Chefe-adjunto da Lotus diz que imbróglio jurídico não acabou e critica Pic: “Algumas pessoas no paddock só querem sangue”

Federico Gastaldi disparou contra Charles Pic, que entrou na justiça para pedir cerca de R$ 3,2 milhões em indenizações por não ter os alegados dias de testes previstos sob contrato. O dirigente argentino detonou a postura do então reserva da Lotus e disse que o francês coloca em xeque os funcionários da equipe

O desfecho do fim de semana do GP da Bélgica foi paradoxal para a Lotus. Se por um lado o time de Enstone comemorava de forma esfuziante o pódio improvável conquistado por Romain Grosjean, por outro lamentava pela ação judicial impetrada pelo reserva Charles Pic, o que impediu que o time se retirasse de Spa-Francorchamps até que o caso fosse resolvido. E, apesar de toda a esquadra estar presente neste fim de semana em Monza para o GP da Itália, o imbróglio jurídico ainda está longe de ser encerrado.

É o que garante Federico Gastaldi, chefe-adjunto da Lotus, em entrevista à revista alemã ‘Speed Week’. O dirigente argentino disse que “as audiências e reuniões estão em curso. Vai levar algumas semanas, ou meses, até que o tribunal encerre o caso”.

Apesar da boa fase dentro da pista, a Lotus sofre com incertezas fora dela. Gastaldi (à esquerda) lamentou postura de Pic (Foto: Lotus/Facebook)

Pic, que estreou na F1 pelas mãos da Marussia em 2012 e andou na Caterham em 2013 antes de ir para a Lotus como reserva, contestou legalmente que a equipe de Enstone não o deu tantos dias de teste quanto era contratualmente acordado. Por isso, pede cerca de R$ 3,2 milhões como compensação na justiça belga.

Mesmo sem uma resolução definitiva para o caso, a justiça belga permitiu que a Lotus viajasse com seus equipamentos e deixasse as dependências de Spa-Francorchamps.

Gastaldi não escondeu a irritação com a postura de Pic. “Imagine que nós temos nosso primeiro pódio em quase dois anos e, depois da corrida, ter de lidar com isso. No fim das contas, todos nós somos apenas pessoas, e acho que isso tudo é uma loucura, algo injusto”, disse.

“Não esperava que essa pessoa nos deixasse em problemas. As minhas ligações durante todas a semana não foram atendidas e, dois minutos antes da corrida, ele liga se desculpando”, bradou o argentino.

“Acho que algumas pessoas não fazem ideia do problema que nos causam, e para as 550 famílias que dependem do nosso trabalho na fábrica em Enstone. Algumas pessoas no paddock só querem ver sangue e têm negatividade”, acrescentou o dirigente, reforçando que a situação causada por Pic aumentou ainda mais o clima de tensão e incerteza dentro do time.

“Nossos funcionários estão naturalmente nervosos agora, assim como nossos patrocinadores. Vai levar algum tempo para que tudo se acalme novamente”, lamentou Federico.

Enquanto isso, a Lotus espera um final feliz em meio às suas negociações de venda para a Renault, que deve voltar ao grid da F1 como equipe, readquirindo a estrutura do time de Enstone.

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