Abalado por acidente de Bianchi, Todt afirma que F1 se esqueceu dos riscos: “Não existe 100% de segurança”

Presidente da FIA, Jean Todt falou das complicadas situações vividas por Jules Bianchi e Michael Schumacher e revelou que visitou o heptacampeão mundial outra vez na semana passada

Jean Todt disse que está se esforçando para conseguir separar as coisas desde o acidente sofrido por Jules Bianchi no GP do Japão. De um lado, tem suas atribuições como presidente da Federação Internacional de Automobilismo. Do outro, vê seu filho Nicolas, empresário de Bianchi, sofrendo enquanto o piloto da Marussia luta pela vida há mais de duas semanas.

“Tenho de dividir as coisas em duas: minhas responsabilidades como presidente da FIA e meus sentimentos. Vejo meu filho devastado pelo fato que alguém que ele considera como um irmão está nessa situação”, afirmou em entrevista à ‘La Gazzetta dello Sport’. Bianchi continua internado no Hospital Geral de Mie, no Japão, em estado crítico. Ele sofreu uma lesão axonal difusa no choque de sua Marussia com o guindaste que fazia o resgate do carro de Ad.

Jean Todt é pai do empresário de Jules Bianchi (Foto: AP)

Todt, que apareceu em Sochi para conversar com a imprensa na entrevista coletiva que apresentou um relatório preliminar sobre as investigações conduzidas pela entidade, voltou a dar um voto de confiança à equipe que toma conta da segurança na F1. O dirigente ressaltou que, por melhor que fosse, não era normal ver os pilotos escapando ilesos de graves acidentes, como vinha acontecendo nos últimos anos.

Por outro lado, defendeu que os esforços em prol da segurança não parem. “Jamais devemos dar nada por garantido e nunca podemos relaxar na segurança”, declarou.

“Eu estava dizendo antes do acidente do Jules e estou dizendo agora. As pessoas viram muitos anos em que terríveis acidentes aconteciam e o piloto saía andando. Elas começaram a pensar que é normal um carro bater a 200 km/h e ninguém se machucar. Mas não era normal, era um milagre. Por trás de tudo, há uma quantidade absurda de trabalho. Mas não existe 100% de segurança no nosso esporte”, falou.

Todt quer aguardar o relatório completo sobre os fatores que causaram o acidente para tirar conclusões mais precisas, mas se recusa a condenar os envolvidos.

“Uma sequência de eventos conduziu ao acidente. Olhando para trás, tudo pode parecer simples, mas o destino pode ter consequências dramáticas. Explicamos o incidente em detalhe e eu montei uma comissão para investigar tudo com Peter Wright como presidente. Vamos esperar pelas conclusões antes de julgar. No momento, deixei as explicações com o diretor de provas”, falou.

“O mundo está dividido em 200 países. Cada um tem sua própria ideia. A reação na imprensa italiana tem sido contrária, mas na Alemanha é diferente, no Reino Unido também. Mas, como digo, vamos esperar pelos achados da comissão”, completou.

Por fim, Todt também comentou a respeito de Michael Schumacher, a quem visitou na semana passada. “Ele tem uma esposa e uma família incríveis. A batalha continua. Com ele, é uma amizade, uma afeição. Sofremos muito juntos antes de começarmos a vencer, e nos aproximamos. E, nos momentos de necessidade, você vê seus amigos”, afirmou o ex-chefe da Ferrari.

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