Demitido, responsável por motor V6 culpa projeto aerodinâmico e diz que Ferrari está entregue a inexperientes

Demitido da Ferrari, Luca Marmorini, antigo responsável pelo departamento de motores, afirmou que projetista Nikolas Tombazis pediu unidade de força compacta e menos potente para compensar na aerodinâmica. Ainda disse que só encontrou Marco Mattiacci duas vezes em três meses

Luca Marmorini rejeita a culpa pelo rendimento ruim da Ferrari em 2015. Demitido do comando do departamento de motores da equipe italiana, o engenheiro afirmou que desenvolveu uma unidade de força menos potente a pedido do projetista Nikolas Tombazis e que, portanto, considera injustas as avaliações que indicam o V6 turbo mais fraco o responsável pelo mau desempenho do time neste ano.

Em entrevista ao blog do jornalista Leo Turrini no portal italiano ‘Quotidiano’, Marmorini se defendeu das críticas e ainda declarou que o futuro da Ferrari, entregue a pessoas inexperientes, está em xeque.

Luca Marmorini foi demitido por Marco Mattiacci no início do mês (Foto: Ferrari)

“Abro minha boca em resposta, também, a uma série de provocações, porque há a ideia de que todos os problemas da F14 T são culpa da unidade de potência. Vamos falar a verdade. Junto com meus colegas, fizemos uma unidade com certas dimensões que é bem menor do que a versão da Mercedes e até mesmo da Renault, porque isso foi um pedido do responsável do projeto do carro, o senhor Tombazis”, cravou.

De acordo com o relato de Marmorini, os responsáveis pelo projeto aerodinâmico da F14 T solicitaram uma unidade de força “muito compacta, com pequenos radiadores, ‘porque compensaremos a menor potência com soluções aerodinâmicas que vão nos garantir uma vantagem sobre os carros empurrados por Mercedes e Renault’. Foi exatamente assim”.

“Só que, quando fomos confrontados com a concorrência, os cavalos eram menores, obviamente, mas a compensação aerodinâmica não existia”, avaliou.

Marmorini contou que tentou conversar com o novo chefe, Marco Mattiacci, para explicar a situação, mas só encontrou com o comandante duas vezes desde que ele substituiu Stefano Domenicali em abril. 

“Eu queria explicar para Marco Mattiacci, quando ele assumiu o posto de Domenicali. Mas com Mattiacci, em três meses, trocamos quatro palavras: nos vimos duas vezes, a primeira para as saudações, a segunda, quando ele me mandou uma carta que confirmou a minha demissão”, narrou.

“Não quero acusar ninguém. Só salientar que a Ferrari deu um departamento de corridas a pessoas inexperientes, que fazem uso de ajudantes que até agora não mostram nada, mas que tem uma confiança incondicional. Quem são os cabeças? Pat Fry e James Allison. A Ferrari também corre o risco de danificar a base sobre a qual construiu muitos sucessos. Não falo por mim, agora estou fora, mas sinto muito pelos engenheiros que estão lá, boas pessoas que estão desmoralizadas. E sobre meu sucessor? Desejo o melhor, mas que não coloque sua carreira à frente de tudo”, completou o italiano.

O engenheiro ainda negou que já tenha contrato assinado com a Renault para tentar recuperar o problemático projeto do V6 turbo francês.

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