Coluna Pisando Fundo, por Renan do Couto: Até onde vai a Mercedes?

O GP da Espanha será um bom parâmetro para sabermos se a Mercedes vai continuar dominando o Mundial de F1 com tamanha superioridade na temporada 2014

Tem sido até engraçado ver declarações recentes de Toto Wolff sobre a atual forma da Mercedes na F1. Politicamente correto ao extremo, o austríaco, ao dizer que o time quer aumentar ainda mais a vantagem que tem por temer a aproximação das rivais. Um bom sinal do quão superior o W05 é teremos no próximo final de semana no GP da Espanha.

A Mercedes liderou todas as voltas disputadas até aqui. Quando Nico Hülkenberg passou Lewis Hamilton na pista após o pit-stop do britânico no GP da Malásia, não resistiu nenhuma volta. São quatro poles, quatro vitórias e quatro voltas mais rápidas.

Até o momento, o carro adversário que mais se aproximou de Hamilton ou Nico Rosberg em um GP foi a Ferrari de Fernando Alonso. Na China, o espanhol terminou em terceiro lugar, 23s604.

Considerando que a F1 passou por quatro circuitos um tanto distintos neste início de ano – só Sepang e Xangai que são mais parecidos –, não é tão provável que a enorme vantagem dos tedescos se dissipe rapidamente.

Digo que a quinta etapa do campeonato pode nos dar novos indícios por causa das características do Circuito da Catalunha, onde as unidades de força não devem ser tão fundamentais para o resultado final.

Será que alguém dá conta de virar o jogo e desafiar a Mercedes pelo campeonato? Pouco provável (Foto: Getty Images)

A segunda colocada no Mundial de Construtores é a Red Bull, que está 97 pontos atrás da Mercedes após somente quatro corridas. O ponto fraco do RB10 é justamente o motor Renault, que ainda não opera em sua capacidade máxima. O ponto forte, a aerodinâmica: todos têm se impressionado com o bom desempenho do modelo nas curvas.

Não é nenhuma certeza, mas pode-se esperar que o RB10 consiga andar mais perto da Mercedes na Espanha. Perderão desempenho na grande reta de Montmeló, mas serão capazes de se portar bem no resto da pista e nas curvas de raio longo. O equilíbrio do carro será fundamental.

Além disso, Adrian Newey não foi para a China. Ficou na Inglaterra trabalhando na fábrica. O povo já fica com medo quando isso acontece.

A pergunta é: quanto será esse “mais perto” da Red Bull?

Está mais do que provado que o carro da Mercedes não é só motor. O carro é bastante estável e tem uma boa distribuição de peso. A gente não vê Hamilton e Rosberg brigando para colocá-lo nas curvas. E podem ter certeza de que vem coisa nova por aí ainda. Ou seja, a Red Bull ser boa nas curvas não vai ser suficiente.

Nas classificações, só a Red Bull sai na foto junto com a Mercedes (Foto: Getty Images)

Um outro aspecto que ficará evidente no próximo fim de semana: consumo de pneus. Foi na Espanha, ano passado, que o povo começou a reclamar do desgaste de pneus. A Mercedes, lembrem-se bem, largou na pole e penou na corrida, vencida por Fernando Alonso.

Ao contrário do que ocorreu em 2013, o W05 não demonstra ter dificuldades com essa questão. Tem alongado ao máximo seus stints, normalmente parando só depois dos concorrentes. De repente, descobrimos algum fator que pode fazer diferença em algumas das provas que temos pela frente, como as de Silverstone, da Áustria, de Spa-Francorchamps e de Suzuka.

Falei mais da Red Bull porque é quem considero a equipe que mais pode ameaçar a Mercedes neste momento – por incrível que pareça, depois daquela pré-temporada. Mas é bom ficarmos de olho, também, na Ferrari, que ganhou na Espanha em 2013. Williams e Force India são carros melhores em pistas onde as retas predominam, então um bom desempenho vai depender das atualizações preparadas neste intervalo de três semanas. Veremos se elas vão evoluir ou não.

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