McLaren coloca fim a novela, anuncia retorno de Alonso e mantém Button em vez de Magnussen para 2015

Demorou, mas saiu: a McLaren enfim anunciou a dupla de pilotos para a temporada 2015. Nesta quinta-feira (11), em Woking, a equipe inglesa tornou oficial a recontratação de Fernando Alonso, que passou pelo time em 2007, e a manutenção de Jenson Button para um sexto campeonato

A opção foi pela experiência: Fernando Alonso e Jenson Button são os titulares da McLaren na temporada 2015 do Mundial de F1. O tão aguardado anúncio, que fecha o grid do próximo campeonato, saiu nesta quinta-feira (11) na fábrica da equipe em Woking, na Inglaterra.

"Posso dizer seguramente que temos agora, por ordem de magnitude, que temos a melhor dupla do grid da F1", gabou-se Ron Dennis, o chefe que vai ter de reaprender a trabalhar com Alonso.

 
Alonso retorna à escuderia depois de uma passagem extremamente conturbada em 2007, há oito anos. Desde então, defendeu a Renault por duas temporadas e a Ferrari por outras cinco, de onde cansou de correr para não brigar por títulos. As fichas do espanhol mais uma vez foram depositadas na McLaren, que passará a contar com as unidades de força V6 turbo da japonesa Honda.
 
Mas a contratação de Alonso era tida como certa há alguns meses — foi cravada pelo jornalista Américo Teixeira Jr. no DIÁRIO MOTORSPORT, parceiro do GRANDE PRÊMIO, em 1º de outubro. Dúvida, mesmo, existia com relação ao seu companheiro de equipe.

"É uma das parcerias mais lendárias da história da F1, e eu tenho agora a honra de me juntar a ela. Estou vindo com enorme entusiasmo e determinação, sabendo que pode levar tempo para alcançar os resultados, mas isso não é um problema para mim", declarou o espanhol.

"Eu nunca escondi a minha profunda admiração por Ayrton Senna, meu piloto favorito, o meu ídolo na pista, a minha referência. Ainda lembro, quando criança, de ter no meu guarda-roupa os pôster de Ayrton. O kart que o meu pai construiu para minha irmã e para mim me fez me apaixonar por isso. Naquele kart já tinha uma essa lendária parceria da história da F1, McLaren-Honda, o carro que Ayrton pilotou, a mesma parceria que agora eu tenho a honra de me juntar para disputar a próxima temporada da F1", citou Alonso.

 
Campeão mundial com a Brawn em 2009, Button vai ter a oportunidade de defender a McLaren pelo sexto campeonato seguido em 2015. Além disso, torna a trabalhar com a Honda, montadora que representou na F1 entre 2006 e 2008.
 
Apesar dos 126 pontos anotados nas 19 corridas disputadas em 2014, 71 a mais que o dinamarquês Kevin Magnussen, a decisão de mantê-lo não foi tomada de bate-pronto. Primeiro, a McLaren afirmou que não anunciaria seu plantel antes de 1º de dezembro. No dia 4, fez uma reunião na qual seguiu sem tomar decisão alguma. E só agora, uma semana depois, foi capaz de confirmar a manutenção do inglês, cujo contrato foi assinado na noite desta quarta-feira.

"Estou extremamente animado em estar embarcando em meu 16º ano na F1 e minha sexta temporada com a McLaren. Estou certo de que McLaren e Honda vão atingir grandes coisas juntas. Também tenho certeza de que, trabalhando junto, todos nós vamos trabalhar muito duro para criar um brilhantemente efetivo time vencedor", disse. 

Preterido como titular, Kevin Magnussen segue na McLaren como reserva.

McLaren Honda em 2015 com Alonso e Button de titulares e Magnussen de reserva (Foto: McLaren)

A volta do Príncipe das Astúrias

 
Alonso teve uma tumultuada passagem pela McLaren no ano de 2007. Marcado pelo escândalo de espionagem que terminou com a equipe desclassificada do Mundial de Construtores e multada em US$ 100 milhões (mais de R$ 240 mi em valores atuais), o campeonato também viu uma guerra interna entre o espanhol e Lewis Hamilton, então apenas um novato. Acabou que o título foi parar nas mãos de Kimi Räikkönen, que fez um ponto a mais que Lewis e Fernando.
 
Depois de uma recisão mútua, Alonso se colocou no mercado novamente e fechou para voltar para a Renault, pela qual conquistou o bicampeonato em 2005 e 2006. Lá, permaneceu por mais dois anos antes de se mudar para a Ferrari com um acordo milionário. Acreditava que, em Maranello, teria todas as condições para faturar mais títulos. Não aconteceu.
 
O espanhol teve chance real de levantar duas taças: em 2010 e em 2012. Na temporada de estreia na Ferrari, chegou à prova decisiva em Abu Dhabi na liderança, mas permitiu a virada de Sebastian Vettel e amargou um doído vice-campeonato — especialmente porque, em parte, a derrota é explicada pelo erro tático que o deixou preso atrás de Vitaly Petrov pela maior parte da prova.
 
Em 2012, Alonso carregou um péssimo carro nas costas e liderou boa parte do campeonato, mas não deu conta de segurar a reação de Vettel na reta final e perdeu o tri novamente na última etapa, em Interlagos.
 
Nos últimos dois anos, jamais teve uma chance realista de ser campeão. Foi vice em 2013 com 155 pontos a menos que Vettel. Neste ano, aparece em quarto na tabela de pontuação com 133 pontos em 14 corridas — e apenas dois pódios.
 
A última vitória foi conquistada há mais de um ano, no distante GP da Espanha de 2013. O jejum de 33 provas sem vencer é o maior da carreira do asturiano na F1.
 
Campeão pela última vez há oito anos, Alonso, se voltar a ser campeão, vai ser o piloto que viveu a maior seca entre um título e outro. Niki Lauda ficou em jejum por sete anos entre 1977 e 1984.

"Está claro para mim que a McLaren e a Honda ainda estão vivendo o início de um processo que vai se tornar uma parceria longa e bem-sucedida", declarou Alonso no anúncio da equipe.

Jenson Button fez uma foto comemorativa com a McLaren em Abu Dhabi (Foto: Getty Images)
Mais Button
 
O GP de Abu Dhabi, merecidamente, não marcou uma despedida às avessas para Jenson Button. Na categoria desde 2000, o inglês terá a oportunidade de disputar seu 16º campeonato em 2015 — 20 corridas que deixá-lo-ão perto da expressiva marca de 300 GPs na carreira.
 
Button não sabe o que é vencer desde o GP do Brasil de 2012, última prova antes da McLaren entrar em declínio. É verdade que o campeão de 2009 teve muitos altos e baixos nas últimas três temporadas, mas o desempenho apresentado ao longo de 2014 serve para justificar sua manutenção.
 
Além disso, a idade não deve ser problema, já que ele tem um ótimo preparo físico. Na realidade, a experiência deve só ajudá-lo no trabalho junto à Honda e à própria McLaren no desenvolvimento do novo pacote técnico dos times.
 

Pela McLaren, Button tem oito das 15 vitórias da carreira e levou vantagem, em termos de pontos, sobre os três companheiros de equipe que teve: Lewis Hamilton, Sergio Pérez e Magnussen.

Button citou Prost como inspiração com "aquele carro vermelho e branco" e disse que "aquilo é poesia para mim" . E logo depois do anúncio, usou o Twitter. E brincou dizendo que tinha "acabado de acordar", perguntando o que estava acontecendo.

Agora pode falar!

Alonso e Button, agora companheiros de equipe, protagonizaram uma cena cômica na coletiva de imprensa da FIA no GP de Abu Dhabi. Perguntado se escolheria Jenson para ser seu companheiro em 2015, o espanhol ficou vermelho, e Button e Vettel não perderam a oportunidade de brincar ainda mais com o bicampeão.

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ENFIM COMPLETO: O GRID DA F1 2015
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MUDANÇA DENTRO
E FORA DAS PISTAS
Lewis Hamilton passou por altos e baixos após a conquista do título mundial em 2008. Para retornar ao topo da F1, superou crises, desentendeu-se e fez as pazes com o pai, e mudou de equipe em busca de um novo desafio. A recompensa chegou na forma do bicampeonato
 
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Leia a reportagem completa na REVISTA WARM UP.

NÃO TIROU O DEZ

Quando assinaram e uniram forças em 2009, Ferrari e Fernando Alonso tinha um objetivo em comum: conquistar títulos. Após a fracassada temporada 2014, os destinos de piloto e equipe voltam a se separar – sem o título. No entanto, Alonso ainda tem palavras de carinho com a escuderia de Maranello, onde acredita ter vividos os melhores anos de sua carreira. Para Alonso, seu nível enquanto esteve na Ferrari foi melhor que eu qualquer outro momento. O espanhol ainda destacou seus números em comparação ao companheiro de 2014, Kimi Räikkönen, mostrando ter sido muito superior.

Leia a reportagem completa no GRANDE PRÊMIO.

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