Bombardeado com perguntas, Alonso nega perda de consciência dentro do carro e ter acordado em 1995 após acidente

Fernando Alonso negou os boatos que surgiram sobre seu estado de saúde e de memória após o acidente do dia 22 de fevereiro e afirmou que houve um problema na direção da McLaren Honda em Barcelona — falha não detectada pela telemetria do MP4-30

Seis pilotos estavam presentes na coletiva de imprensa oficial da FIA nesta quinta-feira (26). Cinco deles praticamente apenas ficaram observando Fernando Alonso ser bombardeado com perguntas dos jornalistas a respeito do seu acidente, sua recuperação e o retorno às pistas neste fim de semana na Malásia.
 
Na primeira entrevista que deu depois do acidente sofrido em 22 de fevereiro, Alonso falou bastante. Disse que não perdeu nem a consciência dentro do carro, tampouco acordou pensando que estava em 1995 ou falando italiano. Acusou um problema na direção da McLaren como causa do impacto, falha esta ainda desconhecida, mas reiterou a confiança de que receberá da equipe um carro seguro.
 
O mais importante: Alonso disse que se lembra de toda a sequência do acidente que o tirou da abertura do Mundial de F1, na Austrália, e está certo de que houve uma falha mecânica no MP4-30.
Alonso está de volta à F1 para disputar o GP da Malásia (Foto: Getty Images)
“Tudo foi mais ou menos como uma concussão normal. Fui para o hospital em uma boa condição. Há um período que não me lembro, das duas às seis da tarde, mas é tudo normal devido à medicação que te dão para transportar de helicóptero e para fazer testes. Eu não acordei em 1995, eu não acordei falando em italiano, não acordei desse jeito que estavam falando. Eu me lembro do acidente e me lembro de tudo do dia seguinte”, assegurou.
Mais do que isso, negou ter ficado inconsciente dentro do carro — apenas na ambulância e no transporte ao hospital. “Não vou dar detalhe por detalhe, porque vai demorar. Depois da batida, fui ralando no muro por alguns instantes. Desliguei o rádio, pois ele ainda estava ligado, e depois desliguei o ERS, pois vi os fiscais chegando e eles iriam tocar no carro”, falou.
 
Isso contraria o que disse Ron Dennis, diretor-executivo da McLaren, que havia confirmado um desmaio do piloto dentro do cockpit — perceptível para o time porque o rádio estava ligado e era possível escutar a respiração de Alonso. Nisso, ele também descartou um mal súbito antes do impacto. “Definitivamente não. Perderia potência e iria reto para fora, e não para dentro da curva. Na F1, ainda é preciso aplicar força no volante”, comentou. Dennis, aliás, já havia se desculpado por passar informações erradas sobre o caso.
 
Alonso também foi incisivo no que diz respeito à causa do acidente: uma falha no carro. Desde o princípio, a McLaren Honda vinha sustentando que nenhuma evidência de problema mecânico havia sido encontrada. Para tentar aprimorar isso, novos sensores foram instalados já para o fim de semana do GP da Malásia.
 
“Está claro que houve um problema no carro. Não está apontado pela telemetria no momento. Foi uma das coisas que fiz na fábrica na semana passada. Falei com os engenheiros, olhei os dados. Ainda não há uma resposta clara. Se eles vão encontrar algo em algum momento, eu não sei. Não encontraram até agora e já faz um mês”, afirmou o piloto.

Antes de Alonso vir a público, a própria McLaren havia levantado a lebre para esta nova versão em um comunicado oficial no início da semana.


#GALERIA(5223)
Para o bicampeão, toda a confusão que sucedeu o acidente se deu pela necessidade de se divulgar informações rapidamente. Por isso as primeiras declarações acabaram sendo equivocadas.
 
“A confusão vem das primeiras declarações e explicações. A atenção era muito grande, o estresse era muito grande, eu estava sob cuidados intensivos, havia uma urgência para se dizer algo. Provavelmente isso gerou a confusão”, minimizou. “Tendo sido na Espanha, teve muita atenção naquele dia, e provavelmente na primeira coletiva que a equipe deu ou que o meu empresário deu nos primeiros dias, ainda havia alguns palpites.” 
 
Mesmo com a falta de informações técnicas a respeito das causas do acidente, Alonso assegurou que confia “plenamente na equipe” e no trabalho que foi feito para substituir tudo que pudesse ter provocado a batida.
 
A liberação para que ele possa disputar o GP da Malásia saiu nesta quinta, após exames realizados pelos médicos da FIA.
ISQUEIRINHO

A FIA divulgou a lista de coletivas do fim de semana do GP da Malásia e vai opor as parceiras em estado de guerra. Cyril Abiteboul, diretor da Renault, e Christian Horner, da Red Bull, vão estar na sala de coletiva/ringue na sexta-feira para o segundo assalto da F1 2015. Depois das trocas de farpas, o clima esquentou tanto que Abiteboul divulgou uma foto de um par de luvas de boxe que está levando para Sepang. Coisas de uma categoria mais agitada fora das pistas…

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.