Demitido em 2014, Tombazis atribui renascimento da Ferrari a gestão anterior e lembra “ambiente muito ruim”

Nikolas Tombazis cumpriu sua última passagem pela Ferrari entre 2006 e 2014, como projetista-chefe, mas foi demitido em meio à reformulação promovida por Maranello, culminando também na saída do presidente Luca di Montezemolo. O engenheiro grego atribui parte do sucesso atual da equipe à gestão antiga

Nikolas Tombazis foi demitido da Ferrari no fim de 2014, em meio a um processo de reformulação que resultou em várias mudanças em Maranello. Saíram nomes como Pat Fry e Fernando Alonso, além do presidente Luca di Montezemolo e de Marco Mattiacci. A gestão nova, sob o comando de Sergio Marchionne, passou a contar com o chefe Maurizio Arrivabene e Sebastian Vettel, responsável por colocar o time de volta ao topo do pódio em 2015.

Mas Tombazis ainda se ressente da sua demissão. Em entrevista ao diário italiano ‘Corriere dela Sera’, o engenheiro grego, que cumpriu sua função de projetista-chefe entre 2006 e 2014, entende que sua saída da equipe foi injusta. Ainda, Nikolas entende que a gestão anterior merece o crédito por ter começado o “renascimento” da Ferrari.

Tombazis entende que renascimento da Ferrari começou com a gestão anterior, da qual fez parte (Foto: Ferrari)

“Não esperava ter sido demitido. Primeiro de tudo, não nego minhas responsabilidades, mas trabalhei menos no carro de 2014 do que em outros carros antes disso. E segundo, o carro de 2015 foi o primeiro, desde 2008, em que consegui trabalhar com mais tempo em minhas mãos. E foi também o primeiro a ser explorado em um túnel de vento atualizado”, declarou Tombazis.

“Não teríamos como enfrentar a Mercedes neste ano, mas tivemos uma melhora. Mas esse ponto de vista não é compartilhado por quem vem de Maranello. A Ferrari poderia ter me demitido outras vezes. Mas ter feito isso não foi lógico. Esperava um tratamento diferente. Lamento por Stefano Domenicali e Montezemolo, também”, acrescentou.

“Eles sempre me passaram muita confiança, e a saída deles da Ferrari foi um choque. Todos cometem erros, mas o renascimento teve início com a equipe antiga”, afirmou.

Questionado sobre o domínio imposto pela Red Bull entre 2010 e 2013, Tombazis lamentou por não ter conseguido construir um carro vencedor, mas apontou também para uma carga de pressão muito maior em Maranello do que em Milton Keynes. “Desde 2010, a Red Bull sempre esteve à frente, mas Alonso esteve próximo de batê-la. Será que o título teria nos ajudado? Psicologicamente, sim. Entretanto, desde 2009 nós não tínhamos um carro forte no grid.”

“Adrian Newey é um gênio, mas a Red Bull não tinha a mesma pressão que tínhamos na Ferrari. O ambiente dentro da equipe era ruim. Era como se tivéssemos uma arma apontada para as nossas costas, e nossos problemas começaram com o túnel de vento em 2009”, recordou.

Ao finalizar a entrevista, Tombazis revelou seu grande arrependimento. “Nunca entregamos um carro vencedor a Alonso, e isso é ruim. Ele foi o melhor piloto e, e talvez ele será o melhor novamente. A Ferrari deveria tê-lo mantido, e a mim”, concluiu.

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