Classificação escancara equilíbrio do trio Ferrari-Mercedes-Red Bull, e GP do Canadá se prepara para guerra tática

Uma vez mais, a escolha e o rendimento dos pneus serão fundamentais para a vitória. Só que, no Canadá, uma reação rápida aos eventuais incidentes da prova também será crucial. Neste cenário, Ferrari e Mercedes vão para uma tática diferente da Red Bull, que parece tratar melhor os grudentos hipermacios

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Algumas das boas corridas deste início de temporada foram pautadas por jogadas inteligentes em termos de estratégia do trio-de-ferro do campeonato. Uma vitória ou um pódio vieram em lances certeiros, em pit-stops bem aproveitados e na boa leitura da corrida. O contrário também aconteceu. Mais que desempenho, às vezes, os times tiveram de lidar com o improviso para vencer a concorrência – a Red Bull fez isso muito bem na China; a Ferrari na Austrália e a Mercedes no Azerbaijão. Só que no Canadá a história ganha quase contornos dramáticos porque a tática é ainda um elemento chave, mas a performance entre as três ponteiras está mais parelha do que nunca. E isso ficou claro na classificação deste sábado (9) no particular Gilles Villeneuve. E tudo também tem a ver com os pneus.

 
Max Verstappen, insolente que só ele, se pôs velocíssimo nos três treinos livres do fim de semana. Andando com muita propriedade e sem erros em cima dos grudentos hipermacios. O composto – a versão mais macia e rápida da gama da Pirelli – pareceu se encaixar como uma luva neste RB14 de linhas tão refinadas. O enorme desgaste visto em outras equipes não afetou o bem acertado carro da Red Bull. A esquadra promoveu tempos de volta muito bons em ritmo de corrida e foi rápida também em classificação, embora o jovem holandês não tenha transportado para o Q3 o mesmo desempenho dos treinos. Ainda assim, larga de uma importante terceira colocação e é, sim, candidato à vitória.
 
A questão, entretanto, é que Verstappen, como o colega Daniel Ricciardo, vão para uma estratégia bem diferente. Como não enfrentou grandes problemas de desgaste dos hipermacios, a Red Bull aceitou o desafio de iniciar a corrida com eles. Por isso, optou por disputar a segunda fase da classificação com a borracha rosa. O ponto é que, mesmo sem o excesso de degradação, o stint inicial dos rubro-taurinos será menor do que de seus adversários. Então, a tática é ultrapassar o máximo de gente possível na primeira parte da prova e aproveitar toda e qualquer chance de incidentes, até equilibrar a balança. Ou seja, está garantida a diversão, uma vez que a natureza do traçado de Montreal permite ultrapassagens mais facilmente. 
Max Verstappen passou perto da inédita pole (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
Então, podemos esperar uma Red Bull mais agressiva nas primeiras voltas? Sim. Além disso, a esquadra trabalha com a postura de que corre por fora e não tem muito a perder. Mas a opção pelo hiper segue colocando pulgas atrás das orelhas dos rivais. E um deles é Sebastian Vettel. O alemão não escondeu a surpresa com a decisão da ex-equipe, especialmente por causa do pouco rendimento em corrida.
 
Por isso, a Ferrari seguiu a Mercedes. Vettel e Kimi Räikkönen saem de ultramacios – o composto intermediário da Pirelli e bem mais durável na comparação com o hiper. Ou seja, os carros vermelhos vão para uma primeira perna bem mais longa, mas um pouco mais lenta do que os rivais. É o preço. E deve funcionar bem. 
 
A equipe italiana não começou bem o fim de semana, mas as mudanças de acerto feitas por Seb deram resultado e trabalharam como grande motivação. O alemão voltou a largar na frente, e a Ferrari obteve uma pole no Canadá pela primeira vez desde 2001, ainda com Michael Schumacher. E a volta derradeira ainda se converteu no novo recorde do circuito da ilha de Notre-Dame: 1min10s764. Aqui cabe um parênteses para dizer o quanto a escolha de pneus também influi na queda do tempo de volta, em algo semelhante ao que aconteceu em Mônaco, há duas semanas, quando Ricciardo também anotou uma nova marca.
Sebastian Vettel se deu bem com os ajustes e sai em primeiro (Foto: AFP)

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Sem dúvida, os homens de Maranello têm uma ligeira vantagem deste ponto de vista. O carro reagiu bem às solicitações de Vettel e é forte em corrida. Quer dizer, a Ferrari tem uma chance de ouro de descontar a desvantagem que sustenta para a Mercedes.

 
E os prateados, hein? A esquadra alemã segue com seus perrengues com os pneus mais macios. Tanto é assim que só foi usá-los neste sábado. Um jogo no TL3 e os demais na classificação. Valtteri Bottas ainda conseguiu uma volta muitíssimo boa no fim do Q3 para se colocar em segundo – apenas 0s093 atrás do pole. Mas Lewis Hamilton, que tanto adora esse circuito, não se acertou uma única vez. Teve problema em todas as voltas rápidas. Ainda assim, sai em quarto
 
A carta da manga dos líderes do campeonato está na estratégia. Como a rival vermelha, a Mercedes também vai largar de ultramacios – esperando um longo stint, mesmo com Hamilton que deu uma bela fritada durante o Q2. Um detalhe: com os compostos roxos, Bottas é quem tem o melhor desempenho. Depois, a ideia é usar o supermacios – composto muito testado durante os treinos livres e com o qual Lewis foi sempre o mais veloz. 
Lewis Hamilton não se encontrou em uma pista adora (Foto: AFP)
Essa deve ser uma corrida de estratégias múltiplas. E tudo depende do desgaste e também da ocorrência de incidentes, o que não é nada incomum no Gilles Villeneuve. A Pirelli fala em uma parada como melhor tática: um primeiro stint de 15 voltas com hipermacios e aí um longo trecho até o fim da prova com os supermacios. Ou uma primeira parte entre 20 e 25 giros com os ultramacios, mudando para o supermacio para completar a corrida. Também tem a chance de dois pit-stops no caso de uma alta degradação dos pneus: dois stints de hipermacios, com dez voltas cada, e um terceiro trecho de supermacios. 

"Há um elemento estratégico muito importante. E largada amanhã será interessante. Com uma grande possibilidade de táticas e uma probabilidade historicamente alta de intervenção do safety-car, é particularmente difícil prever alguma coisa. Essa é uma corrida em que a classificação não tem grande influência no resultado final. O importante é reagir de forma eficiente às oportunidades", explicou Mario Isola, o diretor da Pirelli.

Portanto, o GP do Canadá se desenha uma guerra tática entre as três primeiras equipes, que ficaram separadas por apenas 0s3 no grid, o que ajuda a entender o equilíbrio e a necessidade de se tomar decisões certeiras amanhã. De concreto, é possível dizer que não há favoritos claros e que os seis primeiros colocados são candidatos ao triunfo.

A F1 volta neste domingo, a partir das 15h10 (de Brasília), para o GP do Canadá, a sétima etapa da temporada 2018. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL, às 14h45.

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