‘Dobos Torta’: GP da Hungria mostra melhor da F1 em 2014 e expõe imperfeições da Mercedes

O GP da Hungria foi generoso com os fãs e proporcionou um grande espetáculo, mas também deixou claro que a Mercedes já não é tão perfeita como se imaginava. Falando do vencedor, Daniel Ricciardo foi aplaudido e disse que crê que o campeonato ainda está aberto

APESAR DE TODAS as mudanças no regulamento técnico e das queixas em função dessas mesmas alterações, a F1 em 2014 vem se mostrando generosa, com provas agitadas, grandes performances e uma disputa pelo título que promete reeditar alguns dos melhores duelos da história do Mundial, mas esse GP da Hungria, vencido hoje por Daniel Ricciardo, talvez tenha sido o ápice desse novo momento da maior das categorias. E até é bom pensar que agora a F1 só volta daqui quase um mês, assim a repercussão desta tarde em Hungaroring não se perderá na correria do noticiário do campeonato pelo mundo. 

A prova foi tão intensa e absurdamente monstruosa do ponto de vista da performance de quem esteve no pódio, que os três primeiros colocados, Ricciardo, Fernando Alonso e Lewis Hamilton foram aplaudidos de pé pelos jornalistas, assim que entraram na sala da coletiva de imprensa da FIA, logo depois da festa do champanhe, onde foram ovacionados pelo público. Até eles estavam exaustos.

Lewis Hamilton e Nico Rosberg (Foto: Mercedes)

A chuva pouco antes da largada e o primeiro safety-car, por conta da batida de Marcus Ericsson na sétima volta, apenas ajudaram a deixar mais nítidos alguns elementos importantes desta incrível temporada. O primeiro ponto a destacar aqui é a Mercedes. Na Hungria, ficou claro que a equipe alemã não é assim tão perfeita, como vinha demonstrando nas primeiras etapas. Além disso, o time não soube gerir as estratégias diferentes de seus dois pilotos e agora ainda terá de lidar com um mal-estar criado pela decisão de pedir a Lewis Hamilton que deixasse Nico Rosberg passar na parte final da corrida.

A ideia da esquadra era ter feito o alemão tirar chance dos pneus macios e tentar alcançar a Ferrari e a Red Bull, para então voltar à briga pela vitória. Hamilton não gostou da postura da equipe, ignorou o pedido e continuou seguindo sua própria tática. Depois, Lewis se disse chocado com a ordem da equipe.

O clima não é dos melhores por lá, mas Toto Wolff, o chefão, tentou colocar panos quentes, dizendo que o time “tinha muitas decisões para tomar” e que foi “difícil julgar qual era o melhor caminho”. O austríaco ainda foi bastante polido ao falar do comportamento de Hamilton, dizendo que na decisão do piloto pesou o lado emocional. O tempo até Spa será deveras importante para a Mercedes a assentar a poeira e se recolocar nos trilhos.

Mesmo sendo a equipe que mais cresceu nesta primeira fase do ano, a Williams mostrou fragilidade na escolha da estratégia. É bem verdade que a corrida se mostrou bem mais complicada, mas faltou arriscar um pouco mais desta vez. Felipe Massa tinha a sensação de que os pneus macios aguentariam a parte final, mas o time entendeu que era perigoso. Pesou a decisão da equipe. Ainda assim, o brasileiro viu o resultado como positivo e admitiu alívio por finalmente conseguir terminar uma prova. Valtteri Bottas sofreu do mesmo mal de Felipe durante a prova, por conta da falta de ritmo do carro com os médios.

Voltando ao pódio. Red Bull e Ferrari conseguiram tira proveito de uma melhor adaptação ao exigente traçado húngaro, especialmente com relação à carga aerodinâmica, e se colocaram à frente da Mercedes, coisa que parecia impossível em condições normais. Mas lá estavam. Ambas aproveitaram bem todas as oportunidades que foram surgindo e souberam usar o potencial dos pilotos têm.

Fernando Alonso, Daniel Ricciardo e Lewis Hamilton (Foto: Ferrari)

Nesta corrida, Daniel Ricciardo e Fernando Alonso fizeram muita diferença, ao entenderem as mudanças e as táticas. A equipe austríaca, em especial, soube muito bem lidar com os diferentes cenários e deu o bote no momento certo, contando com um afiadíssimo Ricciardo.

O carismático australiano era só sorrisos no pódio, na coletiva, no paddock. Foi aplaudido na sala de imprensa e durante a coletiva. E disse que espera que a segunda parte da temporada mostre um maior equilíbrio entre as equipes da dianteira. Ah, sim, ele também acha que o campeonato ainda está aberto.

A cobertura completa do GP da Hungria no GRANDE PRÊMIO
As imagens do domingo da F1 em Hungaroring
icone_TV Automobilismo na TV: a programação do fim de semana

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.