Ainda indignado por falta de apoio brasileiro, Razia se conforma com perda da vaga: "Fiz o possível"

Sem contar com um poderoso patrocinador nacional, Luiz Razia insistiu que tudo o que precisava ser feito foi feito. O baiano de Barreiras revelou ainda que chegou a negociar até mesmo com um banco momentos antes da quebra do acordo com a Marussia

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Ainda que o resultado tenha sido nulo para suas pretensões, Luiz Razia dispõe de um time empenhado em buscar recursos financeiros. O capitão deles, por assim dizer, é Eros Narloch, diretor-geral da Somoz, empresa de gerenciamento de marketing e ativação de patrocínios. “A gente tinha muitas pessoas trabalhando”, avaliou Luiz.

“O que não faltou foi conversar com possíveis patrocinadores, como Santander, Raízen, Embratel, Gillette, conversou com Guaraná Antarctica, Petrobras, com bancos, e chegamos ao patamar de fechar alguns deles, mas infelizmente o pessoal acabou não querendo, até porque queriam saber qual equipe eu iria estar para me patrocinar. Quando a gente conseguiu a equipe, tudo aconteceu muito rápido e não conseguiu concluir nada”, queixou-se o piloto.

Luiz Razia não ficou muito tempo como titular na F1 (Arte: Bruno Mantovani)

Nada. Nenhum aporte brasileiro de empresa grande, pequena ou local. É o ponto que talvez deixe Razia mais tocado nesta história toda. “A minha indignação é que, apesar de muita gente levar como piada, meu próprio estado, a Bahia, nunca conseguiu me apoiar”, falou. “Pô, tem várias empresas lá, tipo a Braskem, que a gente chegou a conversar, e nada; às outras que eu citei, a gente sentou com elas e mostrou um projeto realista, mas nenhuma quis… não que eu esteja culpando especificamente as empresas, mas a falta de apoio, especificou.”

Luiz insistiu que tudo o que precisava ser feito para alcançar o êxito foi feito, “das pessoas que trabalham com a gente, que fizeram as reuniões e que se esforçaram, e da minha parte”. Eu sou uma pessoa muito tranquila, eu sou dedicado, eu reconheço todos aqueles que me ajudaram até aqui – foi feito, não tenho nada para dizer”, repetiu. “Eu fiz tudo que era possível para estar aqui. Eu tive alguns erros na minha carreira, mas eu sempre tentei melhorar. E eu me sinto conformado porque eu vou dormir sentindo que fiz tudo. É triste? É, pô, estar na F1 era o meu sonho, e eu estava lá, e perder a vaga por algo que nem eu entendi direito, é difícil, mas vai se fazer o quê?”

Para entender direito, assim, o que aconteceu, questionou-se Razia se o caso deu-se da seguinte forma: o primeiro pagamento caiu e o segundo, que deveria ter caído numa data X, não ocorreu, e nasceu um problema burocrático entre os tais investidores e o banco. “Exatamente, você descreveu o que aconteceu.”

Você perdeu a primeira parcela, então?, e Razia logo retrucou: “Eu não perdi, né?”, para então rir. “Existia um contrato para ser cumprido, e não foi. Esse é um problema que vai ter de ser resolvido com as pessoas que tratam disso, os nossos investidores”, disse.

Luiz confessou que as tratativas para resolução da pendenga rolavam até momentos antes da quebra do acordo com a Marussia. “Inclusive estávamos negociando com um banco que até estava a fim de entrar, mas não deu, e agora vou ter de sentar para analisar o que é que eu vou fazer”, falou. “A equipe acabou ligando para a gente e falou que teria de tomar essa decisão. Dois segundos depois, já estava na imprensa, e a gente nem pôde falar nada. Então se foi surpresa para vocês, para mim também foi.”

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