Chefe da Mercedes defende decisão de Hamilton e garante que dupla de pilotos está livre para lutar pelo título

Passado o turbilhão do GP da Hungria, disputado no último domingo (28), Toto Wolff voltou a falar sobre a ordem de equipe da Mercedes e defendeu a decisão de Lewis Hamilton de não acatar o pedido da esquadra alemã. Na parte final da corrida húngara, Hamilton e Nico Rosberg vinham em estratégias diferentes e acabaram e se encontrando na pista, em uma disputa pelo então quarto lugar. O time prateado pediu para que o inglês deixasse o companheiro passar, pois não teria de parar novamente ao contrário do alemão. O campeão 2008 negou e terminou a prova em terceiro, uma posição melhor que o colega e líder do campeonato.

Em declaração ao site da equipe de Stuttgart, nesta quarta-feira (30), o dirigente afirmou que ficou satisfeito com o desempenho do britânico, embora não tenha visto nada de errado na tática adotado pelo time frente às condições da prova magiar. "Para ser honesto, quando foi dada a bandeirada, eu não sabia se ria ou chorava", disse o austríaco de 42 anos.

Toto Wolff saiu em defesa de Hamilton nesta quarta-feira (Foto: Getty Images)

"Quando o safety-car saiu, nós optamos em separar as estratégias, para criar uma oportunidade de vencer ou, na pior das hipóteses, de conseguir um pódio. Quando fizemos isso, Nico estava duas posições à frente de Lewis. Então, decidimos colocá-lo em uma tática agressiva de três paradas, enquanto Lewis ficou em duas, com um longo trecho final com os pneus médios", explicou.

"Isso significava que ambos iriam se encontrar em algum momento durante a corrida e aí teríamos de lidar com essa situação. Pedimos a Lewis para deixar Nico passar, porque acreditávamos que ambos tinham chance de vencer a corrida com as estratégias que havíamos escolhido. Mas Nico nunca esteve perto o bastante de Lewis para fazer a manobra. E nós nos sentimos confortáveis com a decisão de Lewis manter sua posição", completou o dirigente.

Em seguida, o chefão da Mercedes reiterou que acredita que os dois poderiam mesmo ter vencido a corrida em Hungaroring. "Como uma equipe, a nossa missão é ganhar campeonatos e vencer corridas. Nós achávamos que ambos os pilotos tinham chance de lutar pela vitória, não apenas pelo pódio", ressaltou.

Wolff, entretanto, admitiu que agora a equipe prateada não está mais em uma simples disputa de pista. Está em uma briga pelo título. "Quando se trata de pilotos da mesma equipe usando estratégias diferentes, é comum para eles não tornar a vida do outro complicada em situações de ultrapassagem. Mas agora devemos reconhecer que não estamos mais em uma situação normal."

Lewis Hamilton e Nico Rosberg chegaram a duelar durante a prova húngara  (Foto: Mercedes)

"No início do ano, Paddy (Lowe, diretor-técnico da Mercedes) e eu concordamos claramente que a política era deixar os nossos pilotos livres para disputar a vitória, contanto que ambos estivessem lutando por isso. Igualmente, nós também deixamos claro que a nossa prioridade como equipe é sempre nos dar a melhor chance de vencer, não importando pelo que cada um dos pilotos está brigando. Então, tudo que fizemos no pit-lane no domingo estava de acordo com esse politica", garantiu.

O dirigente, então, assegurou que os dois pilotos, agora separados por apenas 11 pontos na tabela de classificação, está livres para disputar a taça. "Dito isso, nossos pilotos vão continuar livres para disputar as corridas do restante da temporada e vão brigar por vitórias", concluiu o chefe da equipe germânica.