Na Garagem: No auge da carreira, Pace morre em tragédia na Serra da Cantareira
Há exatos 40 anos, o Brasil chorava a morte de José Carlos Pace. Dono de uma carreira de glórias, o paulista perdia a vida quando o monomotor no qual estava, ao lado do amigo e também piloto Marivaldo Fernandes, se chocou contra uma árvore na Serra da Cantareira, em Mairiporã. Encerrava-se naquela noite a trajetória de ‘Moco’ no ano em que tinha as maiores chances de se tornar campeão mundial de F1
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Há quase quatro meses, o mundo do esporte chorava a maior tragédia da história do futebol, quando, na noite de 28 de novembro, o avião que transportava a delegação da Chapecoense rumo a Medellín, palco da final da Copa Sul-Americana, enfrentou pane seca e se chocou contra um morro próximo ao aeroporto. Morreram jogadores, membros da comissão técnica, dirigentes e jornalistas. Mas há exatos 40 anos, outro desastre de avião comoveu o mundo e, principalmente, o Brasil, que perdia um dos seus mais promissores pilotos e provável campeão mundial. Em 18 de março de 1977, o monomotor que transportava José Carlos Pace, aos 32 anos, se chocava contra uma árvore em Mairiporã, na Serra da Cantareira, colocando fim a uma trajetória gloriosa de um piloto que estava no auge da carreira e da vida, matando-o instantaneamente.
Na passagem pela Serra da Cantareira, o monomotor atingiu uma árvore e caiu, matando todos os ocupantes da aeronave. Segundo relato de testemunhas à época, o avião voava baixo e em círculos, provavelmente procurando um lugar seguro para um pouso de emergência. Não houve tempo para a realização do procedimento.
O local do acidente que matou Pace, Marivaldo Fernandes e Carlos Roberto foi o mesmo onde, quase 20 anos depois, em 2 de março de 1996, caiu o Learjet que transportava o grupo Mamonas Assassinas, que brilhava e fazia grande sucesso no Brasil naquela época, vitimando os tripulantes e também todos os integrantes da banda. O fato também provocou grande comoção nacional e é lembrado até hoje.
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Mas Pace deixou para trás uma bela história que, se não chegou a ser coroada por títulos, trouxe muitas alegrias ao fã do automobilismo e, em especial, ao brasileiro. Entre 1972 e 1977, o piloto disputou 72 GPs e subiu ao pódio em seis oportunidades. O melhor momento da sua carreira, sem a menor sombra de dúvida, foi a grande vitória no GP do Brasil de 1975, em Interlagos, circuito que anos após a morte seria batizado como 'Autódromo Internacional José Carlos Pace'.
O triunfo de Pace também entrou para a história por representar a primeira dobradinha do Brasil na F1, com Emerson Fittipaldi, já consagrado como bicampeão, terminando aquela prova em segundo.
Só que, obviamente, a história de ‘Moco’ não se resume apenas à F1. José Carlos Pace começou seu caminho no esporte nas piscinas do Palmeiras, quando ainda era adolescente. Porém, fascinado pela velocidade, deu suas primeiras aceleradas no kart no início dos anos 1960, correndo para se divertir ao lado dos amigos Emerson Fittipaldi e Jan Balder.
O início de carreira
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Mas a coisa começou a ficar séria quando, em 1963, Pace foi convidado por Anísio Campos para correr o II Prêmio Aniversário do Automóvel Clube do Estado de São Paulo com uma DKW em Interlagos. O jovem, então com 19 anos, surpreendeu e foi muito bem. Como resultado, José Carlos foi convidado para integrar a equipe Willys, de Luís Greco, formando um baita time ao lado de Luís Pereira Bueno, Wilson Fittipaldi Jr. e Bird Clemente.
Pace empreendeu uma carreira vitoriosa no turismo brasileiro e desenvolveu sua carreira de vez. Era chegada a vez de dar um passo decisivo. Em 1970, ‘Moco’ resolveu trilhar o mesmo caminho do amigo Emerson Fittipaldi, vendeu quase tudo o que tinha e foi para a Europa, de mala e cuia, tentar a sorte na concorrida F3 Inglesa. Na mesma época, Pace se casou com o grande amor da sua vida: Elda Regina D’Andrea, que conhecera dez anos antes na fila do lendário Cine Majestic, em São Paulo. José Carlos e Elda se casaram no consulado brasileiro em Londres.
Logo no primeiro ano correndo no exterior, Pace se sagrou campeão de um dos principais certames da F3 Inglesa na época, o Forward Trust, causando ótima impressão e arregalando os olhos dos chefes de equipe da F2 Europeia e da F1 naquela época. Um desses chefes de equipe foi ninguém menos que o icônico Frank Williams. Naquele começo de década, Frank tinha um modesto time de F2 e chamou Pace para defendê-lo. E Pace disputou a temporada de 1971 como piloto da Williams na categoria.
Não foi uma jornada fácil. Um grande alento foi a vitória na etapa de Ímola, não-oficial. No entanto, sem pontuar nas seis corridas oficiais daquela temporada, Pace tinha de lidar com uma série de problemas e quebras do carro. Para piorar, enfrentou dificuldades financeiras que o levaram até mesmo a considerar encerrar a carreira.
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Mas graças aos irmãos Abílio e Alcides Diniz, ‘Moco’ conseguiu o patrocínio do Banco Português do Brasil. E lá foi ele em direção à F1 no ano seguinte, 1972. A estreia foi no GP da África do Sul daquele ano com um March 711 Ford-Cosworth #22 da equipe Williams. Sim, Pace fez sua primeira corrida na F1 pelo time de Frank Williams, terminando na 16ª posição.
Era comum naquela época ver pilotos da F1 disputando outras categorias paralelamente. Pace continuou correndo na F2 Europeia, mas pela equipe de John Surtees. Era um grid tão forte quanto o da F1 e tinha nomes do calibre de Niki Lauda, James Hunt, Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Patrick Depailler, John Watson e Wilsinho Fittipaldi. E lá estava ele também: José Carlos Pace. Sua campanha naquele ano foi bem mais positiva na categoria: faturou uma pole e um pódio em quatro corridas. Na F1, conquistou seu primeiro ponto logo na segunda corrida, o GP da Espanha, onde terminou em sexto. Depois, ainda terminou o GP da Bélgica em quinto lugar.
1973 foi mesmo um ano especial e que marcou a conquista do seu primeiro pódio com o terceiro lugar no GP da Áustria. Pace continuava chamando a atenção do mundo da F1 e, depois de começar a temporada seguinte pela equipe Surtees, foi convidado por Bernie Ecclestone para mudar de time. ‘Moco’ assinou com a Brabham, uma das melhores equipes da F1 nos anos 1970, e passou a formar dupla com o argentino Carlos Reutemann. Aquela temporada foi excepcional para o brasileiro, que passou a contar com o patrocínio da cervejaria Brahma: quarto lugar no GP do Brasil, ainda pelo time de John Surtees; quinto no GP da Itália e seu melhor resultado até então, segundo lugar no GP dos Estados Unidos, os dois já pela Brabham.
Inspirado por um sonho com seu pai, já falecido à época, Pace decidiu mudar sutilmente a pintura do capacete, abolindo a seta para baixo, que ficava no alto da sua viseira. Foi com essa modificação que ‘Moco’ começou a temporada 1975. Na primeira corrida daquele ano, disputada em 12 de janeiro e vencida por Emerson Fittipaldi, Pace largou em segundo, mas abandonou na volta 46, quando estava em quarto, com problemas no motor. Mas o lamento virou consagração duas semanas depois, quando Pace teve a chance de novamente correr em casa.
Aquela temporada foi a melhor da carreira de Pace. Logo na corrida seguinte, na África do Sul, o brasileiro conquistou a pole-position e terminou em quarto lugar. Semanas depois, novo pódio, sendo terceiro colocado no sempre icônico GP de Mônaco. Em 19 de julho, veio a segunda dobradinha da F1, desta vez com as posições invertidas em relação ao GP do Brasil. Emerson Fittipaldi venceu o GP da Inglaterra e ‘Moco’ foi o segundo’ depois de ter fechado a primeira fila do grid.
Em 1977, a Brabham iniciou a temporada com o mesmo BT45 com o qual disputou todo o ano anterior, mas despontava para uma temporada muito mais positiva. Logo de cara, na corrida que abriu o campeonato em 9 de janeiro, na Argentina, Pace voltou a andar bem e conquistou o segundo lugar. Seria seu último pódio na F1. Três semanas depois, teve a chance de buscar uma nova vitória no GP do Brasil, chegou a liderar, mas abandonou após ter sofrido um acidente. A última corrida da carreira de Pace foi disputada em 5 de março, na África do Sul, quase duas semanas antes de perder a vida na Serra da Cantareira. ‘Moco’ deixou esposa, Elda, e dois filhos: Patrícia, à época com cinco anos; e Rodrigo, com dois.
Embora não tenha se tornado campeão mundial de F1, Pace foi eternizado como um dos maiores pilotos brasileiros da história. Sem dúvidas, é um personagem que marcou época no esporte nacional e que é lembrado neste sábado (18) pelo GRANDE PRÊMIO. A reportagem conversou com Elda Pace, que recordou momentos marcantes ao lado do marido, que partiu há 40 anos.
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Elda Pace lembrou alguns dos grandes momentos ao lado de Zé, como sempre chamou o marido. Desde detalhes da personalidade do piloto e a ajuda recebida por Bernie Ecclestone, os irmãos Diniz e pela Brahma para dar sequência à sua carreira. O único lamento da esposa de ‘Moco’, além do acidente fatal na Serra da Cantareira, foi que seu parceiro não teve mais tempo para acompanhar o crescimento dos seus dois filhos.
Ele era muito quieto. A gente achava que ele estava prestando atenção em muita coisa, mas o jeitão dele mostrava que às vezes parecia estar prestando atenção, mas na verdade não estava. Os nossos filhos são parecidos [risos]. E o apelido dele, ‘Moco’, é porque as pessoas achavam que ele era surdo-mudo: ouvia e não falava. Mas ele foi um cara muito legal, uma personalidade incrível. Ele não brigava, não costumava ter problemas com ninguém, era amigo de todos. Os amigos o adoravam e muitos deles, até hoje, lembram daqueles tempos.
Lembro muito dos programas, dos jantares que fazíamos com o Ronnie Peterson e a sua esposa, Barbro. Eles moravam em Maidenhead e nós em Londres. Então estávamos sempre juntos. O Zé gostava muito do Ronnie Peterson. O próprio Wilsinho, a Maria Helena, os brasileiros do automobilismo. E não poderia deixar de mencionar o Bernie Ecclestone, que foi muito importante para nós. Nunca mais vou esquecer porque ele nos ajudou demais sempre: antes, depois da morte. Ele gostava muito do Zé e o Zé gostava muito dele.
A Brahma também foi muito importante para a carreira do Zé como patrocinadora, além como o Banco Português do Brasil. Os irmãos Diniz também ajudaram muito o Zé no começo com o patrocínio do Banco, praticamente o primeiro da carreira dele. Enfim… são grandes lembranças da nossa época juntos, dos GPs, das festas em Mônaco, de todos os momentos.
Sempre quando tenho a chance de ser entrevistada, faço questão de dizer: voltaria a minha vida tudo de novo. Claro, sem o acidente. Mas voltaria a viver com a mesma pessoa. Uma pessoa espetacular. Tivemos dois filhos lindos, tudo. Só mesmo uma pena que ele não conseguiu ter tempo para curtir mais os filhos.”
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