Conta-giro: Com corrida da Indy marcada para março de 2015, Brasília prevê reforma de autódromo completa só em 2016

A pista de Brasília deu seu primeiro passo efetivo para ser reformada: em 8 de setembro será definida a empresa vencedora da licitação para as obras. Acontece que a conclusão dos trabalhos só vai acontecer em 2016. Há uma corrida da Indy marcada para março do ano que vem. Que garantem que vai acontecer

O autódromo que jamais foi alvo de obras de atualização em seus 40 anos de vida enfim dá seus primeiros passos à modernidade – ainda que no papel. No fim de julho, o governo do Distrito Federal publicou em Diário Oficial a realização da licitação da reforma, valor e prazos. A questão é que, comprovada e sabidamente, a pista de Brasília não vai ficar pronta a tempo da corrida da Indy.
 
A abertura dos envelopes da licitação será realizada em 8 de setembro, exatamente seis meses antes da data prevista para a prova da Indy. No mesmo edital, o prazo de execução da reforma aponta para 450 dias corridos, aproximadamente um ano e três meses, o que levaria a conclusão dos trabalhos além de 2016 considerando qualquer data de início dos trabalhos no autódromo.
 
Mesmo assim, Willy Hermann, um dos detentores dos direitos da Indy no Brasil ao lado de Carlo Gancia, garantiu a realização da corrida. “O que sabemos do nosso lado é que o conjunto de obras realmente será concluído em 2016, mas a pista estará em condições de receber a Indy antes disto”, afirmou ao GRANDE PRÊMIO.

Contrastando com o Estádio Mané Garrincha, reconstruído para a Copa do Mundo, condição do autódromo de Brasília continua precária (Foto: José Mário Dias/RF1)

Para Hermann, é comum acontecerem provas em praças esportivas com reformas. “Entendemos que o projeto para o autódromo de Brasília contempla três anos para ser finalizado. Se as condições de segurança e conforto existirem tanto para o público como para equipes e pilotos, a Indy não tem problemas em administrar algumas limitações no primeiro ano em função de uma sólida parceria de longo prazo com o Governo do DF e o povo brasileiro. Lembro não ser incomum realizar corridas em autódromos com obras de manutenção, ampliação ou modernização em curso”, falou.

A corrida contra o tempo vai ter de ser impecável se a data realmente for mantida. O projetista da Indy, Tony Cotman, alertou para a necessidade de uma transformação no autódromo do DF. “Neste momento, da maneira que está, não está no padrão. Se a gente realmente quer fazer isso, muita coisa vai precisar ser melhorada”, declarou ao GP. “A pista está numa condição um pouco crítica com relação a algumas coisas que realmente precisamos para uma prova da Indy”, completou.
 
A ideia de fazer uma etapa da Indy em Brasília nasceu com a desistência da TV Bandeirantes em continuar bancando a prova no Anhembi, em São Paulo, por uma questão de custos – eram cerca de R$ 60 milhões por edição. O descumprimento do contrato firmado com a prefeitura local e com a própria organização da categoria foi parar na justiça de Indiana, onde foi aberto um processo contra a emissora. Às vésperas do início do campeonato deste ano, os diretores da Indy e a Bandeirantes chegaram a um acordo que, além de manter a transmissão nos canais do grupo – algo que não estava nos planos para este ano –, reincluía o Brasil no calendário da categoria em 2015.
 
A escolha do autódromo de Brasília ergueu sobrancelhas. A pista acabara de ser rifada do calendário da MotoGP por não ter sido tocada em nenhum guard-rail ou reasfaltada, por exemplo. O governador do DF, Agnelo Queiroz, prometeu novamente a realização da reforma a tempo de receber a Indy em março do ano que vem, também pensando na categoria das motos. Em maio, o político e uma comitiva viajaram para Indianápolis por ocasião das 500 Milhas para assinar o contrato com a categoria. Mais de dois meses depois, ninguém confirmou ao GRANDE PRÊMIO que as assinaturas foram postas no papel. O que há é um contrato assinado entre a Band e o governo do DF.
 
Ainda segundo a informação publicada no Diário Oficial, o valor das obras gira em torno de R$ 7,2 milhões.
 
O autódromo de Brasília foi tema de ‘DF – Dossiê de Falcatruas’, que a REVISTA WARM UP conduziu em setembro do ano passado. Desvios de dinheiro, uso da pista para fins que não são do automobilismo e a morte mal explicada da pilota Vanessa Daya foram os temas da série de reportagens.

 
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Geograficamente, Brasília e Goiânia estão separadas por pouco mais de 200 km — uma viagem de carro. Mas, no que diz respeito à situação dos autódromos de cada uma das cidades, a goiana está alguns anos à frente. E é isso que a credencia para ‘roubar’ o lugar que já esteve reservado para a capital federal no calendário do Mundial de Motovelocidade.
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