Em São Paulo para GP do Brasil, pilotos franceses se espantam com atentados em Paris e questionam: “Por que isso?”

Romain Grosjean e Pierre Gasly, pilotos de Lotus e Red Bull, estão em São Paulo para o GP do Brasil deste domingo. Foi daqui que eles souberam dos atentados terroristas que abalaram Paris na noite desta sexta-feira (13)

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Sem qualquer alerta emitido previamente, Paris se transformou num caos na noite desta sexta-feira (13). As primeiras informações foram desencontradas, como normalmente funciona em situações como a dos ataques terroristas conjugados de hoje. Mas após horas de números de mortos conflitantes, oficiais da prefeitura parisiense falaram em 153 pessoas mortas nos seis ataques. Na manhã do sábado, 129 foi o número confirmado pelas autoridades – ainda com 352 feridos. Cerca de uma centena deles, dentro do centro de artes Bataclan.  Eram mais de mil reféns no Bataclan quando a polícia invadiu o local após relatos desesperadores de que os terroristas estavam matando os prisioneiros sem qualquer pudor. Os atentados terroristas coordenados atacaram uma das maiores cidades do mundo. No Brasil para o GP do final de semana em Interlagos, Romain Grosjean e Pierre Gasly, os franceses da F1, rapidamente fizeram comentários no Twitter.

 
Durante o jogo amistoso entre as seleções de França e Alemanha, no final da tarde da sexta no Brasil, noite parisiense, ataques por toda a cidade eclodiram. No estádio, pessoas foram impedidas de sair e o presidente François Hollande teve que ser evacuado do jogo; no Bataclan, onde uma banda de rock americana – a Eagles of Death Metal – se apresentava, cerca de 1000 pessoas foram feitas reféns; na Praça de República, um homem com um fuzil AK-47 atirou em civis. Tiroteios pela cidade. Um clima de total terror espalhado por seis ataques. O analista de terrorismo da rede de TV americana CNN, Paul Cruickshank, foi tão longe quanto dizer que "não se viam cenas como estas nas ruas europeias desde a Segunda Guerra Mundial".
Gramado do Stade de France foi tomado após fim do amistoso França x Alemanha (Foto: Getty Images)

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Grosjean, de imediato, mandou uma mensagem. "Não há palavras para descrever o que está acontecendo em Paris. Mas por que isso?". Já Gasly, reserva da Red Bull, mostrou total descrença. "Não acredito no que está acontecendo em Paris. Somos todos parisienses, essa noite. Somos humanos para vivermos juntos, não nos matarmos. Parem". E seguiu com uma foto pedindo para que rezem por Paris.

Paris em noite terrível com ataques pela cidade toda (Foto: Getty Images)

Entre as informações confirmadas, uma vem de um jornalista da BBC em Paris, cujo nome não foi divulgado, que estava num dos locais atacados, o restaurante Petit Cambodge, e relatou ter visto "ao menos dez mortos". Na verdade, na noite da sexta falava-se em 14 pessoas mortas no restaurante; 112 pessoas no Bataclan; 19 no bar Le Belle Epuipe; mais quatro pessoas na Praça da República; e quatro ao lado do Stade de France. A polícia ainda confirmou a morte de quatro dos terroristas que executaram os ataques – três deles usavam cintos com explosivos presos ao corpo.

Imediatamente após ser retirado dos camarotes do Stade de France – onde a seleção francesa jogava – junto do ministro do interior francês, Bernard Cazeneuve, Hollande decretou estado de emergência na cidade. Segundo a polícia, dois ataques suicidas e uma explosão ao lado do estádio foram as causadoras das mortes por aquela parte. O Stade France fica em Saint-Denis, ao norte de Paris. A Federação Francesa de Futebol confirmou que três pessoas morreram no estádio. Mais uma foi confirmada algumas horas mais tarde.
 
Segundo afirma a CNN, reféns que estavam no Bataclan enviavam mensagens de texto a conhecidos. O pedido deles era que a polícia invadisse, porque os terroristas matavam os prisioneiros um por um. Eram mais de uma centena. No entanto, mais ou menos às 21h55 (de Brasília), a polícia confirmou que o sequestro havia acabado. Ao menos dois dos três terroristas que lá estavam, morreram. Cerca de meia-hora depois, a confirmação da polícia: ao menos 100 pessoas morreram por lá, além do terceiro autor do ataque. Mais 15 minutos se passaram até que o número fosse aumentado por oficiais de prefeitura de Paris: não menos que 140 vidas haviam sido tiradas na casa de show. O número de mortos aumentou para 153 em poucos minutos. Na manhã do sábado, o gabinete da presidência desmentiu os funcionários da prefeitura e cravou 127 vítimas fatais naquele momento, mas ainda com possibilidade de crescimento por conta dos feridos.

Em comunicado oficial logo após os ataques, Hollande afirmou que sabe quem são os responsáveis. “O estado de urgência será decretado, e a circulação poderá ser interditada”, disse o mandatário. Para ele, os atentados em Paris na noite desta sexta são “sem precedentes”. “Vamos mobilizar toda a força possível para neutralizar a atuação dos terroristas e garantir a segurança”, garantiu. No sábado pela manhã, pôde confirmar: o Estado Islâmico foi mesmo quem esteve por trás dos atentados.

 
“Vamos mobilizar toda a força possível para neutralizar a atuação dos terroristas e garantir a segurança”, disse. "Frente ao terror, a França deve ser forte e grande, e as ações devem ser duras. De frente ao pavor, há uma nação que sabe se defender e que mais uma vez vai vencer os terroristas", afirmou.
 
"Podem ser feitas buscas em todo o território. Vamos fechar as fronteiras para ter segurança de que ninguém irá entrar para cometer qualquer ato contra a França. E também para aqueles que cometeram esses atos possam ser presos caso tentem fugir", seguiu o presidente.
 
"Os terroristas querem nos deixar com medo. Face ao terror, a França deve ser forte e deve ser grande". Ele terminou o comunicado com "Viva a França".
Rival político de Hollande, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy cumprimentou a decisão do atual mandatário de fechar as fronteiras. E afirmou que "os terroristas declararam guerra à França".
 
"De frente aos ataques terroristas de imensa gravidade, mando meus pensamentos para as vítimas deste ato de barbárie e suas família, entes queridos e forças de segurança com sua coragem exemplar. Nestas circunstânicas trágicas, é necessário a solidariedade de todos os franceses. É com este espírito que eu apoio a decisão de hoje à noite de declarar um estado de emergência e o fechamento das fronteiras", falou Sarkozy.
 
"Os terroristas declararam guerra à França. Nossa resposta deve expressar firmeza e determinação a todo o momento", finalizou.

Nas redondezas de Paris, pessoas abriram suas casas para outras pessoas que fugiam dos atentados. Como são diversos tiroteios pela cidade, muita gente está pelas ruas, longe de casa. A campanha #PorteOuverte – porta aberta -, pelas redes sociais, serviu para identificar quem abria a casa.

Em duas semanas, Paris recebe uma conferência sobre questões climáticas onde entre 40 e 50 mil pessoas vindas de 95 nações diferentes são esperadas. O evento é uma assinatura de Hollande e da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que tratam o assunto como algo primordial de seus respectivos mandatos. 

Três brasileiros foram feridos nos atentados: uma mulher e dois homem. Um deles, Gabriel Sepe, foi atingido por três tiros nas costas, passou por cirurgia e tem estado estável sem risco de morte. Camila Issa também foi alvejada nos braços, mão e pernas, mas sem tanta gravidade. Um terceiro vitimado, Diego Senna, estava no Petit Cambodge, mas saiu apenas com arranhões. Em entrevista à GloboNews, a cônsul-geral do Brasil em Paris, Maria Edleusa Fiontenelle Reis, não divulgou informações na noite de sexta – apenas no sábado.

Médicos amparam ferido em Paris (Foto: Getty Images)

POR QUEM ESTAVA LÁ

O jornalista Julian Pearce estava no Bantaclan assistindo ao show que por lá acontecia. Sua descrição da sequência de fatos, dada à CNN, é desesperadora. Pearce contou que os terroristas não estavam mascarados, uma clara demonstração de que não esperavam terminar a noite vivos. E que estavam parados, quietos, atirando nas pessoas "como se fossem pássaros".
 
"Eagles of Death Metal estava tocando por quase uma hora e, do nada, ouvimos sons de tiros atrás de nós. Quando eu olhei para trás, pelo menos dois homens, sem máscara – eram pelo menos dois, talvez três, a confusão não me deixa saber claramente -, segurando rifles de assalto AK-47 estavam atirando aleatoriamente na direção do público. Eram jovens, no máximo 25 anos. Caras aleatórios com uma Kalashnikov nas mãos", disse. 
 
"Então, claro, todos deitamos no chão para não nos machucarmos. Foi um grande pânico. Os terroristas atiraram em nós por algo como 15 minutos. Estavam parados lá, atirando em nós como se fôssemos pássaros", relatou.
 
"Foi um banho de sangue. Eles atiraram em nós e recarregaram as armas múltiplas vezes. Eu escapei porque eles recarregaram, basicamente. Esperei até a hora dele recarregar para correr e escalar o muro e me esconder atrás. Foi chocante, atiraram em nós por 15 minutos. Foi muito, muito longo. O teatro não é tão grande, cabem cerca de 1000 pessoas, mas estava cheio. Não havia lugar vazio, estava lotado. Foi fácil para eles", terminou.

REAÇÃO INTERNACIONAL

Antes inclusive de Hollande, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez questão de fazer um comunicado de emergência onde prometeu ajudar ao governo e povo francês. Em 2001, o país de Obama passou pelo mais brutal atentado terrorista conjugado da história contemporânea. Mais de 2.700 pessoas morreram em 11 de setembro daquele ano nas torres do World Trade Center, no Pentágono e na queda do voo United 93, que rumava para a Casa Branca.

"Aqueles que acham que podem aterrorizar o povo da França e os valores que eles representam estão errados", afirmou Obama, dizendo que os EUA estão prontos para ajudar a França a "responder" ao ocorrido. "Esse é um ataque não apenas contra Paris e o povo da França. É um ataque contra a humanidade e os valores que compartilhamos", encerrou Obama.

O Estado Islâmico ainda não assumiu responsabilidade pelos ataques – embora Hollande tenha atribuído à organização jihadista a responsabilidade -, mas as autoridades internacionais parecem ter poucas dúvidas de que foi a organização terrorista a responsável. Tanto que, além de comunicado oficial de Obama, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que está pronto para trabalhar junto aos Estados Unidos para exterminar o EI.
 
Os ataques acontecem coincidentemente no dia em que a informação da morte de uma das faces do EI, o terrorista conhecido por Jihad John, em ataque militar americano na Síria.
Várias áreas de Paris estão isoladas (Foto: Getty Images)

CHARLIE HEBDO

Apenas dez meses atrás, em janeiro, a França já havia sofrido um ataque terrorista de grandes proporções quando Chérif e Said Kouachi, ambos ligados ao grupo Al-Qaeda no Iêmen, entraram armados na redação do jornal 'Charlie Hebdo', famoso por seus cartoons ácidos, e massacraram dez pessoas no prédio e mais dois policiais. No dia seguinte, Ahmed Coulibaly, ligado aos dois, matou um policial no sul de Paris.
 
No terceiro dia seguido do ataque, 9 de janeiro, os irmãos Kouachi e Coulibaly atacaram uma gráfica e um marcado de comida judaica, onde mais quatro pessoas fora assassinadas. Os três terroristas foram mortos.
 
Já no dia 15, a polícia da Bélgica comandou uma operação que matou dois suspeitos numa ação de inteligência numa célula terrorista em Verviers, aproximadamente 20 km distante do autódromo de Spa-Francorchamps.
 
Depois dos ataques de hoje, a Bélgica seguiu o exemplo francês e também fechou suas fronteiras.

NO BRASIL

O governo brasileiro também fez seu comunicado de repúdio aos atentados através do Ministério das Relações Exteriores. Além disso, disponibilizou um contato para brasileiros na França que precisem de algum tipo de apoio. 
 
"O Governo brasileiro manifesta sua profunda consternação pela série de bárbaros atentados ocorridos na noite desta sexta-feira em Paris, que resultaram em várias dezenas de vítimas, entre mortos e feridos.
 
Ao mesmo tempo em que transmite suas condolências aos familiares das vítimas e empenha sua plena solidariedade ao povo francês e ao Governo da França, o Brasil condena os ataques nos mais fortes termos e reitera seu firme repúdio a qualquer forma de terrorismo, qualquer que seja sua motivação.
 
O Consulado-Geral do Brasil em Paris acompanha de perto a situação, de forma a prestar apoio aos cidadãos brasileiros. O plantão do Consulado pode ser acessado no número: +33 6 80 12 32 34".
O Cristo Redentor foi iluminado nas cores da bandeira francesa (Foto: Reprodução/Twitter)

OUTROS FRANCESES DO AUTOMOBILISMO

Em sua conta no Twitter, Éric Boullier, da McLaren, se disse triste e chocado com o ocorrido na capital de seu país. Jean-Éric Vergne, que deixou a Toro Rosso ao final de 2014, e Charles Pic, ex-Lotus, também puseram seus depoimentos na rede social.

ENQUANTO ISSO

Na pista, as Mercedes tornaram a sobrar em relação às demais equipes. Lewis Hamilton liderou a primeira sessão de treinos livres com 0s5 de vantagem para Nico Rosberg. O alemão devolveu o prejuízo no TL2.

 
Único francês do grid atual da F1, Grosjean passou boa impressão no segundo treino livre, conseguindo cravar o sétimo melhor tempo, pouco mais de 1s2 mais lento que Rosberg. Grosjean colocou 0s5 em cima de Pastor Maldonado.
 

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Posted by Grande Prêmio on Quinta, 12 de novembro de 2015

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