Com cinco favoritos ao título, Indy vive expectativa de temporada mais equilibrada da história em 2013
Ryan Hunter-Reay, Will Power, Dario Franchitti, Scott Dixon e Helio Castroneves pintam como favoritos ao título da Indy antes de os motores serem ligados. Mas temporada pode ser suas surpresas, como Simon Pagenaud e Tony Kanaan
[Especial Indy 2013]
A Indy deve acompanhar em 2013 um dos campeonatos mais equilibrados dos últimos anos. E antes mesmo que os motores sejam acionados nas ruas de St. Pete, pelo menos cinco pilotos aparecem com chances reais de título, no segundo ano de disputa do chassi DW12 da Dallara. E o primeiro da lista de favoritos é o atual campeão, Ryan Hunter-Reay.
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Se Will Power não conseguiu, mais uma vez, confirmar o favoritismo em 2012, Hunter-Reay viveu o inverso. O norte-americano não apareceu, em momento algum, como um forte candidato para quebrar o domínio de Dario Franchitti. Porém, o piloto da equipe de Michael Andretti foi crescendo de produção após a etapa do Texas e surpreendentemente conseguiu três vitórias seguidas — Milwaukee, Iowa e Toronto. Daí por diante, só não foi bem em duas provas na metade da temporada: Mid-Ohio e Sonoma, quando ficou abaixo do top-10.
Mas o que fez a diferença mesmo foi o melhor aproveitamento do representante da Andretti em ovais. Acima da média com relação ao principal rival, a performance de RHR foi crucial para a conquista do título — quase o dobro do concorrente, que amargou o terceiro vice-campeonato seguido. Para 2013, Ryan passa de surpresa a piloto a ser batido. Está em uma equipe competitiva e de larga experiência, especialmente em ovais. Com a experiência adquirida com a disputa na temporada passada, Hunter-Reay será um adversário duro, embora a concorrência se mostre igualmente difícil.
E um dos rivais mais fortes deve ser Dario Franchitti. 2012 para o escocês foi um ano para esquecer, com exceção, claro, à vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, a primeira usando o carro novo da Dallara. Do resto, foi atípico, pode se dizer, depois dos quatro títulos conquistados, sendo três em sequência, entre 2009 e 2011, todos pela Ganassi. Novamente contando com a estrutura afinadíssima de Chip Ganassi, o primo de Paul di Resta vai em busca de redenção e nunca é bom duvidar da capacidade de recuperação do experiente escocês, que anda bem em todo tipo de circuito e que também como ponto forte a consistência.
Assim como Franchitti, Power também aparece no topo da lista dos favoritos. Porém, o australiano terá de enfrentar novamente dois desafios: o de melhorar a performance em ovais, de longe seu ponto mais fraco, e de se livrar de vez da fama incômoda de vice. Como tem desempenho impecável em circuitos mistos, quase imbatível, se conseguir equilibrar também o ritmo nos ovais, Power terá, sem dúvida, grande vantagem para os adversários, principalmente por contar com a estrutura e experiência da tradicional Penske.
O time de Roger, assim como Will, também inicia o ano ávido por um título, que não vem desde 2006, quando Sam Hornish Jr. faturou a taça. Para isso, a equipe sacou Ryan Briscoe e vai centrar os esforços apenas em Power e Helio Castroneves. O brasileiro, muito popular nos EUA, tem a seu favor a experiência e o bom desempenho em todo tipo de pista, além de ter no currículo três vitórias na prova mais importante da Indy, as 500 Milhas de Indianápolis.
Sem outro piloto para ter a atenção, e com Power ainda deficiente em ovais, pode ser a chance de ouro para Helio, enfim, buscar seu tão sonhado troféu e se consolidar, de vez, como um dos melhores da história.
O quinto nome de possíveis candidatos ao título é o de Scott Dixon, companheiro de Franchitti na Ganassi. Terceiro colocado em 2012, o neozelandês foi um dos pilotos que venceu mais de uma etapa na última temporada e ainda chegou com chances de título na derradeira prova do campeonato. O piloto de 32 anos viveu uma temporada consistente em 2012, superando em várias oportunidades o badalado colega de time. Com duas vitórias e seis pódios no ano passado, Dixon é um rival sorrateiro e perigoso. É muito bom de oval e sabe lidar bem com os mistos.
As possíveis surpresas
Campeão uma vez em 2004, Kanaan viveu momentos de turbulência até conseguir fechar com a KV em 2011. Uma vez com a equipe, o baiano de 38 anos mostrou a que veio e, aos poucos, vem ajudando a esquadra de Jimmy Vasser a se tornar um time melhor estruturado. A experiência também é o ponto forte de Tony, além da boa performance que sempre apresenta em ovais. Em 2012, o time sofreu com estratégias equivocadas e se viu em diversas vezes muito longe do pelotão da frente. De qualquer forma, Kanaan é sempre um piloto perigoso, erra muito pouco e conhece bem os rivais.
Melhor estreante em 2012 ao conquistar a surpreendente quinta posição com a Sam Schmidt, Simon Pagenaud pode virar a grande pedra no sapato dos favoritos. Com um bom carro, o francês já foi capaz de mostrar bom ritmo e consistência, e chegou à última rodada com chance, ainda que remotas, de título. Em sua segunda temporada, Pagenaud deve fazer valer ainda mais a experiência adquirida para se colocar na briga de vez.