McLaren oficializa rompimento com Honda e confirma nova parceria com Renault até fim da temporada 2020

A primeira novela, sobre qual a nova fornecedora de motores da McLaren, se encerrou com final feliz para a escuderia britânica, que vai mesmo contar com a unidade de potência da Renault, em acordo válido por três anos. O novo acordo é peça-chave para a McLaren manter Fernando Alonso por pelo menos mais uma temporada em Woking

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É clichê falar sobre o quão vitoriosa foi a parceria entre McLaren e Honda entre as décadas de 1980 e 1990. Então, quando há três anos a parceria foi retomada, era de se imaginar que a escuderia, se não voltasse às glórias, ao menos brigaria com Mercedes e Ferrari no grid atual. Expectativas costumam falhar, claro, principalmente quando são tão altas. Mas, na proporção em que a parceria atual deu errado, é até constrangedor. Assim, a McLaren tomou a atitude que já se esperava há meses, quando os boatos começaram a correr no paddock: o contrato com a Honda, que iria até 2024, foi quebrado, e a equipe passará, nos próximos três anos, a ter seus motores fornecidos pela Renault. O acordo, que vinha se arrastando como uma novela, finalmente foi anunciado nesta sexta-feira (15), em Singapura.

Mas a fábrica japonesa vai seguir no grid do Mundial para tentar mostrar ao mundo que é capaz de construir um motor bom e competitivo nesta nova 'Era Turbo' da F1. Para dar sequência ao projeto, até agora nada vencedor, a marca de Sakura vai se aliar à Toro Rosso, equipe B da Red Bull. O acordo, também confirmado nesta sexta-feira e com prazo multianual, era condição sine qua non para que a McLaren pudesse receber as unidades de potência da Renault.

A fornecedora de Viry-Châtillon deixava claro, desde o começo, que não tinha condições de entregar seus motores para uma quarta equipe. Assim, com a anuência da Red Bull, a Toro Rosso vai se tornar a única cliente da Honda para o ano que vem, uma espécie de 'encubadora' para a equipe principal, caso a Honda finalmente acerte no projeto do seu motor. Tudo isso na esteira das informações que dão conta do fim do acordo entre Red Bull e Renault ao fim da próxima temporada.

Era a notícia que o mundo do automobilismo esperava para ter quase certeza que Fernando Alonso, que também há tempos diz que gostaria de determinar seu futuro neste mês de setembro, irá continuar na equipe. Seu contrato com a McLaren acaba ao final da temporada. A condição para sua permanência era que a equipe contasse com outro motor que não fosse o da contestada Honda. O "timing" é perfeito – coincidência ou não.

"O anúncio de hoje nos dá a estabilidade que precisamos para avançar com o nosso chassi e programa técnico para 2018 sem nenhuma hesitação", afirmou Zak Brown, no comunicado enviado à imprensa. "Como organização, a McLaren sempre trabalhou muito para formar parcerias duradouras com seus fornecedores técnicos. E estamos agora convencidos de que podemos trazer de volta esse valor real à Renault, enquanto vamos trabalhar para desenvolver o motor, bem como vencer corridas", completou.

Jérôme Stoll, presidente da Renault, também exaltou o novo acordo da fabricante francesa. "É a primeira vez que a Renault vai trabalhar com a McLaren e estamos orgulhosos dessa nova parceria com uma organização que possui uma história tão rica na F1", disse o dirigente.

"Esta aliança não é apenas técnica e esportiva, mas também vem com benefícios de marketing e comunicação. Sabemos que a McLaren vai nos levar pelo caminho certo e essa competição será em benefício de todos", acrescentou.

O acordo entre McLaren e Honda chega ao fim. Caminho livre para Alonso permanecer na equipe em 2018 (Foto: McLaren)

Segundo as primeiras informações oriundas da imprensa europeia, a McLaren pagará € 78 milhões, cerca de R$ 330 milhões, para terminar o contrato. Além disso, a equipe também perde o dinheiro fornecido pela Honda para o pagamento do milionário salário de Alonso e para pesquisa de desenvolvimento do carro da escuderia, também estimado em mais de R$ 300 milhões por temporada.

Mas a saída da Honda vai acalmar Alonso, que passou a temporada inteira se queixando da falta de poder e qualidade do motor Honda – causador de tantos abandonos e por transformar o espanhol em uma figura que aparece mais pelos momentos e declarações carismáticos ou por participar de provas fora da F1— as 500 Milhas de Indianápolis, no caso, que, claro, terminou em abandono. 

As ameaças, sempre veladas, de que Fernando sairia da McLaren em caso de manutenção da parceria, enfim se encerram. Se o "ultimato" supostamente dado por ele (sempre negado) for verdadeiro, não há motivo para que o bicampeão mundial não considere a batalha vencida e permaneça, já que na mesma medida que critica a Honda, elogia o time da McLaren, citando os esforços para que melhorias sejam alcançadas.

Zak Brown, diretor-executivo da McLaren, havia sinalizado o encerramento do contrato durante o final de semana do GP da Itália – o qual, aliás, Alonso abandonou por problemas no câmbio: "Eu acho que é provável que ele fique. Ele ama a equipe, ele está com mais vontade do que nunca em pilotar. Ele quer estar na F1 e quer que nós sejamos mais competitivos."

Alonso afirmou durante o fim de semana do GP da Itália que pode permanecer na McLaren por "um, dois ou cinco anos": "Não sei quanto tempo ainda vou durar na F1.  Me sinto melhor do que nunca, mais competitivo do que nunca e posso seguir pilotando este carro em alto nível", disse.

"Nunca houve qualquer dúvida sobre o comprometimento e a energia da Honda em sua missão de vencer na F1", disse Brown, na nota da McLaren que oficializou o rompimento da parceria com os japoneses.

"A Honda já havia provado que é uma vencedora. Por uma combinação de razões, entretanto, a nossa parceria não deu os frutos que todos nós queríamos. Mas certamente não foi por falta de trabalho e esforço de ambas as partes. Só que a hora de tomar direções diferentes chegou. Como companheiros de esporte, nós desejamos ver o grande nome da Honda de volta ao topo. O nosso esporte é melhor com seu envolvimento. E sei que essa é a opinião de todos na F1", completou.

O divórcio entre McLaren e Honda era tudo o que Alonso queria para continuar na equipe. E na própria F1 (Foto: McLaren)

Enquanto espera a confirmação de que Alonso seguirá na equipe, a McLaren agora torce para que a Renault forneça motores que a recoloquem como postulante ao título. Nesta temporada, a Renault tem parceria com Red Bull e Toro Rosso, além de sua propria equipe. Os resultados, porém, só aparecem com a Red Bull — principalmente com Daniel Ricciardo.

No caso de Max Verstappen, o holandês fez com que Alain Prost tivesse que se desculpar pessoalmente no GP da Bélgica, após o sexto abandono na temporada. Um sinal nada animador para quem terá a Renault como nova parceira.

É a segunda vez que a McLaren vai contar com uma fornecedora francesa de motores em sua história. A primeira vez foi em 1994. Dois anos antes, a Honda havia anunciado sua saída da F1 após anos de sucesso com a McLaren, que assinou um acordo de um ano de duração com a Ford para ter os mesmos motores da Benetton. Na temporada seguinte, o time britânico fechou parceria com a Peugeot, mas o casamento não deu certo, e o divórcio foi inevitável.

A fábrica francesa se mudou para a Jordan, enquanto a McLaren se uniu à Mercedes para uma aliança que durou 20 temporadas, indo de 1995 até o fim de 2014. No ano seguinte, o time firmou a nova e mal-sucedida aliança com a Honda, que se encerrará de forma melancólica ao término da atual temporada.

O quebra-cabeças para 2018 começa a se definir

A definição sobre a novela McLaren-Renault-Honda-Toro Rosso é o ponto de partida para uma série de acertos que estão por vir no mercado de pilotos para 2018. O centro das atenções passa a ser a segunda vaga da Renault para 2017. Nico Hülkenberg é nome garantido, até por contar com um contrato multianual com o time aurinegro. Jolyon Palmer, contestado, vai mesmo perder o posto para Carlos Sainz. O anúncio também foi feito nesta sexta-feira.

Aí, com o jovem e talentoso madrileno seguindo para o lugar de Palmer, surge a Williams no radar, com Kubica sendo até um postulante a uma vaga no time, colocando em xeque o lugar de Felipe Massa para a próxima temporada da F1.

ALONSO COLHE O QUE PLANTA E FICA SEM NOVAS ALTERNATIVAS NA F1 PARA 2018

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