Guia F1 2018: Ferrari ‘ataca’ e aposta em agressividade para alcançar Mercedes. Que crê em “diva previsível”

Um ano após a estreia da nova regulamentação instituída pela F1, as equipes puderam entender bem como funcionam seus carros e os de seus rivais. A Ferrari foi bem e diminuiu a distância para a Mercedes, mas não foi o bastante. Agora, a ordem em Maranello é atacar. Na Mercedes o ataque é preventivo, para conhecer bem o próprio bólido e manter a distância segura para as rivais

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A hora de tirar a capa se deu um mês atrás, em fevereiro, quando as equipes desfraldaram o segundo modelo de carros sob a égide das novas regras impostas na temporada 2017. Depois de um ano de pista para aprender minuciosamente o novo carro e avaliar onde estavam as rivais, é hora de definir a abordagem para os próximos anos. A Ferrari se reforçou em 2017 com relação à Mercedes, encurtou o completo domínio e ofereceu resistência na briga pelo título. No fim das contas, porém, os defeitos que ainda apareciam foram grandes demais. Em 2018, a marca de Maranello usou da agressividade para se sobrepor à rival.

 
O diretor-técnico Mattia Binotto agora tem mais rodagem coordenando o projeto da SF71H que assumira há um carro e um ano. O motor ferrarista mostrou força impressionante, acima do esperado, na verdade, há um ano. Muito por isso Sebastian Vettel liderou o campeonato entre os GPs da Austrália e de Itália. No fim das contas, seguidos problemas, punições e uma clara deficiência de potência que já iam se mostrando há várias corridas fizeram a força da Mercedes falar mais alto. 
 
A Ferrari é conservadora: é assim que, salvo momentos de impulsão dada por determinados visionários, sempre operou. Ao que parece, Maurizio Arrivabene não tem como seu feitio podar passos fora da caixa; Binotto certamente é afeito ao ousar. É por isso que a equipe italiana resolveu partir para cima, agressiva e com sangue nos olhos. Na parte técnica, é a tentativa mais arriscada de alcançar quem manda na F1 pelos últimos quatro anos.
 
A tradição ferrarista de longa distância entre-eixos foi apagada. Como a Mercedes se vale de uma compactação na distância entre-eixos, a Ferrari desenvolveu o novo projeto com um desenho semelhante. Nos corredores de Maranello, a expectativa é que a mudança faça a Ferrari render mais em pistas de média e alta velocidade ao passo que outras características do carro mantenham a soberania vista em pistas de enorme downforce em 2017.
Sebastian Vettel (Foto: Twitter/Sky Sports)

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Outra mudança específica foi o aumento substancial das aletas laterais. O destaque fica para a forma até revolucionária como a Ferrari transformou os retrovisores em uma aleta. O objetivo é controlar o fluxo de ar e, com isso, aumentar a estabilidade do carro ao direcionar a distribuição do ar.

O que deu para ser visto nos testes de pré-temporada de Barcelona foi que o carro é altamente confiável, bem como o motor. É crença geral é de que os gastos ferraristas com a unidade de força foram fora da curva, o que pode até representar um problema para as outras equipes no futuro, mas nesse momento apenas quer dizer que o motor é resistente e potente. Os pneus Pirelli, também renovados em relação ao ano passado, caíram bem na Ferrari.

"Nós ainda precisamos trabalhar em performance e no sentido de conhecer melhor o carro", admitiu Sebastian Vettel após os testes de Barcelona. "Em termos de confiabilidade, o carro parece sólido como uma rocha. Nós não tivemos nenhum grande problema ou maiores preocupações, então tenho de tirar o chapéu para os homens da fábrica", seguiu.
 
"Nós demos muitas voltas [na pré-temporada], então creio que tudo está OK. E isso foi importante para entender melhor o carro. Ainda há, porém, coisas que temos de fazer. Mas estou feliz com o carro. Tenho uma boa sensação e acho que melhoramos muito", finalizou.

Desta vez é um trabalho mantido com todas as ideias em continuidade: não há uma repaginação no setor diretivo como antes de 2015 e nem a saída repentina do chefe do projeto, como aconteceu com James Allison em 2016. Binotto e Arrivabene chefiaram o processo comandado pelo projetista-chefe Simone Resta e o diretor de aerodinâmica Enrico Cardille. A Ferrari conhece bem suas entranhas e, espera-se, sabe exatamente onde agredir a Mercedes. Ao que tudo indica, fez exatamente isso: atacou.

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Os chefões de Mercedes e Ferrari, Toto Wolff e Maurizio Arrivabene (Foto: Beto Issa)

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A Mercedes retrucou. Com evoluções na unidade de força, espera responder bem ao limite de apenas três partes do motor na temporada, uma novidade deste ano e que obriga as fornecedoras a criarem unidades ainda mais duradouras. E sem perder a potência, claro.

 
Mas a mudança não para por aí no W09. O conceito da asa dianteira é uma evolução em relação ao do ano passado e a asa traseira é diferente também. À frente, uma junção trechos distintos próximos à asa abriram um espaço bem maior para alterar por completo o fluxo de ar que circunda os pneus dianteiros.
 
Mais atrás, ainda uma definição sobre estilos de asas. Mas a Mercedes apresentou um modelo de mais downforce e arrasto e um de menos durante a pré-temporada. O trabalho da Mercedes, assim como o da Ferrari, é para manter os pontos fortes do ano passado – pistas médias e de alta velocidade – e fazer o desempenho em pistas mais lentas melhorar.
 
De acordo com o diretor-executivo Toto Wolff a maior das intenções da Mercedes não é trucidar o estilo 'diva', como os próprios membros da equipe apelidaram a Flecha Prateada do ano passado. Segundo Wolff, Lewis Hamilton e Niki Lauda, o carro brilhava e desaparecia por conta própria, sem deixar muitas pistas. A Mercedes não quer que o W09 perca as decisões próprias: quer apenas entender melhor como o processo de tomada de decisões funciona. 
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Lewis Hamilton (Foto: Mercedes)

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“O conceito é muito diferente. Tentamos manter nossa filosofia dos últimos anos e desenvolvê-lo. O regulamento permanece estável, de modo que não há muitas mudanças. As mudanças estão nos detalhes. O mais visível é a estreiteza do conjunto. Esperamos manter o caráter de ‘diva’ do carro. Mas aquele [W08] era um carro difícil de entender às vezes. Esse ano queremos entendê-lo melhor e melhorar sua pilotagem”, explicou.

 
“O desenvolvimento foi muito desafiador. Se você olhar as estatísticas, o carro de 2017 era mais rápido. Lembro da grande performance em Monza, mas em outras corridas não entendíamos bem o carro. O objetivo é otimizar o pacote para minimizar as dificuldades que o carro tem. Não foi fácil e ainda não conhecemos o resultado. Vamos saber mais em Barcelona”, afirmou o dirigente austríaco.
 
Como Hamilton disse, o maior objetivo da Mercedes é "completar todas as voltas da temporada". Se as Flechas Prateadas forem capazes disso, Ferrari e Red Bull estão a perigo.
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