Mau desempenho em 2014 fez Räikkönen cogitar quebrar contrato com Ferrari e se aposentar, afirma jornal

Quando decidiu abandonar o mundo do rali para retornar à F1 pelas mãos da Lotus, Kimi Räikkönen tinha ciência de que o desafio era grande. Com um ótimo carro em 2012, conseguiu incomodar em muitas das provas a Red Bull de Sebastian Vettel e até obteve uma vitória em Abu Dhabi. Na temporada seguinte, abriu com novo triunfo na Austrália, mas o processo de desenvolvimento do carro não foi como os dos rivais. Mesmo assim, estava claro que ali estava o velho e bom Räikkönen.

A intempestividade de Fernando Alonso, que foi caçar vaga fora da Ferrari na Red Bull, fez Luca di Montezemolo se vingar e ir atrás de Räikkönen para formar dupla com o espanhol em 2014. Pobre Kimi. Nunca sofreu tanto. Com um carro fora do seu estilo, uma equipe sem comando e um ambiente de trabalho péssimo, Räikkönen parecia um arremedo de piloto. Fez só 55 pontos, quase 1/3 do que Alonso conseguiu. Se era genial, foi visto como fracassado. 

Ainda que tivesse um ano mais de contrato, Räikkönen pensou em largar tudo e ir caçar outra coisa para fazer. É o que revelou nesta segunda-feira (20) o jornal espanhol 'Marca'. "Ele não podia meter o carro onde queria, e isso lhe frustrava. Ele estava muito abatido', declarou uma fonte próxima ao piloto.

Segundo o jornal, as mudanças drásticas na escuderia e o redesenho da suspensão dianteira do carro, então nas mãos do velho conhecido James Allison, fizeram Kimi pagar para ver. Além disso, chegava ao time um dos únicos amigos no meio, Sebastian Vettel. "Agora ele quer ficar 100% na equipe. É outra pessoa. Ele está feliz e empolgado", continuou a fonte.

Vettel e Räikkönen se cumprimentam depois do GP do Bahrein sob o olhar feliz de Maurizio Arrivabene (Foto: Ferrari)

Räikkönen foi segundo colocado no GP do Bahrein deste domingo, vencido por Lewis Hamilton. Foi o primeiro pódio do finlandês em sua volta à Ferrari. O papo de renovar já corre o paddock, mas o chefe Maurizio Arrivabene prefere esperar mais um pouco. É uma tática psicológica.

Se tivesse completado o GP da Austrália — e não o fez por um erro da equipe nos pits —, Räikkönen estaria mais próximo de Vettel na classificação do campeonato. Kimi tem 42 pontos contra 65 do companheiro. Mas a diferença de 23 pontos pouco importa. O finlandês já provou em quatro provas que 2014 foi atípico.

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A questão não é pontuar o quanto falta para a Ferrari chegar de vez na Mercedes, mas apontar que o campeonato de 2015 ganhou cor – a vermelha – com a Ferrari, que soube fazer o dever de casa, fez-se equipe novamente e tem dois pilotos em perfeita sintonia refeitos de um ano ruim. A F1, ao que parece, está livre do marasmo que se anunciava.

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