Ainda sem novo contrato, Pirelli reclama de negociações e ameaça deixar F1 no fim de 2013

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O contrato de três anos da F1 com a fornecedora de pneus Pirelli expira no fim da temporada 2013 e a renovação da parceria com a marca italiana ainda não foi assinada. As pendências dizem respeito às negociações com as equipes, que não tomaram uma decisão a respeito dos compostos que serão utilizados em 2014.

Nesta quinta-feira (23), Paul Hembery, diretor-esportivo da fabricante, veio a público, em Mônaco, para fazer o alerta: a cúpula da empresa, em Milão, definiu uma data-limite para a assinatura dos contratos. Caso essa data não seja respeitada, a continuação na F1 estará em xeque.

A Red Bull é a equipe que mais tem reclamado dos pneus da Pirelli (Foto: Getty Images)

Acredita-se que a Pirelli já fechou um acordo comercial com Bernie Ecclestone, o todo-poderoso da F1. Contudo, a FIA e, especialmente, as equipes não chegaram a um consenso. As negociações acontecem em um momento em que os pneus são motivo de polêmica: pilotos, equipes e mais pessoas ligadas à categoria estão fazendo duras críticas ao produto desenvolvido para a temporada 2013.

Hembery se recusou a dizer qual é o ‘deadline’ imposto por seus patrões, porém, explicou que se trata de uma questão técnica. O regulamento técnico do Mundial de F1 vai mudar radicalmente em 2014 e os pneus precisam acompanhar essa revolução, sendo que, até 1º de setembro, todas as informações a respeito dos novos compostos já deverão estar nas mãos das equipes. Se o novo contrato não sair logo, a Pirelli não conseguirá cumprir esse prazo estabelecido pela FIA.

“Aparentemente, em 1º de setembro, temos de informar [os times] tudo que eles precisam saber sobre os pneus da próxima temporada, mas agora estamos no meio de maio. Vocês podem imaginar o quão ridículo isso é quando não temos os contratos no lugar. Talvez não estejamos aqui…” declarou Hembery em entrevista coletiva.

“Sempre disse que nunca vamos revelar um prazo interno, mas, claramente, já está tarde. As coisas estão ficando extremamente sérias, pois as mudanças para o próximo ano são substanciais”, disse.

“O esporte tem que tomar uma decisão rapidamente, pois, além de termos recusos fixos envolvendo a F1, há também um trabalho técnico. Precisamos fazer um trabalho técnico também. Não é apenas uma questão de colocar um pneu mais duro que os pneus deste ano, são tão dramáticos que vamos precisar refazer a engenharia do pneu. Isso leva tempo, então, se demorar demais, nosso trabalho se tornará impossível,” continuou Hembery. “Chegará uma hora em que não teremos mais tempo para fazer esse trabalho,” concluiu o inglês.