oitavo, 20s821 atrás de Dovizioso.
 
Ao fim da corrida, Rossi não escondeu a tristeza com o resultado e destacou que a Yamaha precisa reagir.
Aderência em Montmeló foi assunto do fim de semana (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Eu fiquei muito triste hoje, pois eu ganhei aqui ano passado e esse também é um dos meus traçados favoritos”, falou. “Sabíamos que seria um final de semana difícil, já que tivemos alguns problemas durante os treinos livres por conta da temperatura do asfalto e o nível de aderência. A corrida hoje não foi positiva, mas eu fiz o meu melhor para conquistar o máximo de pontos para o campeonato”, seguiu. 
 
“Amanhã teremos um teste importante, onde tentaremos muitas coisas, então isso é positivo. Eu espero que nas próximas corridas nós sejamos capazes de voltar para a ponta”, torceu.
 
Ainda assim, Valentino ainda não deu o título por perdido, já que revés de hoje ajudou a embolar ainda mais o Mundial.
 
“É muito triste. Barcelona é uma das minhas pistas preferidas. Tanto aqui como em Jerez no ano passado foram fantásticas e pude ganhar. Neste ano são as pistas que mais nos custaram. Foi uma corrida muito difícil. É uma pena muito grande, pois também perdi duas posições no Mundial. É negativo, mas estamos muito próximos”, opinou. “São cinco pilotos separados por 28 pontos e [Johann] Zarco e [Jorge] Lorenzo, que não estão longe. Então, está tudo aberto. Temos que recuperar o feeling que tínhamos no ano passado, quando éramos mais competitivos. É muito importante o teste de amanhã, temos coisas para testar. Esperamos melhorar logo”, frisou.
 
Viñales, por sua vez, não se mostrou muito mais animado. Depois de um fim de semana onde se queixou bastante dos pneus, o #25 tentou virar a página.
 
“Foi um dia muito difícil, mas tem alguns dias que você tem apenas que conseguir os pontos, e foi o que fizemos”, afirmou. “Décimo lugar era o máximo que poderíamos conseguir. Com certeza, não é nossa posição normal, mas hoje foi o nosso melhor e temos que ficar felizes com os seis pontos que conquistamos. Ao menos continuamos em primeiro no campeonato. Continuaremos o trabalho duro para conseguir melhores resultados nas próximas corridas”, encerrou.

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