Fangio é melhor piloto da história da F1, Senna fica em 4º e Schumacher é só 8º, aponta pesquisa de universidade

Juan Manuel Fangio é o maior piloto de todos os tempos da F1. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra. O autor do trabalho, o Dr. Andrew Bell, desenvolveu uma análise estatística para chegar aos resultados, descartando o peso do carro no desempenho dos pilotos. Ou seja, o pesquisador priorizou o talento para determinar os melhores competidores da história da maior das categorias.

 

Considerando o impacto de um carro vencedor nos resultados, o maior piloto de todos os tempos em termos de número de vitórias é Michael Schumacher. Mas o estudo tirou o efeito da equipe e 'rebaixou' o alemão para o oitavo lugar — isso porque a pesquisa levou em consideração também o desempenho de Schumacher nos anos de Mercedes, em que foi superado constantemente por Nico Rosberg. Antes do heptacampeão, a lista tem Fangio na primeira colocação, enquanto Alain Prost aparece em segundo. O terceiro lugar é do bicampeão Jim Clark, logo à frente do tricampeão Ayrton Senna.

Entre os pilotos atuais, Fernando Alonso – bicampeão entre 2005 e 2006 – é o melhor colocado, na quinta posição. Alonso, inclusive, surge na frente de nomes como Nelson Piquet, Jackie Stewart, Schumacher e Emerson Fittpaldi. Sebastian Vettel é o décimo da lista. Curiosamente, Christian Fittipaldi, que sequer venceu na F1, é o 11º da tabela, uma posição melhor que o tricampeão Lewis Hamilton.

 

"A questão sobre 'quem é o melhor piloto da F1 de todos os tempos' é difícil de responder, porque nós não sabemos até que ponto os pilotos conseguem seus resultados com base no talento ou no carro que estão guinando. A questão tem fascinado os fãs por anos e tenho certeza de que vai continuar", disse o autor da pesquisa britânica.

 

"O nosso modelo estatístico nos permitiu formar um ranking e avaliar a importância relativa dos efeitos das equipes e dos pilotos. E há resultados surpreendentes. Por exemplo, Christian Fittipaldi está no top-20, enquanto Niki Lauda nem aparece no top-100. Esses pilotos correram em equipes diferentes e seus legados, portanto, também são distintos", explicou.

Bell explicou que a alta colocação de Fittipaldi se dá porque o brasileiro andou apenas por uma equipe com baixo ranking e não chegou a "ser testado com um bom carro". As ordens de equipes, que sempre foram alvo de polêmica na F1, também foram consideras pela pesquisa. 

"Um modelo semelhante poderia ser usado para responder a uma variedade de questões na sociedade em geral. Por exemplo, o quanto uma empresa afeta a produtividade de um trabalhador ou o quanto em termos de classe, como o quanto o bairro interfere nos níveis de escolaridade", acrescentou o pesquisador.

 

O estudo ainda apontou que a equipe importa seis vezes mais do que os pilotos quando se trata de sucesso na F1, e que isso só aumentou ao longo dos anos. Além disso, a pesquisa mostrou que o desempenho dos pilotos em circuitos de rua vale mais do que em pistas normais.

O GRANDE PREMIUM desenvolveu uma fórmula estatística em que avalia os pilotos das nove principais categorias internacionais, considerando seus resultados nos últimos três anos e na atual temporada, além do peso e da competitividade do campeonato, gerando o Super Ranking.