Power domina GP de Milwaukee e dá passo importantíssimo rumo ao primeiro título da carreira. Castroneves é 11º

Ninguém mereceu mais do que Will Power a vitória no GP de Milwaukee, antepenúltima etapa da Indy. E ninguém vai para a Califórnia merecendo mais o título da temporada 2014 do que o australiano. Claro que tudo pode mudar em duas provas, vide o que aconteceu com Helio Castroneves na reta final de 2013, ainda mais com 150 pontos em jogo, mas o panorama atual é esse.

Power, neste domingo (17), venceu com enorme autoridade no oval de uma milha de West Allis. Possivelmente, o melhor de seus triunfos em pistas deste tipo — até outro dia, seu grande calcanhar de Aquiles; a principal prova de seu amadurecimento. De quebra, viu os principais adversários na luta pelo campeonato se apresentarem discretamente.

Com as corridas de Sonoma e Fontana — cuja pontuação será dobrada — restando no calendário da temporada 2014, Power já desponta como grande favorito, e só um verdadeiro desastre tira dele a taça e impede a Penske de quebrar o jejum que já dura desde 2006.

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Will Power comemora vitória em Milwaukee (Foto: Getty Images)

Na antepenúltima corrida do campeonato, Power largou da pole-position e comandou as ações até perder a ponta para Tony Kanaan na primeira rodada de paradas. Reverteu isso com uma decisão acertada dele e de Tim Cindric de permanecer na pista na única bandeira amarela do dia. Retomou a dianteira e foi capaz de segurar Kanaan por mais de 40 voltas mesmo com pneus mais desgastados.

Nas últimas 60 voltas, apenas uma eventual bandeira amarela que reagrupasse o pelotão poderia ameaçar a vitória, o que não aconteceu.

Juan Pablo Montoya fez a escolta no trecho final das 250 milhas de prova e chegou em segundo, seguido por Tony Kanaan e Scott Dixon. Josef Newgarden atacou no final, passou Ryan Briscoe e fechou o domingo em sexto.

Simon Pagenaud foi sétimo, Castroneves chegou só em 11º e Ryan Hunter-Reay abandonou com um problema na suspensão traseira.

Confira como foi o GP de Milwaukee da Indy:

Green, green, green!

Posição de pista. Will Power falou disso após marcar a pole-position e comprovou na medida em que ia completando as primeiras voltas do GP de Milwaukee. Depois da tranquila largada, o australiano tratou de estabelecer um bom ritmo logo de cara e foi abrindo para Tony Kanaan, que se manteve em segundo lugar seguido por Juan Pablo Montoya, Ryan Briscoe e Josef Newgarden.

Já na largada, Helio Castroneves ganhou duas posições e foi para sexto, posto que manteve durante um bom tempo, sempre perseguido por Ed Carpenter.

Mais atrás, Ryan Hunter-Reay é que estava empolgado. Só 19º no grid, ganhou oito posições nas 22 primeiras voltas. Um início promissor para um piloto que luta pelo título. Mal sabia o que o futuro lhe reservava.

Com bandeira verde, o ritmo da prova era verde, e as paradas de box envolviam não somente o quesito combustível, mas também o desgaste de pneus: em um oval plano, os traseiros sofriam bastante e propiciavam pouca aderência aos pilotos.

Power segurou a ponta na largada e comandou a primeira parte da prova (Foto: Getty Images)

Prova disso foi o desempenho de Simon Pagenaud logo depois que ele se tornou o primeiro a entrar nos pits, na volta 53. Ele voltou no fim da fila, mas andando mais forte. E pouco a pouco, todos foram parando. Hunter-Reay entrou já na 54ª passagem e se deu muito bem. Quando aquela rodada de paradas terminasse, ele estaria na sexta posição, colado em Castroneves, apesar de ter perdido um tanto de tempo na troca do traseiro esquerdo.

Dos que andavam no top-5, Montoya e Newgarden perderam posições. O colombiano, por culpa própria: errou na hora de colocar o #2 em sua vaga no pit-lane e ficou muito próximo do muro, dificultando o trabalho dos mecânicos. Por isso, Briscoe foi para terceiro. E Josef caiu para sétimo. Carpenter, que alongou o stint, se deu muito mal e despencou para fora do top-10.

Pega de respeito entre Power e Kanaan

Mas a coisa ficou boa mesmo é na volta à pista. Na 65ª volta, Kanaan grudou em Power e colocou por dentro na curva 3 para tentar assumir a liderança. Só que o australiano não estava disposto a facilitar para o brasileiro e cobrou um preço alto pela ponta. Kanaan, que era atrapalhado pelo ar sujo que pegava do retardatário Justin Wilson, não conseguiu em uma, em duas, nem em três tentativas. Ficou mesmo em segundo.

As coisas não estavam tão boas para o outro carro preto-e-branco da Penske. Sofrendo com saídas de frente, Castroneves foi passado para trás por RHR e Newgarden antes da volta 100, e se esforçou para manter uma performance razoável até o segundo pit-stop da prova.

E foi ainda sem bandeiras amarelas que a segunda rodada de pit-stops aconteceu. Novamente, parar cedo se mostrou vantajoso — para a maioria. E Power se deu mal com isso. O líder esperou para entrar nos boxes só na volta 121, sete giros depois de Kanaan, que dessa vez o tirou da ponta.

Ao mesmo tempo, Castroneves, que parou na volta 115, voltou ainda mais atrás, em nono. Perdeu posições para Scott Dixon e Sébastien Bourdais, que nem temeram pela possibilidade de uma amarela e foram aos pits nas voltas 104 e 105, respectivamente. A nova ordem da corrida passou a ter Kanaan, Power, Briscoe, Dixon, Montoya, Newgarden, Bourdais, Hunter-Reay, Castroneves e Pagenaud.

Kanaan pressionou Power, mas não deu conta de passar na pista (Foto: Getty Images)

Uma hora, teria…

133 voltas, mais de metade da corrida. Esse foi o tempo necessário para que a bandeira amarela tremulasse pela primeira vez em West Allis. O culpado foi Carlos Muñoz, que ficou pela linha de cima, descontrolou-se na sujeira e foi ralar o softwall por alguns bons metros. Os rádios imediatamente ferveram com os alertas de ‘caution, caution, caution’ dados pelos spotters.

Embora a rodada de pit-stops tivesse sido recente, boa parte dos pilotos elegeu ir aos boxes. Power, Newgarden e o discreto Marco Andretti foram reto e assumiram as três primeiras posições. As diferenças de estratégia tornariam a corrida mais interessante dali em diante.

Andretti não teve pique, Newgarden foi rapidamente superado por Kanaan, mas Power era bom com pneus velhos. Andava forte.

Ainda assim, mais uma vez, a questão da posição de pista deveria prevalecer. Duas dezenas de voltas mais tarde, o #10 chegou no #12. Sem conseguir passar até o terceiro pit de Will, no 189º giro. A tática estava valendo para a Penske.

Duro golpe para Hunter-Reay

O sonho do bi ficou na berlinda na volta 168 para Hunter-Reay. De repente, ficou lento e sem o controle do carro. A suspensão traseira esquerda estava quebrada, e a corrida terminou ali para ele, que conseguiu conduzir o #28 lentamente até o pit-lane.

Muito certo

O que deu de errado para Power a decisão de demorar para fazer o segundo pit-stop, deu certo a de ficar na pista na bandeira amarela. Depois de 68 voltas no mesmo stint, foi aos boxes sabendo que não precisaria mais parar até o fim da prova. Faria uma troca de pneus e um reabastecimento a menos para concluir as 250 milhas de prova.

Os demais aproveitaram mais ou menos aquele momento da prova para fazer suas paradas e não depender mais de bandeiras amarelas. E Power não queria depender de ninguém.

Contava, também, com a proteção de Montoya, que superou Kanaan nos pits, Newgarden na pista e até chegou perto do líder do campeonato, mas não atacou. Um apertou o pé, outro manteve a calma, e a distância rapidamente cresceu para mais de 2s.

Basicamente, foi isso.

De interessante, nos minutos finais, só a recuperação de Newgarden após o derradeiro pit-stop da corrida. Os pneus mais novos lhe permitiram ultrapassar Pagenaud e Briscoe para ficar no top-5, um resultado mais do que justo pelo desempenho apresentado em todo o fim de semana.

Terminada a antepenúltima etapa da temporada 2014, Power tem 39 pontos de vantagem para Castroneves com pouco mais de 150 em jogo. Pagenaud também está na briga, e Hunter-Reay passou a correr por fora depois da quebra de suspensão.

A próxima etapa da Indy acontece já no próximo fim de semana, no dia 24 de agosto, no circuito de Sonoma, na Califórnia.

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