Há dois anos sem vitórias, Alonso revela tristeza com período de transição, mas confia: “Voltarei a vencer em breve”

Depois de abandonar o GP da Espanha devido a um problema inusitado que prejudicou o funcionamento do sistema de freios da McLaren, Fernando Alonso reconheceu que vive um momento complicado e espera voltar a vencer em breve, mas minimizou período sem vitórias na F1

Há dois anos, Fernando Alonso brilhava com a Ferrari diante dos seus fãs e, com estratégia perfeita, conquistava sua 32ª e última — ao menos por enquanto — vitória na F1. Desde o triunfo no GP da Espanha de 2013, o bicampeão chegou a lutar pelo título mundial daquele ano, vencido por Sebastian Vettel, e desde o ano passado mergulhou numa espiral descendente na carreira. No fim do ano passado, Fernando, insatisfeito por não ter conseguido levar a Ferrari de volta ao caminho dos títulos, optou por deixar Maranello e voltar para a McLaren como líder de um ambicioso projeto que compreende também o regresso da Honda à F1 como fornecedora de motores. Mas o início do novo capítulo da sua passagem por Woking tem sido frustrante.

Em cinco corridas na temporada 2015, Alonso teve como melhor posição em corrida o 11º lugar no GP do Bahrein. O asturiano, que tinha esperanças de ao menos alcançar o top-10 no GP da Espanha e somar seus primeiros pontos no Mundial, amargou mais um abandono no campeonato, desta vez por conta de um motivo inusitado: uma sobreviseira jogada pelo piloto entrou de forma ocasional no duto de freio do MP4-30, levando Fernando a abandonar a prova para preservar sua segurança.

Alonso minimizou período sem vitórias na F1 e crê no regresso ao topo do pódio em breve (Foto: Beto Issa)

Nesta segunda-feira (11), Alonso se mostrou resignado com o atual momento na F1 nesta fase em que tenta levar a McLaren de volta ao topo da categoria. “Seria muito injusto ficar triste ou descontente. Sou piloto de F1, sou bicampeão do mundo, sou o cara com mais pontos em toda a história da F1, tenho a melhor família do mundo”, declarou o espanhol em entrevista ao diário ‘AS’, de Madri.

“Estou triste porque estou num período de transição que vai durar um tempo X para voltar a vencer em breve”, declarou Fernando. Entretanto, o piloto minimizou o jejum de vitórias. “Ter um troféu a mais ou a menos na vitrine da minha casa é um problema de ego ou de coisas materiais, e isso agora não me faz falta”, acrescentou.

Alonso também partiu em defesa de Jenson Button, seu companheiro de equipe, que ficou bastante insatisfeito com o desempenho de um carro “assustador” no GP da Espanha e disse que não espera pontuar em 2015. Na visão de Fernando, o britânico acabou falando de cabeça quente. “Ontem foi uma corrida difícil para nós. Desde fevereiro, temos enviado mil mensagens positivas, e ontem ele soltou uma pequena frase negativa que teve muita repercussão porque levou a manhã toda respondendo a mesma pergunta. Temos que entendê-lo.”

Apesar do cenário desanimador da McLaren, que tem em 2015 o pior início de temporada da sua história, Alonso mantém o discurso otimista e acredita que, em algum tempo, a equipe terá condições de brigar pelo topo da F1.

“Para isso é que estou na McLaren Honda, para tentar ganhar, sobretudo bater a Mercedes, e para isso você precisa adotar uma abordagem inovadora e agressiva, porque há uma grande vantagem, e tomara que a aposta da Honda dê seus frutos no futuro mais breve possível”, afirmou o bicampeão, que voltou a depositar suas fichas no melhor desempenho do MP4-30 dentro de duas semanas, nas duas de Monte Carlo, onde a McLaren-Honda fez história pelos vários triunfos conquistados por Ayrton Senna. “Mônaco é o circuito que menos exige do motor. Sabemos que nos falta performance no motor, e seguramente em Mônaco vamos poder suprir isso um pouquinho, e tomara que possamos ser mais competitivos em curvas”, concluiu.

Do tudo ao nada: os dois anos sem vitória de Alonso na F1

Desde o 12 de maio de 2013, Fernando Alonso disputou 37 GPs, sendo 33 pela Ferrari e os últimos quatro pela McLaren. Depois do seu grande triunfo na Catalunha com a F138, o asturiano teve uma temporada bastante consistente em termos de resultados, e embora tenha sido vice-campeão naquele ano, não conseguiu fazer frente ao avassalador Sebastian Vettel, que faturou o tetracampeonato pela Red Bull com três corridas de antecipação, na Índia.

Em 2013, Alonso ainda subiu ao pódio em seis etapas: Canadá, Inglaterra, Bélgica, Itália, Cingapura e Interlagos. No geral, foram 11 top-5 nas últimas 14 corridas daquele ano, tirando leite de pedra com um carro que evoluiu no fim da temporada e foi capaz de entregar resultados positivos também a Massa. No fim da geração dos motores V8 aspirados de 2,4 L, Alonso batia na trave mais uma vez e faturava seu terceiro vice em cinco anos na F1.

Há dois anos, Alonso vencia pela última vez na F1 (Foto: Shell GP/Getty Images)

Com a chegada de 2014, a F1 inaugurou a era dos polêmicos e silenciosos motores turbo V6 de 1,6 L. Mas não seria injusto chamar tal período de ‘era prateada’ graças ao domínio acachapante da Mercedes diante dos seus adversários. Pior para Alonso, que teve um ano bem difícil com a F14 T, que não tinha o melhor rendimento das novas unidades de força. Assim, Fernando garantiu apenas dois pódios em 19 etapas, obtendo o segundo lugar no GP da Hungria como seu melhor resultado no ano. No geral, o espanhol terminou apenas em sexto, com 161 pontos, muito longe do que almejado pelo piloto e pela própria Ferrari.

Segundo Montezemolo, a falta de bons resultados tornou Alonso “desagradável e mal-humorado”. Longe de ser bem-quisto em Maranello, Fernando deixou o time e apostou no projeto da nova McLaren-Honda. Disposto a conduzir a lendária parceria de volta ao caminho das vitórias, como foi nos tempos do seu ídolo Ayrton Senna, o piloto seguiu de mala e cuia para Woking bem na época que a Ferrari construiu um grande carro e a McLaren, por sua vez, patina com a falta de potência da unidade de força desenvolvida pelos japoneses em Sakura.

Ainda que a reconhecida capacidade de trabalho da Honda tenha de ser levada em conta, apenas o improvável poderia levar Alonso ao caminho das vitórias em breve. Nesta sua fase derradeira da carreira, Fernando, aos 34 anos, tem contrato com a McLaren até 2017, tempo em que terá pela frente a missão de leva-la novamente ao topo. Resta saber se o bicampeão terá paciência e motivação para cumprir com o desafio. Só o futuro dirá.

A VITÓRIA E A REAÇÃO?

Mesmo insistindo que não mudaria sua preparação e abordagem para a fase europeia, depois de um início de temporada bem abaixo do esperado em 2015, Nico Rosberg soube tirar bom proveito de um fim de semana pouco inspirado e cheio de problemas do líder Lewis Hamilton. E o alemão, como bem admitiu ainda em função da pole no sábado, precisava do triunfo, pelo campeonato e para si mesmo. E foi o que fez neste domingo, como resultado de um fim de semana de amplo domínio

CHATO, CHATO…

Sejamos sinceros: o GP da Espanha deste domingo não foi lá a corrida mais divertida do mundo. Não passou sequer perto disso. Teve uma boa disputa entre Daniil Kvyat e Carlos Sainz Jr. no final, mas nem entou na tela. Fora isso, o mais interessante foi a mudança de estratégia da Mercedes para que Lewis Hamilton passasse Sebastian Vettel e ficasse em segundo. 

No mais, a etapa catalã do calendário teve mesmo boas doses de zoeiras. Galvão Bueno estava insatisfeito com a FOM, Pastor Maldonado deu 'olá' a seu azar, Romain Grosjean atropelou um de seus mecânicos. Tanto que fizemos uma lista
AZAR INFINITO?

A fase de Fernando Alonso não é boa há muito tempo, e há muito se discute o quanto tem sido azarado. O espanhol teve de abandonar o GP da Espanha, vencido por Nico Rosberg, com problemas nos freios depois de viver um momento de fortes emoções nos boxes com a McLaren. Na hora de fazer seu segundo pit-stop da corrida, o espanhol não conseguiu parar o carro e por pouco não atropelou os mecânicos da equipe inglesa

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