Médicos revelam que expectativa de vida de Lauda era de “poucos dias” sem transplante de pulmão

Niki Lauda esteve, nas últimas semanas, em situação grave. Se não fosse o transplante de pulmão pelo qual passou no último dia 2 de agosto, sua expectativa de vida era de "poucos dias", revelaram nesta quarta-feira (8) os médicos que cuidam do presidente não-executivo da Mercedes em Viena, onde Lauda segue internado.

No último final de semana, Walter Klepetko, um dos médicos responsáveis, já havia dito que Lauda foi "salvo por uma bomba de ar, que estava funcionando como se fosse o pulmão"

Nesta quarta, foi explicado que por situação crítica do fornecimento de oxigênio, Lauda precisou passar por uma ECMO, oxigenação membrana extracorpórea, que fornece oxigênio para o pulmão muito prejudicado, mas que isso só manteria Lauda vivo por poucos dias.

"Depois de 10 dias no tratamento, precisamos realizar uma ECMO. Depois disso, ele entrou na lista de pacientes que precisam de transplantes urgentes. Nesse momento, pudemos assumir que em dias ele receberia o novo órgão, pois a média de espera neste caso é de cinco dias", contou Konrad Hotzenecjer, médico responsável pelo transplante. 

Segundo o hospital de Viena, o quadro clínico de Lauda é "muito satisfatório". Nesta quarta, os médicos também explicaram como se dará o processo de recuperação do ex-piloto. 

"O pulmão tem uma excelente função primária, então pudemos tirar o suporte respiratório durante a operação. O pulmão tem funcionado bem", disse Hotznecker.

Christian Hengstenberg, diretor de cardiologia do hospital, afirmou que "foi possível dizer que o paciente sobreviveu e pôde ter os tubos retirados após 24 horas. Isso quer dizer que ele passou a respirar espontaneamente.  Isso é muito importante para nós e para o processo de cura. Podemos observar que ele está totalmente consciente e que tudo está funcionando bem. Tudo está em ordem."

Também foi dito que pacientes que passam por cirurgias como esse podem deixar o hospital após duas ou três semanas de recuperação. Mas que o caso de Lauda provavelmente demandará espera maior.

"Nossa taxa de sobrevivência é de 90% após um ano e 75% após cinco anos", afirmou Peter Kaksch, cirurgião torácico.

Por fim, Klepetko afirmou que é possível que Lauda volte às suas atividades normais – no caso, estar no paddock da F1. "A situação é: esperamos que ele volte à sua vida normal. O tempo dirá se atingimos nossa meta."