Impaciência de Verstappen no ‘modo Márquez’ põe tudo a perder em ano que Red Bull encosta em Ferrari e Mercedes

Desde que estreou na F1, Max Verstappen não deixou dúvida sobre seu talento, arrojo e a certeza de que tem potencial de sobra para se tornar campeão mundial no futuro. Só que, ao mesmo tempo em que tem atitudes de veterano, também age com a impaciência própria de sua idade. E é exatamente esse comportamento de que pode colocar tudo a perder em um ano em que a Red Bull parece estar mais próxima de Ferrari e Mercedes

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Max Verstappen tem apenas 20 anos, mas já perdeu o direito de cometer erros de principiante na F1. É uma realidade cruel essa que se aplica ao holandês, mas é o preço por ter entrado tão cedo na maior das categorias e de já ter provado que tem talento suficiente para encarar nomes de peso como Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso. O holandês estreou com pinta de astro ainda na Toro Rosso. Mostrou do que é capaz e foi alçado à Red Bull menos de dois anos depois. Venceu logo na primeira corrida que fez como titular dos austríacos. Aí vieram as disputas mais acirradas e exibições de gala, como a atuação em Interlagos debaixo de muita chuva. Desde sempre, Max se apresentou forte e raramente deu sinais de sentir a pressão de estar onde está. Mas Verstappen de 2018 está contando uma história diferente.

 
O extremo arrojo do jovem vem dando lugar à impaciência. Na Austrália, depois de ser bloqueado por Sebastian Vettel ainda na largada, Verstappen se viu atrás da Haas de Kevin Magnussen. Estava andando forte, é bem verdade, mas também reclamando muito da ausência de uma configuração de motor que lhe permitisse atacar o dinamarquês. Não conseguiu nada. E acabou cometendo um erro de novato enquanto perseguia o adversário. Aí jogou tudo por água abaixo. 
Max Verstappen se envolveu em dois incidentes com Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)
Depois, veio a corrida no Bahrein. O #33 se equivocou logo na primeira parte da classificação e acabou no muro. Largou apenas do 15º posto do grid. A expectativa era por uma corrida forte da Red Bull, especialmente depois do ritmo apresentando durante os treinos livres. Max não teve sequer tempo. Logo nas voltas iniciais, se afobou para cima de Lewis Hamilton. E toque foi inevitável. Pior para o holandês, que teve o difusor danificado e um pneu furado. Fim da linha. Abandono doído.
 
Aí veio a corrida na China, e parecia que Verstappen finalmente tinha colocado a cabeça no lugar, especialmente depois de uma boa largada e um bom ritmo de prova. Mas aí veio a intervenção do safety-car, o chamado certeiro da Red Bull e a chance de vencer. Max, então, virou o seletor para o ‘modo Márquez loucão’ – lembrando a atuação desastrosa do campeão da MotoGP na Argentina – e saiu atrás do pelotão a única meta de ganhar posições e tentar a vitória. Mas, assim como o espanhol da Honda, Verstappen ignorou alguns rivais: foi para cima de Hamilton (de novo) e tentou a ultrapassagem onde claramente não dava. Mostrou impaciência uma vez mais e errou. Depois encontrou com Sebastian Vettel. Foi além e, ao passar do ponto, tocou no líder do campeonato e arruinou a corrida do ferrarista. É bem verdade que foi punido, mas a sanção mais severa mesmo foi a perda do triunfo.
 
Verstappen estava à frente de Ricciardo quando a corrida foi retomada. Ambos vinham consideravelmente mais velozes. A escalada do pelotão viria naturalmente e nenhum dos dois principais postulantes ao título ofereceriam resistência. A questão foi: faltou a Max ler melhor a corrida e anular a impaciência. Como dito no início, é cruel pedir isso a alguém com 20 anos e na maior das categorias, mas o piloto da Red Bull não pode nem jogar a culpa na juventude no momento em aceitou encarar de frente a F1. 
 
Agora, precisa reaprender. A primeira lição veio do próprio Vettel. Ao falar sobre incidente com o holandês, o tetracampeão não quis criar polêmica, mas deixou claro que a ação poderia ter sido evitada. “Só o vi [Verstappen] quando já era muito tarde. Deixei um pouco de espaço, mas esperava que ele viesse mais cedo. Não tinha intenção de resistir porque ficou claro com o Daniel [Ricciardo] que não fazia sentido. Eles eram muito mais rápidos com pneus novos. Não queria comprometer minha corrida em relação aos caras que vinham atrás, mas ele errou e travou os pneus, o que acontece quando se pega o vácuo na reta. Acho que ele julgou errado e comprometeu nossas corridas”.
 
Mas veio do conselheiro da Red Bull a posição da equipe. “Max cometeu um erro. Ele precisa se controlar. Disse a ele que não se exceda. Ele sabe o que perdeu”. A declaração foi ainda corroborada pelo própria pai de Max, o ex-piloto Jos Verstappen
Verstappen erra e acerta Vettel no hairpin do circuito de Xangai (Foto: Reprodução)
“Em algumas circunstâncias, Max tem de pensar mais. Não quero que ele mude seu estilo de pilotagem. Ele passou dois pilotos na largada e o fez perfeitamente. E isso é o que todos nós queremos ver, mas não o tipo de situação como a que aconteceu com Vettel. Ele precisa se controlar e pensar”, declarou o ex-Benetton e Arrows.
 
De fato, é isso. Verstappen não pode mudar quem ele é e nem a maneira de pilotar, porque foi isso que o colocou na posição em que está. Mas a experiência tem de jogar a favor do talento. E tem começar agora.

A verdade é que esquadra chefiada por Christian Horner construiu um carro equilibrado e que possui um ritmo de corrida forte, bem próximo ao das duas principais equipes do grid. A confiabilidade ainda é um ponto limitador, assim como a falta de potência dos motores da Renault, mas o RB14 em si é muito bom. E pode ficar ainda melhor nas mãos de uma das duplas mais afiadas do grid. Mas isso depende muito de Max.

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