Opinião GP: Talento de Hülkenberg tem de pesar na hora de equipes decidirem pilotos para 2014

Conhecido por ser um dos mais pesados do grid da F1, o alemão pode ficar sem um carro competitivo no próximo por causa de seus 74 kg. Apesar disso, o quarto lugar na Coreia do Sul pode mostrar às equipes que a melhor aposta ainda é no talento

TALENTO TAMBÉM PESA. E A BALANÇA está aí para não deixar ninguém mentir. No caso de Nico Hülkenberg, essa afirmação é mais do que verdadeira. Conhecido por ser um dos pilotos mais pesados da F1 – com 74 kg e medindo 1,84 m – o alemão da Sauber brilhou no GP da Coreia do Sul, disputado neste domingo (6), ultrapassou Fernando Alonso e Lewis Hamilton e levou a equipe suíça à quarta colocação, terminando atrás apenas de Sebastian Vettel e dos dois carros da Lotus.

Esse foi o melhor resultado da Sauber na temporada e o segundo top-5 do germânico nas últimas três corridas. Um desempenho impressionante para uma escuderia que tinha problemas de rendimento no começo do ano, principalmente na parte traseira do carro, e havia marcado apenas sete pontos em 11 provas.

O ressurgimento da equipe suíça, aliás, coincidiu com as especulações envolvendo a saída de Hülk. O alemão primeiro esteve na lista da Ferrari, mas viu Kimi Räikkönen ser escolhido devido à experiência. Depois, ainda em busca de um carro competitivo, o nome do germânico ganhou força na McLaren e na Lotus.

Nico Hülkenberg é um dos pilotos mais pesados do grid (Foto: Sauber)

E foi aí que o drama do piloto começou. De acordo com a revista alemã ‘Auto Motor und Sport’, a McLaren não quer contratá-lo por causa do peso. Não é que Hülkenberg esteja gordo. O problema é que o peso mínimo dos carros vai aumentar apenas 5 kg em 2014, mas já levando em consideração os novos motores V6 turbo, cerca de 50 kg mais pesados que os atuais.

Por isso, as equipes estão buscando atletas mais leves. A estimativa, segundo Mark Webber, é que os pilotos devam ter entre 60 kg e 65 kg no ano que vem. Ou seja, para chegar ao limite do que as escuderias buscam, Hülk precisa perder mais 10 kg.

Dessa forma, o futuro do alemão pode depender justamente da balança. Enquanto a McLaren não decide quem será o companheiro de Jenson Button no ano que vem, o germânico continua a rechear o currículo. Se Martin Whitmarsh ainda não escolheu o segundo piloto da escuderia inglesa, basta dizer que, mesmo competindo com a malnascida Sauber, Hülkenberg soma 31 pontos em 2013, oito a mais que o ameaçado Sergio Pérez.

E se a McLaren não está disposta a correr o risco com um piloto mais pesado, há equipes no grid que cobiçam o alemão. De acordo com a emissora inglesa ‘Sky Sports’, a Lotus está inclinada a fechar com ele para substituir Räikkönen, assim que o acordo com o grupo de investimentos Infinity sair do papel.

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Para o repórter do GRANDE PRÊMIO Renan do Couto, o bom desempenho do alemão nas últimas etapas vai levá-lo a uma equipe competitiva, independentemente de quanto a balança marcar.

“Esse crescimento da Sauber nas últimas corridas vai ajudar Hülkenberg a encontrar um bom lugar no grid do ano que vem”, diz o jornalista. “Do potencial dele, todo mundo já sabia, mas ele não estava conseguindo mostrá-lo porque o carro da Sauber não correspondia. De repente, nas últimas corridas, a equipe melhorou, e Hülk, sabendo que precisa impressionar, foi muito bem no GP da Coreia. Uma corrida brilhante”, acrescenta.

E o bom desempenho do alemão pode ser ruim para Felipe Massa, já que ambos disputam as mesmas vagas – Lotus e Force India – em 2014. “Se a briga dele é contra Massa, não há dúvidas de que ele ganhou bem mais do que 12 pontos com esse quarto lugar em Yeongam”, completa Do Couto.

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