Räikkönen ameaça deixar Lotus antes do fim de 2013 e ironiza: "Recebi zero euros durante o ano"

Finlandês escancarou problemas internos com a escuderia britânica e afirmou ter ido a Abu Dhabi só para resolver questões financeiras – a divida é estimada em quase R$ 34 milhões: "A verdade é que essas coisas não deveriam acontecer, mas têm acontecido." Eric Boullier, chefe do time, enfatizou que o impasse é um problema do dono, Gerard Lopez

 
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Kimi Räikkönen soltou o verbo. Famoso durante toda sua trajetória na F1 por ser um piloto tão rápido quanto calado e pouco expressivo, o campeão mundial de 2007 escancarou os problemas internos vividos com a Lotus ao longo da temporada 2013.

 
Sem receber salários desde o início do ano e vivendo relacionamento conturbado com seu engenheiro, Alan Permane – com quem se desentendeu durante o GP da Índia –, o finlandês chegou a considerar não disputar o GP de Abu Dhabi, 17ª etapa do campeonato. No entanto, foi convencido a viajar para a Marina de Yas, onde chegou nesta sexta (1).
 
Sua viagem, contudo, se deu por uma única razão: "Vim aqui apenas porque espero que possamos encontrar um entendimento sobre certas questões que temos tido. Espero que sejam resolvidas e que possamos encerrar a temporada o quanto antes", afirmou um falante e objetivo Räikkönen, após os treinos livres no cálido emirado árabe.
Kimi Räikkönen visivelmente triste com problemas internos da Lotus (Foto: Getty Images)
Longe de ter como foco seu desempenho na etapa de Abu Dhabi, o finlandês mantém a ameaça de não correr nenhuma das três etapas restantes de 2013 caso não receba o que a Lotus lhe deve. De acordo com a revista 'Autosport', o valor a ser recebido pelo nórdico pode chegar a incríveis US$ 15 milhões – quantia próxima a R$ 34 milhões.
 
"Eu gosto de correr, gosto de pilotar, mas uma grande parte disso é um negócio. Às vezes, quando você não é tratado como deveria, acabamos em uma situação infeliz. Você tem que colocar o limite em algum ponto, e se passa disso… Realmente não é mais minha culpa."
 
Os frequentes desentendimentos com Permane, de acordo com o próprio Kimi, incomodam o piloto, mas não são o maior problema. "É uma parte disso. A verdade é que essas coisas não deveriam acontecer, mas elas têm acontecido", explicou. "Mas esse não é realmente o problema. Trata-se de todas as outras coisas, e todas se juntam, no fim."
 
Durante a prova em Buddh, Räikkönen recebeu ordens para abrir passagem para Romain Grosjean, mas não só contestou a instrução como também dificultou a ultrapassagem do rebento francês, o que lhe rendeu críticas dentro do time. "Não é muito agradável quando você ouve que não é realmente um jogador de equipe e que você não tem os mesmos interesses da equipe quando você recebeu zero euros durante todo o ano", ironizou.
 
"Isso não te coloca no melhor lugar, mas é assim que funciona. Espero que, como eu disse, possamos encontrar um entendimento entre ambas as partes sobre como devemos lidar com a situação agora e corrigir os problemas, e tentar encerrar isso assim que pudermos."
Eric Boullier, chefe da Lotus, confirmou as palavras de Kimi. No entanto, defendeu a posição da equipe e afirmou que o trabalho do time é apenas voltado à esfera esportiva, atribuindo questões financeiras a Gerard Lopez, dono da escuderia e do grupo Genii.
 
"Há uma conversa entre Gerard e Kimi e, obviamente, isso envolve nossos acionistas e empresas-matriz", explicou o dirigente francês, também à 'Autosport'.
 
"Temos um grupo excepcional de pessoas em Enstone. Nós apenas fazemos o nosso melhor para entregar resultados na pista", enfatizou Boullier.
 
"Há, obviamente, algumas questões que já conhecemos há muito tempo. Estamos esperando por uma nova companhia de investimento para fechar um acordo. Se isso não acontecer, teremos que pensar em outros cenários", completou.
 
Räikkönen será companheiro de equipe de Fernando Alonso na Ferrari em 2014.

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