Órgãos de saúde europeus veem excesso de publicidade de bebidas alcoólicas na F1 e pressionam FIA por mudanças

Anos após a publicidade de cigarro ser banida do esporte a motor, a F1 agora é pressionada a abrir mão dos anúncios de bebidas alcoólicas. Um relatório divulgado pela Aliança Europeia da Política de Álcool (Eurocare) avaliou que a exposição dos fãs às marcas de bebidas alcoólicas é excessiva

Anos após a publicidade de cigarro ser banida do esporte a motor, a F1 agora sofre com a pressão para se livrar dos anúncios da indústria de bebidas alcoólicas. A alegação é de que esse tipo de propaganda é uma quebra do código de conduta europeu.
 
Nesta sexta-feira (22), a Aliança Europeia da Política de Álcool (Eurocare, na sigla em inglês), que reúne 57 órgãos de saúde pública de 25 países europeus, divulgou um relatório avaliando que a exposição dos fãs às marcas de bebidas alcoólicas durante os fins de semana de corrida é excessiva.
Órgão destacou quantidade de publicidade de álcool no GP de Mônaco (Foto: AP)
De acordo com o relatório, as práticas de publicidade na F1 vão contra a Diretiva de Serviços de Mídia Audiovisual da União Europeia e um código de conduta acordado voluntariamente com a indústria do álcool.
 
A Eurocare pediu que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) elimine a publicidade de bebidas alcoólicas da F1. Presidente da entidade, Jean Todt, aliás, está bastante envolvido em campanhas de segurança viária.
 
 “A quantidade de exposição ao álcool relacionada à F1 é extrema pelo padrão de qualquer um”, avaliou Mariann Skar, secretária-geral da Eurocare. “A relação entre esporte a motor e dirigir alcoolizado está agora além de qualquer dúvida. Parece haver uma fala de reconhecimento por parte da comunidade da F1 de sua responsabilidade quando mostra anúncios de bebidas alcoólicas a cada cinco segundos para uma audiência de 500 milhões de espectadores”, continuou.
 
“Nós urgimos que os órgãos envolvidos na F1 se afastem do patrocínio de álcool”, insistiu.
 
A Eurocare afirma que entrou em contato com a FIA para debater o assunto, mas não viu nenhuma vontade da entidade em agir. Atualmente, a McLaren conta com patrocínio da Johnnie Walker, a Williams tem apoio da Martini e a Force India em Smirnoff e Kingfisher entre seus anunciantes.
 
“A Eurocare já levou o problema do patrocínio de álcool na F1 ao Jean Todt, o presidente da Federação Internacional de Automobilismo, que afirmou não ter qualquer responsabilidade no assunto”, afirmou a Eurocare em um comunicado à imprensa.
 
O relatório da Eurocare, batizado de ‘Propaganda e Patrocínio de Álcool na F1: Um Coquetel Perigoso’, analisou as imagens do GP de Mônaco do ano passado e apontou 11 referências a marcas da indústria de bebidas alcoólicas por minuto. 
 
De acordo com o relatório, foram identificadas 1352 referências ao álcool: 74 antes da corrida, 1177 durante a corrida e 77 após a prova. As marcas apareceram em sua maioria em painéis ao redor da pista (1072), nas pontes que cruzam a pista (54) e nos carros (48).
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