Na Garagem: Com marmelada da Ferrari, Barrichello dá vitoria a Schumacher

O GP da Áustria de 2002 é até hoje lembrado por uma das maiores lambanças da história do esporte a motor no mundo. Há exatos 15 anos, a Ferrari tomou a polêmica decisão de pedir a Rubens Barrichello que desse passagem a Michael Schumacher em Zeltweg, já no fim de uma corrida em que o brasileiro dominava. E a histórica narração de Cleber Machado na TV Globo – o ‘Hoje, não... hoje, não... hoje, sim...’ – virou um símbolo do dia da vergonha da F1

A F1 é considerada o topo do esporte a motor no mundo, o sonho de todo e qualquer piloto que se aventura nas pistas de corridas desde cedo, e marcas como a Ferrari são uma inspiração. Só que a mais importante categoria de monopostos do planeta, cuja história já ultrapassou mais de 60 anos, também guarda alguns capítulos infames e que mancharam não só a imagem do campeonato, como também de todos os envolvidos.
 
Dos episódios de vexame nas pistas – e não foram poucos –, o GP da Áustria de 2002 tem uma posição de destaque. E será sempre lembrado como uma das corridas mais vergonhosas da F1 em todos os tempos. 
 
Há exatos 15 anos, o Mundial desembarcava no histórico circuito de Zeltweg para a sexta etapa de um campeonato que vinha sendo amplamente dominado por Michael Schumacher e a Ferrari. O alemão havia vencido quatro das cinco primeiras provas daquele ano e chegara a Áustria com 44 pontos, contra 23 de Juan Pablo Montoya, que defendia a Williams.
 
Companheiro de Schumacher na equipe italiana, Rubens Barrichello aparecia apenas na sexta colocação da classificação, com seis pontos. 
Rubens Barrichello e Michael Schumacher dividiam a Ferrari em 2002 (Foto: Ferrari)

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Na verdade, o brasileiro vivia um início de Mundial bastante irregular, marcado por falhas de confiabilidade – foram três abandonos por problemas de motor, transmissão e sistema de hidráulico -, além de uma batida no GP da Austrália, na abertura do campeonato. O melhor resultado antes da corrida austríaca havia sido um segundo lugar em Ímola.

 
Assim, a corrida em Zeltweg parecia uma chance de um bom resultado. Isso porque Barrichello abriu o fim de semana liderando o primeiro treino livre. Schumacher foi o melhor na segunda sessão, mas, na classificação, Rubens voltou a se impor e cravou a pole-position com 1min08s082, sendo 0s282 mais veloz que Ralf Schumacher, da Williams. O então tetracampeão do mundo assinalou a terceira melhor marcando, dividindo a segunda fila com o companheiro de equipe do irmão, Juan Pablo Montoya. Nick Heidfeld, Kimi Räikkönen, Felipe Massa, David Couthard, Olivier Panis e Mika Salo completavam os dez primeiros do grid.
 
Então, no domingo, depois de também comandar o warm-up, Barrichello saltou muito bem da posição de honra do grid e não deu chances aos rivais. Michael passou Ralf antes mesmo da primeira curva e se colocou em segundo. O alemão caçula caiu para terceiro, sendo seguido pelo colega colombiano. Ambos acabaram sendo superados por Nick Heidfeld na sequência da primeira volta, mas o piloto da Sauber foi logo ultrapassado, caindo para quinto. Heidfeld ainda se envolveu em um incidente com Takuma Sato, provocando a entrada do safety-car durante a corrida. 
Barrichello largou melhor e dominou o GP da Áustria de 2002 (Foto: Ferrari)

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Ainda assim, as posições entre os ponteiros pouco mudaram. E a Ferrari ainda seguiu dominando. Parou duas vezes, a primeira antes da entrada da entrada do safety-car. Ralf e Montoya, por outro lado, foram aos boxes uma vez. Mas o alemão acabou perdendo o terceiro posto para o colombiano por ter entrado nos pits antes. 

 
O brasileiro, portanto, foi melhor durante toda a prova e liderou ‘quase’ de ponta a ponta, já que a perda da posição de líder aconteceu apenas nos metros finais da corrida austríaca, depois de uma ordem de equipe da Ferrari.
 
Como já havia feito um ano antes, quando pediu ao mesmo Barrichello que cedesse a segunda posição ao mesmo Schumacher, a esquadra italiana novamente lançou mão do recurso e exigiu que Rubens deixasse Michael passar pelo bem do campeonato – só que agora tratava-se de uma vitória. O líder chegou a contestar a cobrança da cúpula do time vermelho, mas acabou acatando a ordem. E só decidiu fazer isso já nos metros finais da corrida. Barrichello, então, reduziu a velocidade já na reta de chegada, permitindo a passagem de Schumacher. Montoya completou aquele pódio.
 
A imagem da ultrapassagem revoltou os fãs que estavam nas arquibancadas. Os austríacos não toleraram a marmelada protagonizada pela dupla da Ferrari e vaiaram em alto e bom som os dois pilotos no pódio. Assustado com a repercussão, Schumacher ainda tentou minimizar o estrago, trocando de lugar com o colega de time e lhe entregando o troféu de vencedor, mas isso só fez aumentar a fúria do público e da imprensa, que não poupou os personagens principais da história. 
 
O drama daquele final de corrida também ficou eternizado no Brasil na voz do narrador da TV Globo, Cleber Machado, que se mostrou incrédulo ao perceber a ordem de equipe já na linha de chegada. O ‘hoje, não, hoje, sim…’ acabou por se tornar um símbolo daquele 12 de maio de 2002.
O pódio foi marcado pelas vaias do público austríaco (Foto: Ferrari)
A repercussão
 
Como era de se esperar, a marmelada foi bastante criticada pela imprensa e os pilotos tiveram de encarar os jornalistas logo depois da prova. E a justificativa recaiu sobre a Ferrari: tanto Barrichello quanto Schumacher disseram que apenas cumpriram ordens. 
 
“Fui solicitado a ser ultrapassado”, afirmou Barrichello. “Hoje, lutei com todas as minhas forças para ganhar a corrida. No final, eles me pediram para deixar passar. Eu tentei conversar, dizendo que seria um gesto que causaria muita polêmica. E eles falaram que era uma decisão do time e ponto final. Nem discuti mais. Eu me sinto acima disso tudo. Saio daqui como vencedor”, completou.
 
Schumacher seguiu a mesma linha. “No ano passado eu até me envolvi naquela situação porque o campeonato estava mais apertado. Hoje, antes da corrida, me perguntaram se algo parecido iria acontecer e eu disse que nem estávamos pensando em estratégia. Aí eles me avisaram para passar e eu não fiquei satisfeito, como Rubens. Mas temos de olhar para as ambições e objetivos do time, que são os títulos”, disse o alemão.
 
Chefe da equipe Ferrari à época, Jean Todt também defendeu a postura de seu time, que acabou sendo multado em US$ 1 milhão poucas semanas depois. 
A repercussão da presepada (Foto: Reprodução)
Schumacher, que já vinha comandando o campeonato, conquistou seu quinto título na F1 meses depois, durante o GP da França, com seis provas de antecedência. 
 

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O arrependimento

 
Em recente entrevista, o agora novo diretor-esportivo da F1, Ross Brawn, admitiu que aquela decisão foi um erro e disse que, se pudesse, jamais teria concordado em pedir a Barrichello para ceder a vitória a Schumacher. “Refletindo, a Áustria foi um erro”, admitiu Brawn em entrevista à revista britânica ‘F1 Racing’. “Antes da corrida nós discutimos sobre como administraríamos essa situação se acontecesse. Então entramos na corrida, Rubens estava à frente de Michael e lhe dissemos: ‘Ok, pode deixá-lo passar agora’.”
 
“’Não, não me peça para fazer isso. Esta é minha grande chance de vencer a corrida. Não pode pedir para eu fazer isso!’, respondeu Rubens. Neste momento, Michael também estava no rádio e queria saber quando Rubens iria deixá-lo passar, como havíamos acordado previamente. Como conciliar tudo isso se não fizéssemos o que havíamos dito que faríamos na reunião. E assim foi, em última análise, por que dissemos a Rubens que ele teria de fazer isso e, claro, fez disso uma grande amostra do quanto ele estava chateado”, lembrou.
 
"Se pudesse voltar atrás, não teria feito o que fizemos porque as consequências foram maiores do que poderíamos considerar. Algo que deveria ter sido um assinto interno da equipe se tornou muito político", finalizou o britânico.
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