Monisha critica desprezo por equipes menores na F1: “Não deveria ser fácil dizer que não importa se alguém for embora”

Em entrevista ao site 'Crash.net', Monisha Kaltenborn afirmou surpresa por temporada tão ruim - ainda sem pontos -, falou que equipes menores não deveriam lutar para sobreviver com a renda que a F1 tem e avaliou a possibilidade da adoção de um terceiro carro por equipe para 2015

Em meio a uma temporada desastrosa da Sauber, Monisha Kaltenborn falou sobre pontos importantes para a equipe que chefia, como a dificuldade de 2014 e o problema da saúde financeira na F1. Monisha praticamente descartou as chances de a Sauber não estar na F1 em 2015, quando espera estar melhor do que em sua "pior temporada", como se referiu a 2014. Também falou do que acredita ser o necessário para a F1 adiquirir uma competitividade mais ampla: melhor distribuição de renda.
 
A dirigente tentou analisar o ano ruim e ainda sem pontos, dizendo que é uma surpresa para a própria equipe, mas que quem lida com a categoria por tanto tempo entende os altos e baixos.  "Eu diria que é nossa pior temporada desde que eu cheguei. É só olhar para a classificação, sem pontos. Já estivemos em penúltimo por momentos em outras temporadas, em algumas situações, as circunstâncias que levam a isso fogem a nosso controle e dificultam a reação. Então, sim, é a pior temporada", disse em entrevista ao site 'Crash.net'.
 
"Tem muita gente em nossa equipe que já estava aqui quando a Sauber se tornou uma equipe da F1, em 1993. Então, sabem como funcionam esses altos e baixos, e que as coisas são difíceis, especialmente como um time particular. O que eu posso tentar fazer é dar esperança e tentar mostrar que, quaisquer os que sejam os resultados, estamos trabalhando para melhorar. As coisas tem melhorado pouco a pouco, e é a única forma de manter o time unido", seguiu.
Monisha Kaltenborn crê que a F1 precisa tratar melhor os times menores (Foto: Getty Images)
Sobre a briga pelo nono lugar com a Marussia, Monisha assentiu que é bastante importante ultrapassar os dois pontos da Marussia, tanto moralmente quanto financeiramente. E ainda falou que a Sauber não tem forças como em outros tempos para garantir pontos apenas com suas forças: precisa aproveitar oportunidades.
 
"Conseguir o nono lugar tem uma perspectiva de moral para a equipe. A decepção de não conseguir existiria. Financeiramente, ajuda. Não dá para não considerar alguns milhões como dinheiro: é muito dinheiro. Quanto mais tarde, mais esses pontos importam. Sabíamos que seria difícil, mas não esperávamos estar nessa posição", falou.
 
No quesito financeiro, Monisha acredita que a inabilidade de todos em chegar a um entendimento é o grande problema. E mostrou certa insatisfação com o argumento de que só deveria participar quem tem plenas condições de arcar financeiramente com todos os gastos. Segundo ela, a defesa de que muitas outras equipes já acabaram em épocas diferentes não se aplica, pois a F1 hoje é muito distinta daquela de algumas décadas atrás.

"Acredito que o que está faltando é chegarmos todos a um senso comum. A oposição muda. Éramos um time de fábrica até pouco tempo, e juntos com mais alguns, nos certificávamos que os interesses dos times menores eram vistos. Hoje, estamos do outro lado. Se for comparar, você vai notar que não há o mínimo senso comum. Não creio que você possa soltar comunicados dizendo para não participar se não puder pagar, porque todos, grandes ou pequenos, investem pesado para poder competir nesse nível", disse.


"Não deveria ser fácil dizer que não importa se alguém for embora. E o argumento de que muitos times acabaram nos últimos 20 ou 30 anos não se aplica, porque não estamos na época em que dezenas de equipe estavam no grid e se classificar para as corridas era difícil", opinou. 
 
Sobre a possibilidade dos três carros por equipe para 2015, Monisha mostrou pouco entusiasmo e expectativa de que se confirme. Falou que a conversa não é nova, mas que sempre chegam à impossibilidade. É mais importante se concentrar em manter todos, disse. "É difícil dizer o quão realista é, porque não sabemos de todas as equipes. Mas a prioridade deve ser manter todos. Já tivemos essa discussão antes, não é novidade na F1. E sempre chegamos ao momento em que é difícil fazer isso", falou.
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