Dixon vence, vê Montoya ser sexto e ganha tetracampeonato da Indy por número de vitórias na temporada

Scott Dixon se sagrou o grande campeão da temporada 2015 da Indy com uma pouco provável combinação de resultados. O neozelandês venceu com autoridade em Sonoma e ainda contou com um toque entre Juan Pablo Montoya e Will Power, além de bandeiras amarelas para ver os rivais nem tão bem colocados e erguer seu quarto caneco na categoria

A etapa de Sonoma não poderia ter sido melhor para Scott Dixon. Neste domingo (30), o neozelandês venceu a corrida californiana e se beneficiou de problemas com Juan Pablo Montoya e Graham Rahal para, assim, assegurar seu quarto caneco na Indy. O neozelandês fechou o ano com 556 pontos, mesma pontuação de Montoya e uma vitória a mais que o adversário da Penske.

Regular o ano todo, como de costume, Dixon fez o que parecia ser improvável e colocou o troféu da temporada 2015 em sua cada vez mais vasta galeria. Já são quatro taças, todas conquistadas com categoria de sobra.

Por sua vez, Montoya não teve vida fácil na corrida. Até então bastante cauteloso, o colombiano acabou acertando Will Power, danificou o bico do carro e foi forçado a ir para os boxes. No fim, o colombiano ficou em sexto, não conseguindo superar Ryan Briscoe, quinto, para garantir os pontos que o fariam campeão.

Ryan Hunter-Reay consagrou um grande final de semana com o segundo lugar, terminando um ano que vinha sendo péssimo na sexta posição. Charlie Kimball completou a corrida em terceiro, ajudando e muito Dixon ao ficar na frente de Montoya. O mesmo vale para Tony Kanaan, que teve grande atuação, fez ótimas ultrapassagens e foi quarto. 

Will Power terminou a prova em sétimo, depois de ser atingido por seu próprio companheiro de equipe, Montoya. Takuma Sato, Rodolfo González e Mikhail Aleshin fecharam o top-10. Hélio Castroneves, em um dia difícil, não conseguiu ser nada além de 15º.

Scott Dixon venceu em Sonoma e foi o campeão da temporada 2015 da Indy (Foto: IndyCar)

Confira como foi a decisão da Indy em Sonoma:

A emoção em Sonoma começou antes mesmo da bandeira verde. Aliás, antes até dos motores serem ligados. Em homenagem a Justin Wilson – que morreu em um acidente nas 500 Milhas de Pocono – a categoria juntou todo seu pessoal para um minuto de silêncio.

 
A largada veio às 18h05 (em Brasília), com os três primeiros colocados mantendo suas posições. Atrás de Will Power, Josef Newgarden e Ryan Hunter-Reay, Simon Pagenaud fazia uma largada espetacular para a Penske: o francês abriu para Juan Pablo Montoya e, ao mesmo tempo, jogou o carro para cima de Graham Rahal, encaixotando o piloto da RLL.
 
Rahal, então, perdeu ritmo, tocou roda com Scott Dixon, encostou em Tony Kanaan e, por pouco, não quebrou nada. Na sequência, levou a melhor contra Marco Andretti, se segurando em nono.
 
Um pouco mais à frente, Charlie Kimball também pensava no campeonato – que não disputava -, optando por não fazer nenhuma resistência em segurar Dixon. Assim, o neozelandês já virava quinto.
 
A partir da quinta volta, as paradas já começavam a acontecer. Primeiro foi Helio Castroneves, com a asa dianteira danificada. Depois, James Jakes, Jack Hawksworth, Takuma Sato, Tristan Vautier e Sébastien Bourdais foram em busca de outra estratégia.
Power vinha em ritmo muito bom, o mesmo se aplicava para Newgarden – ambos ainda sonhando com o título. Hunter-Reay seguia próximo da dupla, com Montoya tendo tocada totalmente conservadora e controlando a distância para Dixon.
 
Na 12ª volta, Kanaan já ia para os boxes. A parada não foi das melhores e o baiano voltou atrás de Bourdais, o primeiro dentre os que já haviam parado.
Scott Dixon se sagrou tetracampeão em Sonoma (Foto: IndyCar)
Dixon foi aos boxes na volta seguinte, voltando para a pista em 16º, 1s3 na frente de Bourdais. Power e Newgarden também pararam, com o piloto da CFH se dando muito mal. Pagenaud entrava nos boxes, estacionava seu carro para esperar Power sair e ficava exatamente na sua frente, impedindo que saísse dos boxes na hora certa. Melhor para Power.
 
No reposicionamento dos líderes, Power já tinha 5s de vantagem para Newgarden. Dixon já virava terceiro, com Hunter-Reay segurando Montoya.
 
Na 20ª volta, apenas três pilotos seguiam alongando seus stints iniciais. Sebastián Saavedra era líder após superar Andretti, Oriol Servià era o terceiro. Muito mais rápidos, Power e Newgarden fechavam o top-5.
 
Servià foi para os boxes no 22º giro. Uma posição para Power, Newgarden, Dixon, Montoya e Rahal.
 
Lá atrás, Castroneves, Sato e Hawksworth já faziam suas segundas paradas, enquanto Saavedra e Andretti iam para o primeiro pit-stop. Aparentemente, a estratégia da dupla começava a surtir efeito. 
 
Desta forma, Power retomava a dianteira, com apenas 1s4 de frente para Newgarden. Dixon, Hunter-Reay, Montoya, Kanaan, Rahal, Kimball, Bourdais e Muñoz fechavam o top-10. Saavedra era 11º e Andretti vinha em 14º.
 
As paradas seguiam acontecendo e Muñoz e Bourdais já iam para o segundo pit. Na frente, Montoya começava a receber ataques de Kanaan.
 
Livre de Kanaan, que seguia para os boxes, Montoya partia para cima de Hunter-Reay. Bom trabalho mesmo faziam Saavedra e Andretti: mesmo poupando combustível, o colombiano era oitavo e o americano vinha em décimo.
 
Estava demorando para aparecer a primeira bandeira amarela. Lento, muito lento, Luca Filippi se arrastava pela pista e causava a primeira paralisação na volta 33.
Montoya e a expressão de quem perde um título pelos critérios de desempate (Foto: IndyCar)
No momento da primeira amarela, Montoya tinha 17 pontos de frente para Power, 37 para Dixon e 38 para Rahal. O pelotão foi em peso para os boxes, com Saavedra, Andretti, Servià e Kanaan indo para a ponta.
 
Dentre os que eram líderes, uma mudança significativa nos boxes: a Andretti jogou Hunter-Reay para o fim da fila, enquanto a Ganassi brilhou e fez Dixon passar Newgarden e Power.
A relargada veio na 39ª volta, com Kanaan imediatamente mergulhando e passando Servià. Lá atrás, uma confusão logo causaria outra amarela. Power tomou a ultrapassagem de Newgarden e, ao tracionar na curva, foi acertado por Montoya. Pior para o australiano, que foi parar na brita e quase não voltou à prova.
 
Castroneves, Muñoz, Jakes e Montoya foram novamente aos boxes, o mesmo se aplicando a Power. O colombiano, por causa do acidente, teve de trocar o bico danificado.
 
A corrida chegava à metade e Montoya e Power apareciam, respectivamente, em 23º e 24º. O cenário era ideal para Rahal e Dixon, que vinham dez e 17 pontos atrás, respectivamente.
 
A relargada veio na volta 43, com Dixon imediatamente passando Chaves para ser oitavo. Newgarden e Rahal, enquanto isso, brigavam pelo décimo posto.
 
No grupo da frente, duas mudanças: Kanaan superava Andretti para ser segundo, enquanto Bourdais tirava Servià do quarto lugar.
 
Na volta 45, Kanaan passava seu companheiro de time Saavedra e assumia a liderança provisória da corrida. Dixon seguia em oitavo, preso atrás de Sato. 
 
Saavedra, Andretti e Servià tiveram de fazer a segunda parada na volta 49. Naquele momento, então, Rahal e Dixon entravam totalmente na luta pelo caneco: o americano vinha quatro atrás de Montoya, enquanto o neozelandês tinha nove pontos a menos.
 
Com 50 voltas, Kanaan liderava. Dixon, Newgarden, Rahal, Kimball, Briscoe, Hunter-Reay, Coletti, Hawksworth e Rodolfo González fechavam o grupo dos dez primeiros.
 
Kimball vinha seguindo com um trabalho muito bom para Dixon. Na volta 53, o americano se jogava para cima de Rahal e tomava a posição do americano. Montoya, enquanto isso, assumia o 12º lugar ao passar Jakes.
 
Logo atrás desta disputa, Kanaan e Power ficavam lado a lado, com o baiano levando vantagem. Saavedra e Bourdais escoltavam a dupla também se atacando.
Kanaan e Montoya, então, protagonizaram uma das grandes disputas da corrida. O brasileiro tomou todo o cuidado para não tocar o colombiano, conseguindo assumir a décima posição após algumas curvas de briga. O próximo alvo era Castroneves.
 
Desesperado para ganhar algum terreno, Rahal travava os pneus, cortava chicane e, por muito pouco, não dava adeus à prova californiana. Power não vinham em bom momento e perdia lugares para Saavedra e também González.
 
Dixon ditava o ritmo na frente, 6s na frente de Newgarden. Kimball seguia bem como escudeiro, na terceira posição. Rahal e Briscoe completavam o top-5.
 
Newgarden foi para sua última parada com 25 voltas para o final e acabou dando adeus a qualquer tipo de chance. Com fogo no carro, o americano perdeu voltas e, obviamente, o segundo lugar. Dixon e Rahal pararam na sequência, sem qualquer imprevisto.

Montoya também foi aos boxes quando restavam 22 voltas, Kanaan entrou na sequência. De forma impressionante, Dixon já tornava a virar líder.
 
Mais uma bandeira amarela foi acionada na corrida, desta vez na curva 9, desta vez por incidente com Jakes. O inglês perdeu totalmente o carro e foi direto no muro. Acidente forte, mas tudo bem com o piloto da Schmidt Peterson.
Vários pilotos resolveram, então, ir para os boxes, entre eles Pagenaud e Castroneves. Assim, Montoya já ganhava algumas posições e ia para 12º.
 
Com a amarela e as paradas, Dixon se tornava o campeão provisório. Eram 18 pontos de frente para o colombiano.
 
A bandeira verde finalmente veio com 16 giros para o fim. Kanaan logo tirou Briscoe do caminho, enquanto Coletti ia aos boxes e fazia Montoya virar 11º.
 
Foi aí que veio um choque com dois que vinham na frente de Montoya. Logo na primeira volta de bandeira verde, Muñoz foi acertado por Sato e, com o colombiano superando Power, Montoya subia para oitavo. Ainda faltavam três posições.
 
A única esperança para Montoya de alguém que pudesse incomodar Dixon era Hunter-Reay. Afinal, os companheiros de Ganassi Kimball e Kanaan vinham logo atrás.
 
Dixon relargou bem com 12 voltas para o fim. Montoya já tratou de se atirar para cima de Bourdais. O colombiano voltou a respirar quando Rahal foi acertado por Bourdais. Montoya se tornava sétimo.

Bourdais acabou recebendo um drive-through, colocando Montoya em sexto. Mesmo assim, a distância para a quinta posição que lhe daria o título e pertencia a Briscoe seguia grande.

Montoya até chegou a pressionar Briscoe, mas não conseguiu ter sucesso e, empatado na classificação com 556 pontos, perdeu o campeonato para Dixon, que marchou tranquilo para a vitória.

Indy, Sonoma, classificação final:

1 9 SCOTT DIXON NZL GANASSI CHEVROLET 85 voltas
2 28 RYAN HUNTER-REAY EUA ANDRETTI HONDA +6.112
3 83 CHARLIE KIMBALL EUA GANASSI CHEVROLET +7.128
4 10 TONY KANAAN BRA GANASSI CHEVROLET +8.903
5 5 RYAN BRISCOE AUS SCHMIDT PETERSON HONDA +10.075
6 2 JUAN PABLO MONTOYA COL PENSKE CHEVROLET +11.255
7 1 WILL POWER AUS PENSKE CHEVROLET +12.488
8 14 TAKUMA SATO JAP FOYT HONDA +16.089
9 18 RODOLFO GONZÁLEZ VEN DALE COYNE HONDA +20.801
10 77 MIKHAIL ALESHIN RUS SCHMIDT PETERSON HONDA +22.575
11 27 MARCO ANDRETTI EUA ANDRETTI HONDA +23.671
12 25 ORIOL SERVIÀ ESP ANDRETTI HONDA +24.451
13 8 SEBASTIÁN SAAVEDRA COL GANASSI CHEVROLET +24.778
14 98 GABBY CHAVES COL BRYAN HERTA HONDA +25.536
15 3 HELIO CASTRONEVES BRA PENSKE CHEVROLET +26.066
16 22 SIMON PAGENAUD FRA PENSKE CHEVROLET +27.319
17 4 STEFANO COLETTI MCO KV CHEVROLET +35.165
18 15 GRAHAM RAHAL EUA RLL HONDA +36.464
19 41 JACK HAWKSWORTH ING FOYT HONDA +38.940
20 11 SÉBASTIEN BOURDAIS FRA KV CHEVROLET +42.596
21 67 JOSEF NEWGARDEN EUA CFH CHEVROLET +1 volta
22 26 CARLOS MUÑOZ COL ANDRETTI HONDA +1 volta
23 19 TRISTAN VAUTIER FRA DALE COYNE HONDA +3 voltas
24 20 LUCA FILIPPI ITA CFH CHEVROLET +5 voltas
25 7 JAMES JAKES ING SCHMIDT PETERSON HONDA +22 voltas
 
 

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