Opinião GP: Pior temporada em anos tem desfecho à altura e leva a pedido claro: F1, mude já

O horrível GP de Abu Dhabi, prova em que nada aconteceu, mostrou que a F1 vai por um caminho oposto ao que espera fãs e o próprio mundo do esporte. Depois de um empolgante GP dos Estados Unidos, a categoria viu três corridas modorrentas, com poucas disputas verdadeiramente interessantes. Não à toa, a F1 vem perdendo em espaço, atrativo e audiência para concorrentes fortes como WEC e MotoGP. Algo precisa mudar, e rápido

FINALMENTE, DEPOIS DE 19 CORRIDAS E DE uma jornada que começou em março e se encerrou no último domingo (29), a F1 chegou ao término a temporada 2015, a 66ª da sua história, com uma mensagem bem clara: mais do que nunca, a categoria como um todo precisa mudar, se reinventar. Há tempos não se via um campeonato tão chato e previsível, um verdadeiro porre para quem assiste e ainda espera alguma emoção ou surpresa. E a corrida que representou o fim da temporada foi um reflexo desse marasmo que paira na F1 há algum tempo. 
 
O GP de Abu Dhabi foi um horror, nada aconteceu de verdadeiramente relevante e certamente fez muita gente sentir sono. A pista, sem alma alguma, não oferece calor humano e tampouco uma corrida de alto nível. Além disso, os pilotos claramente já estavam em clima de fim de feira. 
 
Essa F1 que aí está não vai deixar saudades. Pior é saber que daqui a menos de quatro meses, quando começar a temporada 2016 com o GP da Austrália, a perspectiva é que pouco ou nada mude de fato nos rumos da categoria. Em tese, só a Ferrari tem o teórico poder de mudar essa ordem de forças que já encheu. 
Rosberg posa de fanfarrão ao se achar melhor que Hamilton. Mesmo com o adversário sendo tri com os 'pés nas costas' (Foto: Getty Images)
Hoje, o telespectador liga a TV para assistir a uma corrida sabendo que muito provavelmente vai ver Lewis Hamilton ou Nico Rosberg sair com a vitória. Salvo raríssimas exceções nesse período, como os três triunfos conquistados por Daniel Ricciardo no ano passado ou as três vitórias obtidas por Sebastian Vettel em 2015, o fato é que pouca coisa tem feito o verdadeiro fã da F1 suspirar de verdade. Como diria aquele famoso narrador: que dureza! 
 
Não é por acaso que a F1 vem perdendo em audiência, atrativo e espaço para categorias fortes e em ascensão, como a MotoGP, que teve uma temporada incrível, e o WEC, cada vez mais atraente às montadoras. Não à toa, neste fim de semana Bernie Ecclestone mencionou a MotoGP ao falar que a F1 precisa de uma rivalidade explosiva como a travada por Valentino Rossi e Marc Márquez. E o pior é que o bom velhinho está absolutamente certo. 
 
Nem rivalidade mais a F1 tem. É preciso recorrer a um passado mais ou menos recente, que remente à última grande treta da categoria, entre Hamilton e Fernando Alonso, em 2007. Anos depois, Sebastian Vettel e o próprio Alonso se enfrentaram diretamente pelo título de 2012. Mas nada verdadeiramente impactante como as brigas entre Nigel Mansell e Nelson Piquet e Ayrton Senna e Alain Prost, num passado já distante.
 
Esse embate entre Hamilton e Nico Rosberg soa algo meio fake, forçado. Ainda mais nesta reta final de temporada, quando o alemão só conseguiu emendar bons resultados depois que Lewis já estava com as duas mãos na taça. Pior ainda é falar aos quatro ventos que se considera mais rápido que Hamilton, que, verdade seja dita, ganhou o tricampeonato com os pés nas costas. Rosberg se posta como um fanfarrão, mas desde que teve um carro de ponta nas mãos, só ganhou quando não valia nada.
 
Onde está o verdadeiro ronco dos motores? Onde está a F1 que emocionou e cativou uma enorme legião de fãs ao redor do mundo? Onde estão as grandes lutas por posição, os carros desafiadores, os circuitos com alma, os grandes personagens, as grandes histórias? Certamente, não estão na F1 de hoje. É mais fácil você acessar o YouTube e procurar grandes corridas do passado. Porque o presente é triste, meu caro.
Abu Dhabi é um reflexo da F1 dos tempos modernos: muito luxo, muita cor, mas zero de alma (Foto: Getty Images)
Veja a reportagem desta semana no GRANDE PRÊMIO: nenhuma montadora tem interesse em entrar na F1. Nenhuma. Isso é grave e denota que a categoria precisa se mexer, precisa mudar para voltar a ser o esporte que volte a mim, a você, que volte a atrair um público maciço e que, principalmente, faça novamente o mundo se emocionar. Nos tempos de hoje, qualquer toque irrelevante de um piloto em outro é punido de forma severa. A F1 virou um esporte de ‘não-me-toques’. Gilles Villeneuve e René Arnoux seriam levados à guilhotina nesta F1 dos tempos modernos. Um horror.
 
O veto aos motores alternativos, proposta que poderia ao menos equilibrar um pouco mais as forças e tornar a F1 um pouco mais interessante, com dois tipos distintos de propulsores — o que não é uma novidade, foi assim nos anos 80, com equipes usando motores turbo ou aspirados —, foi mais um golpe nas pretensões de quem sonha em ver uma categoria verdadeiramente atraente. As montadoras, que não querem abrir mão do poderio político e tecnológico, impuseram suas respectivas forças para que tal projeto fosse abortado. A F1 perdeu.
 
Assim, diante de um regulamento com praticamente nenhuma mudança técnica ou desportiva relevante em 2016, todas as esperanças já estão no Mundial do ano seguinte, quando muitas alterações estão previstas: carros entre 5 e 6s mais rápidos, pneus mais largos, mudança estrutural na aerodinâmica com a readoção do efeito solo, mudanças mais significativas nas duplas de pilotos, enfim. 
 
Seja qual for a mudança, que venha para resgatar a essência do esporte. Porque esta F1 que aí está respira por aparelhos.

Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.

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A que ponto chegamos: F-E cria Roborace, categoria em que os carros NÃO SÃO guiados por pilotosQue acham disso?…

Posted by Grande Prêmio on Sexta, 27 de novembro de 2015

PADDOCK GP EDIÇÃO #8: ASSISTA JÁ

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