Crutchlow critica testes aleatórios e pede mais rigor no controle antidoping na MotoGP: “O sistema é uma merda”

Cal Crutchlow voltou a criticar o sistema de controle antidoping usado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) e pediu mais rigor nos testes. Piloto da LCR criticou pilotos que não querem usar programa de rastreio da Agência Mundial Antidoping

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Cal Crutchlow voltou a criticar o sistema de controle antidoping usado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo). Piloto da LCR criticou o formado de testes aleatórios e contou que não foi testado nos últimos dois anos.
 
Durante a passagem da MotoGP pelo Catar, os pilotos participaram de uma reunião que contou com a presença do diretor-médico da FIM, David McManus, e da coordenadora antidoping, Evelyne Magnin. No encontro, os perigos do doping para a saúde dos pilotos foram ressaltados e alguns exemplos de substâncias proibidas apresentados. Além disso, os pilotos também receberam uma explicação sobre o Passaporte Biológico, a Exceção para Uso Terapêutico e o ADAMS, um sistema da Agência Mundial Antidoping onde os atletas registram sua localização, podem fazer pedidos para uso terapêutico de determinadas drogas e tem acesso a resultados, por exemplo.
 
Crutchlow classificou os testes da MotoGP como “terríveis” e garantiu que existem competidores que buscam “atalhos” para burlar o código antidoping da entidade.
Cal Crutchlow pediu mais rigor no controle antidoping na MotoGP (Foto: LCR)
Por regulamento, a FIM conta com um grupo de testes. No chamado ‘registered testing pool’, a entidade reúne competidores de “alta-prioridade”, que estão sujeitos a testes dentro e fora de competição e que estão obrigados a fornecer paradeiro para as entidades reguladoras. 
 
Em 2017, por exemplo, foram feitos 95 testes em pilotos das mais variadas modalidades, com apenas um resultado positivo: Cade Clason, do AMA Supercross.
 

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No Mundial de Motovelocidade, os testes foram feitos em Mugello e Sachsenring, com Fabio Di Giannantonio, Juanfran Guevara, Andrea Migno, Hafizh Syahrin, Luca Marini, Mattia Pasini, Andrea Dovizioso, Andrea Iannone e Danilo Petrucci participando do primeiro grupo e Livio Loi, Jules Danilo, Philipp Oettl, Jorge Navarro, Sandro Cortese, Francesco Bagnaia, Jack Miller, Álvaro Bautista e Jonas Folger no segundo. Nenhuma substância adversa foi encontrada nesses testes.
 
“Acho que os testes são terríveis. Acho que a maneira como toda essa parte é controlada neste esporte não é boa. Mas não estou dizendo algo que não tenha dito nos últimos quatro anos”, disse Crutchlow. “Se você acha que tem pessoas aqui que não estão buscando um atalho, no maior esporte de motocicletas do planeta, você é idiota. Pois têm pessoas pegando atalhos”, seguiu.
 
“Mas o sistema é uma merda. Como você pode escolher aleatoriamente três pilotos em um grupo de candidatos? E eles são testados mais do que os outros”, criticou. “Eu já estive neste grupo de testes. Fui testado uma vez em 365 dias. E, no ano seguinte, eu não estava e também fui testado uma vez. Nos últimos dois anos, não fui testado. E Jack [Miller] foi testado duas vezes em três anos”, apontou.
 
Na visão do britânico, todos os pilotos deveriam informar paradeiro para as autoridades competentes, mas muitos não o fazem por preguiça.
 
“Acho que todos deveriam estar no grupo de testes, todos têm de logar e declarar seu paradeiro no sistema ADAMS. Vou te dizer qual é o problema, eles são todos uns puta preguiçosos, e não querem o incomodo de fazer login todo dia”, disparou. “Mas você pode entrar uma vez por mês e dizer onde você vai estar. Aí, se você fizer uma mudança no seu itinerário, você entra e altera. Mas vai dizer que eles não têm um assistente, chefes de equipes, médicos para fazer isso…”, continuou.
 
“Eles não querem fazer, são só preguiçosos. Mas se eles dizem que não querem fazer, como eu vou saber que são eles que estão trapaceando?”, questionou.
 
De acordo com Crutchlow, o último encontro com a FIM para discutir o controle antidoping terminou com opiniões divididas.
 
“Uma quantidade selecionada de pilotos disseram que era isso que queriam [mais testes]. Uma quantidade selecionada manteve a boca fechada, ou porque não querem nenhum teste ou porque não querem o trabalho de logar e fazer isso”, relatou. “Mas alguns caras no paddock recebem quase, no total, € 40 milhões (cerca de R$ 164,6 milhões). Alguns recebem € 20 milhões [aproximadamente R$ 82,3 milhões]. Como não conseguem encontrar um jeito, se você é um atleta profissional?”, frisou.
 
“Pega um dos seus assistentes para fazer isso. Tem gente que tem sete assistentes! Eu realmente não entendo. Se estão limpos, porque não dão a cara a tapa e dizem: ‘me testem a qualquer hora?’”, afirmou. 
 
Apesar da postura critica, Crutchlow não acredita que pilotos do Mundial de Motovelocidade façam uso de substâncias que aumentam performance que costumam ser vistas entre atletas, já que o exporte depende da combinação entre pessoa e máquina.
 
“Não estou dizendo que alguma droga pesada ajudaria aqui. [A MotoGP] não é particularmente sobre desempenho imediato, tem um cara aqui que fuma e bebe, mas ele ainda é competitivo, porque é um piloto de moto natural”, comparou. “Mas estamos falando de agulhas, reidratação. Não podemos usar agulhas. Sei, de fato, que existem agulhas aqui. Você pode estar tomando diuréticos para eliminar peso, porque é preguiçoso e não quer dedicar o mesmo número de horas que os outros”, disparou.
 
“Há muitos anos eu digo que não concordo com o sistema”, reforçou. “Como podemos gastar tanto dinheiro nesse paddock e deixar algo assim solto? Nosso campeonato é como a Premier League. Todos os ciclistas estão no programa ADAMS, eles são testados o tempo todo. Todos os atletas olímpicos são testados. Porque estamos apenas testando aleatoriamente aqui e ali em duas corridas pelo ano?”, questionou.
 
“Espero que isso mude. Acho que estão tentando fazer algo a respeito. Eles estão nos escutando, o que é o principal”, considerou. “Mas foi uma reunião interessante que confirmou o que eu já sabia”, concluiu.
 
Diretor-executivo da Dorna, Carmelo Ezpeleta reconheceu que este é um assunto de interesse do Mundial e garantiu que a promotora espanhola trabalha em conjunto com a FIM para aprimorar o sistema.
 
“A FIM e a Dorna trabalharam muito próximas nessas últimas temporadas neste assunto”, disse Ezpeleta. “É uma coisa que é muito importante para nós e, especialmente, para a FIM, como organizadora do esporte e a autoridade da disciplina. Como o esporte se desenvolveu, o aspecto físico é agora um dos mais significativos para todas as classes, e sentimos que é importante dar aos pilotos uma boa educação em relação ao antidoping tanto dentro e fora da pista”, concluiu.
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