Ecclestone vê julgamento em caso de suborno começar em Munique sob rumores de afastamento do comando da F1

Bernie Ecclestone vai enfrentar a maior corrida por sua liberdade. O julgamento do caso de suborno a um banqueiro alemão começa hoje em Munique e pode colocá-lo na cadeia pelos próximos anos. Mas mesmo que não vá para o xilindró, a CVC deve tirar todo seu poder e afastá-lo do controle da F1

A vida de Bernie Ecclestone começa a ser definida nesta quinta-feira (24). O dirigente de 83 anos está em Munique para o início do julgamento do caso que trata da acusação de suborno a um banqueiro alemão na negociação da venda de ações da F1 a um grupo ligado ao próprio Ecclestone. Se condenado, Ecclestone pode pegar 10 anos de prisão, além, obviamente, de perder o rígido comando da categoria.

Segundo a acusação, Ecclestone está envolvido em um "caso especialmente grave" pelo pagamento de US$ 44 milhões (cerca de R$ 106 milhões) a Gerhard Gribkowsky, que os promotores alegam ter faciltado a venda da Formula One Group a um comprador atrelado aos negócios de Bernie, a CVC.

O ex-banqueiro do Bayerische LB foi considerado culpado por corrupção, evasão fiscal e abuso de confiança por este tribunal de Munique, condenado a oito anos e meio de prisão na Alemanha e cumpre a pena atualmente. 

Bernie Ecclestone pode ficar atrás das grades por dez anos (Foto: Getty Images)

A defesa de Ecclestone consiste na afirmação de que o pagamento foi feito para evitar que Gribkowsky fizesse denúncias ao HM Revenue & Customs, o Fisco britânico, que era o próprio dirigente da F1 quem controlava a Bambino Holdings, uma empresa que sempre foi ligada — e até onde se sabe, de fato tem como seu cabeça Bernie. Neste caso, Ecclestone deveria pagar os impostos referentes ao lucro do fundo que comandava, algo em torno de pomposos R$ 9,5 bilhões.

Ecclestone também temia que o caso fosse exposto à mídia, o que poderia levar à perda do comando da F1. Uma vez devidamente divulgado, é o que deve acontecer. Uma fonte da CVC falou ao jornal 'The Times' nesta quinta-feira que o grupo de investimento vê que é impossível a categoria ser gerida por um "nada verdadeiro e confiável" Bernie. "Acabou", sentenciou um diretor da CVC. "Na verdade, já acabou faz algum tempo, mas Bernie continuou como cara do esporte até terem início seus julgamentos, que foram devastadores.

A mesma fonte falou ao jornal que "alguns vão sentir falta dele, mas ele já não é indispensável. Nenhum outro profissional do esporte espera continuar com o estilo opaco de negócios que se tornaram norma com Ecclestone. Chegou a hora de a F1 limpar a casa", disse duramente.

O caso na Alemanha vai consistir de um painel de juízes cujo presidente é Peter Noll, o mesmo que condenou Gribkowsky. Se Bernie foi a principal testemunha contra o ex-banqueiro em 2011, agora as coisas se invertem. O julgamento agora deve ir até 16 de setembro, e Ecclestone é obrigado a comparecer em todas as sessões, a não ser que tenha alguma alegação médica para não estar presente.

Há pouco mais de dois meses, Ecclestone ganhou um processo multimilionário na Alta Corte de Londres, mas o juiz do caso, afirmou que o negócio envolveu um "acordo corrupto". Um ex-acionista da F1, a empresa de mídia alemã Constantin Medien, processou o chefão do Mundial e outros réus em US$ 144 milhões (R$ 344 mi), alegando que foi prejudicada no momento da venda da maior categoria do automobilismo ao grupo de investimento CVC. A Corte entendeu que a Constantin não sofreu perda financeira. 

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