Conta-giro: México volta ao calendário da F1 com investimento pesado e grande reforma, mas sem Peraltada

O GP do México volta ao calendário da F1 na temporada 2015, após 23 anos de ausência. Sergio Pérez e Esteban Gutiérrez falaram da emoção de correr em casa. Lendária, a Peraltada foi um dos assuntos comentados pelo piloto da Force India

Após 23 anos longe, a F1 volta a visitar o México em 2015. A mais popular categoria do automobilismo mundial vai passar pelo lendário autódromo Hermanos Rodríguez pelo menos até 2019.
 
A pista vai ter 4.580 m de comprimento, vai sofrer grande recapeamento no asfalto e inúmeras reformas no complexo. Para tanto, o governo mexicano vai, ao lado de empresas, desembolsar US$ 72 milhões (cerca de R$ 150 milhões) por ano, durante cinco anos.
 
As mais notáveis mudanças que vão ser realizadas acontecem fora da pista. Será grande o investimento nas arquibancadas, com 120 mil lugares para espectadores sentados. Os paddocks também vão ser reestruturados, assim como os boxes, que serão completamente modificados.
 
Quem vai cuidar da remodelação da pista é – como sempre – Hermann Tilke, engenheiro por trás de enorme parte dos circuitos do calendário da F1. Contudo, o projeto não apresenta grandes mudanças. 
O esboço do novo autódromo Hermanos Rodríguez (Foto: Reprodução)
História
 
O GP do México já teve 15 edições, com três pilotos já tendo vencido duas vezes. Jim Clark ganhou em 1963 e 1967, Nigel Mansell faturou em 1987 e 1992, enquanto Alain Prost saiu vencedor em 1988 e 1990.
 
O Brasil teve um piloto vencedor. Em 1989, Ayrton Senna conquistou o primeiro lugar, a bordo de sua McLaren. 
Roberto Moreno e Nelson Piquet no GP do México de 1991 (Foto: Pascal Rondeau/Getty Images)
Repercussão 
 
Após a confirmação do retorno do México ao calendário de provas da F1, muitos já se manifestaram acerca do evento. O primeiro foi o chefão da categoria, Bernie Ecclestone, que soltou um comunicado.
 
“Depois de 23 anos de ausência, fico muito feliz em anunciar a volta do México ao calendário oficial da F1 em 2015. Penso que este é o momento correto para o retorno do México e o benefício será para ambos e por muitos anos. Estou ansioso para a corrida do ano que vem”, declarou o dirigente.
 
Ainda sem ter seu futuro na categoria assegurado, o mexicano Esteban Gutiérrez, da Sauber, falou da felicidade de ter uma prova a ser disputada em sua casa.
 
“É uma grande emoção, porque todos esses anos o México tem se envolvido com a F1, primeiro por causa de Checo, e agora também por mim. Somos dois agora na F1 e acho que é uma grande passo ter um GP. É realmente um sonho que se torna realidade para muitos de nós. Eu tive a chance de correr uma vez na Cidade do México, em 2008, quando participei das finais da F-BMW. Foi uma grande experiência. Eu acho que aquilo foi apenas a introdução do que poderá ser a corrida, mas, claro, é muito menor em comparação. Agora, teremos a chance de compartilhar com os fãs, os adeptos do esporte”, disse.
 
Monisha Kaltenborn, chefe da Sauber, ressaltou a parceria com a Telmex, empresa que está envolvida no retorno mexicano ao calendário. 
 
“É uma notícia muito boa para nós, porque sabemos que os nossos parceiros, a Telmex e o Carlos Slim, particularmente, têm essa visão de longo prazo para estabelecer o automobilismo no México. Eles têm perseguido isso por muitos anos, e têm elementos para que isso funcione, como a Escuderia Telmex, os pilotos, eles levaram Sergio Pérez para a F1 e tem trabalhando muito por esse GP. Por isso, sabemos o quão é importante isso para os nossos parceiros. Nós estivemos por lá há alguns anos, para uma exibição e quase não acreditamos que 200 mil saíram de casa para nos acompanhar. Quer dizer, é algo positivo, tem grande base de fãs”, falou.
 
Sergio Pérez, melhor mexicano na classificação da categoria, se disse emocionado e orgulhoso com a confirmação da prova no seu país.
 
“É ótima notícia, estou realmente muito feliz. Desde que deixei a minha casa, com 13, 14 anos, eu nunca corri no México. Nunca corri no meu país. Agora, a F1 voltar depois de tantos é algo grande. Eles realmente estiveram trabalhando muito por isso durante muitos anos, desde que eu cheguei à f1 há quatro anos. Os fãs querem muito também. É algo muito bom para o meu país, para todos os fãs e tenho certeza de que vocês vão se surpreender com o quão bom será o evento. Estou muito orgulhoso e animado. É ótimo poder falar que teremos um GP mexicano no ano que vem”, contou.
 
Pérez admitiu que muita coisa vai ter de ser alterada no circuito e apostou em enorme popularidade da prova.
 
“É claro que há muita coisa para se fazer lá, muita coisa será mudada. O circuito é bastante antigo. Quer dizer, a última vez que a F1 correu lá foi há 22 anos. Eles começaram a construir um novo circuito. Vai ser fantástico, mais uma vez, todos ficaram surpresos. Tenho certeza de que vai se tornar uma das etapas mais populares muito em breve”, declarou o mexicano.
 
O piloto da Force India bancou a prova em 2015, afirmando que as devidas reformas já estão sendo feitas.
 
“100% de certeza de que vamos para o México no próximo ano, não há dúvida sobre isso. Tudo está confirmado. No ano passado, a situação era difícil por conta do tempo para construir o circuito, mas agora não há dúvida. Eles já estão construindo o circuito”, garantiu Pérez.
 
 Checo encerrou falando da histórica curva Peraltada.
 
“Não sei se vão manter a Peraltada. Eu acredito que eles devem mudar algumas coisas. Mas é uma curva histórica. Todo mundo que tenho falado sobre a pista, me pergunta: Vamos ter a Peraltada? Todos estão muito animados com a Peraltada, mas eu realmente não sei se teremos, porque eu acho que eles devem mudar o layout do circuito”, finalizou.
 
De acordo com o projeto, a curva em formato de ‘U’ será ceifada, e um miolo de curvas fechadas será efeito e envolto por uma espécie de estádio. Tudo tem um preço a se pagar – ainda que seja a mutilação de um dos ícones do automobilismo das antigas.

 

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