Nem a KV, nem a Andretti, nem a Penske. O domingo (7) em Pocono foi palco de um domínio inesperado e que há tempos a Indy não testemunhava: o triunfo absoluto da Ganassi. Graças a uma estratégia precisa e a um ritmo surpreendentemente competitivo dos motores Honda, Scott Dixon ficou com a vitória em Long Pond, seguido de perto por Charlie Kimball e Dario Franchitti.
O experiente neozelandês chegou à 30ª vitória de sua carreira de maneira brilhante, mas contou, também, com um toque da sorte: Tony Kanaan, um dos principais favoritos da corrida, danificou o aerofólio dianteiro justamente no momento em que ultrapassou Scott para assumir a liderança. Com isso, o piloto da KV foi obrigado a fazer uma parada extra nos boxes para trocar o bico e voltou uma volta atrás, cruzando a linha de chegada em uma melancólica 13ª posição.
Scott Dixon celebra vitória em Pocono (Foto: Elsa/Getty Images)
Helio Castroneves foi discreto durante toda a prova, mas conquistou um oitavo lugar importante para a disputa do campeonato. A grande decepção, no entanto, ficou por conta de Marco Andretti: com inexplicável queda de rendimento no quarto final da prova, o norte-americano, favorito absoluto à glória em Pocono, completou o GP apenas em décimo.
Confira como foi o GP de Pocono, 11ª etapa da Indy em 2013:
A largada, com filas separadas em três carros, não foi boa para James Hinchcliffe: largando na terceira posição, o canadense tentou emparelhar com Ryan Hunter-Reay para disputar o segundo lugar, mas logo na curva 1, perdeu totalmente o carro e bateu forte no muro, de traseira, abandonando a prova e causando a primeira bandeira amarela da corrida.
Andretti manteve a liderança, enquanto Kanaan e Castroneves se beneficiaram do acidente no início e avançaram uma posição cada, surgindo, respectivamente, em quarto e quinto.
Veio, então, a relargada, e com ela, o habitual 'pulo do gato' de Tony: arrojado como sempre, o brasileiro da KV superou, em sequência, Will Power e Hunter-Reay, assumindo o segundo lugar. Mais atrás, Takuma Sato começava a escalar o pelotão, travando bons duelos e ascendendo rapidamente ao quinto posto, após boa disputa com Helio.
As voltas seguintes foram pouco movimentadas, com raros duelos no pelotão intermediário e posições estabilizadas na liderança. Andretti seguiu ditando o ritmo, com Kanaan perto.
O cenário só começou a mudar após a primeira rodada de pit-stops. Marco se manteve na frente, mas Hunter-Reay subiu para segundo e Sato, até então destaque da prova, surgiu terceiro. Tony caiu momentaneamente para o quarto lugar, mas poucos giros depois, não teve dificuldades para superar o japonês da Foyt e reassumir sua posição no top-3.
Ryan Hunter-Reay e Takuma Sato se encontraram na pista e nos boxes (Foto: Elsa/Getty Images)
Na 62ª volta, no entanto, Takuma protagonizou a bandeira amarela mais bizarra da etapa de Pocono: na abertura da segunda rodada de pit-stops, o nipônico entrou no pit-lane em velocidade muito acima da recomendada e, quando se deu conta, havia o amarelo da Andretti de Hunter-Reay lentamente à sua frente. O choque foi inevitável, e tão forte que jogou o atual campeão da Indy para o muro dos boxes. Foi o fim da prova para ambos, embora o norte-americano ainda tenha retornado à pista com mais de 20 voltas de atraso.
Enquanto todos tentavam entender o que havia acontecido, a disputa pela liderança ganhava novos contornos, desta vez na base da estratégia: Kanaan fez sua troca de pneus e reabastecimento justamente no momento do incidente nos boxes, e conseguiu retornar à pista na liderança, imediatamente à frente de Andretti. Mas a primeira posição só ficou nas mãos do brasileiro durante a bandeira amarela: na relargada, Marco retomou a ponta.
A partir deste momento, alguns dos então coadjuvantes começaram a assumir o protagonismo da prova. Discretamente, Dixon e Simon Pagenaud surgiram entre os líderes, ao mesmo tempo em que Franchitti, que havia largado em 18º, já aparecia fechando o top-10. A terceira rodada de pit-stops alterou de vez o cenário e mudou a história da corrida: o neozelandês surgiu de fato na liderança, seguido de perto por Tony.
Impaciente, o brasileiro se aproximou do piloto da Ganassi e fez a ultrapassagem que poderia significar a vitória, mas lhe valeu o último suspiro na prova: ao superar Scott, o piloto da KV esbarrou de leve na parte traseira de seu adversário, o que deixou seu aerofólio dianteiro praticamente solto no carro. Sem condições de permanecer na pista, 'TK' foi obrigado a fazer uma parada extra nos boxes para trocar o bico, e retornou à corrida com uma volta de desvantagem para os líderes.
Foi a vez, então, de Andretti dar indícios de que restabeleceria a hierarquia apresentada ao longo de todo o fim de semana: determinado, o norte-americano superou Power e Dixon com extrema facilidade e reassumiu a primeira posição, rumo ao que parecia ser uma vitória soberba.
Mas o imprevisível voltou a dar as caras no trioval de Long Pond. Inexplicavelmente, Marco perdeu rendimento de forma abrupta. Em apenas meia volta, despencou da primeira para a terceira posição, quando restavam apenas 40 giros para o fim da prova. A liderança, então, retornou às mãos de Dixon.
Cinco voltas mais tarde, equipes e pilotos abriram a última rodada de pit-stops da corrida. E o trabalho da Ganassi foi brilhante: o neozelandês parou e voltou em primeiro, enquanto Kimball, quarto, passou pelos boxes e voltou em segundo, e Franchitti, sétimo, trocou pneus e reabasteceu para retornar à pista em uma inesperada terceira posição.
Scott Dixon cruza a linha de chegada em Pocono: 30ª vitória da carreira (Foto: Elsa/Getty Images)
A prova estava definida. Nem mesmo os ataques alternados de Power e Pagenaud abalaram o domínio da equipe. Andretti, por sua vez, já estava longe de ser uma ameaça: despencando cada vez mais na pista, o norte-americano foi superado até cair para a décima posição final. Um final melancólico para um fim de semana que parecia promissor.
Ao cruzar a linha de chegada com seus três carros nas três primeiras posições, a Ganassi se recolocou em seu lugar de honra como uma das mais tradicionais e vitoriosas equipes da história da Indy. Um lugar do qual jamais deveria ter saído. Enfim, um resultado forte o suficiente para simbolizar um recomeço para o time do velho Chip.
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Indy, GP de Pocono, Final:
1 |
Scott DIXON |
NZL |
Ganassi Honda |
2:04:26.417 |
160 voltas |
2 |
Charlie KIMBALL |
EUA |
Ganassi Honda |
+0.457 |
|
3 |
Dario FRANCHITTI |
ESC |
Ganassi Honda |
+1.198 |
|
4 |
Will POWER |
AUS |
Penske Chevrolet |
+5.632 |
|
5 |
Josef NEWGARDEN |
EUA |
Fisher Hartman Honda |
+7.194 |
|
6 |
Simon PAGENAUD |
FRA |
Schmidt Honda |
+9.407 |
|
7 |
Justin WILSON |
ING |
Dale Coyne Honda |
+13.301 |
|
8 |
Helio CASTRONEVES |
BRA |
Penske Chevrolet |
+13.937 |
|
9 |
Ed CARPENTER |
EUA |
Carpenter Chevrolet |
+15.550 |
|
10 |
Marco ANDRETTI |
EUA |
Andretti Chevrolet |
+18.458 |
|
11 |
Simona DE SILVESTRO |
SUI |
KV Chevrolet |
+32.047 |
|
12 |
James JAKES |
ING |
RLL Honda |
+36.253 |
|
13 |
Tony KANAAN |
BRA |
KV Chevrolet |
+41.550 |
|
14 |
Ryan BRISCOE |
AUS |
Panther Chevrolet |
+1 volta |
|
15 |
Pippa MANN |
ING |
Dale Coyne Honda |
+1 volta |
|
16 |
Sébastien BOURDAIS |
FRA |
Dragon Chevrolet |
+1 volta |
|
17 |
Alex TAGLIANI |
CAN |
Bryan Herta Honda |
+2 voltas |
|
18 |
Graham RAHAL |
EUA |
RLL Honda |
+2 voltas |
|
19 |
Tristan VAUTIER |
FRA |
Schmidt Honda |
+2 voltas |
|
20 |
Ryan HUNTER-REAY |
EUA |
Andretti Chevrolet |
|
NC |
21 |
Ernesto VISO |
VEN |
Andretti Chevrolet |
|
NC |
22 |
Takuma SATO |
JAP |
Foyt Honda |
|
NC |
23 |
Sebastián SAAVEDRA |
COL |
Dragon Chevrolet |
|
NC |
24 |
James HINCHCLIFFE |
CAN |
Andretti Chevrolet |
|
NC |
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