Di Grassi vê falta de variação para ultrapassagens e avalia que novo sistema de corridas da FE é conservador

Lucas Di Grassi foi contrário a algo que parece ser opinião comum sobre o novo sistema da Fórmula E: se acham que é futurista demais, o campeão da categoria acha que não vai tão longe quanto deveria. Na avaliação dele, o sistema não cria garantias de variação estratégica durante as provas

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Há quem ache que o novo formato de corridas da Fórmula E é coisa de videogame e vai longe demais. Lucas Di Grassi, não. Para o piloto brasileiro, atual campeão da categoria, a categoria foi conservadora.

 
As corridas da próxima temporada da categoria terão um formato chamado Hyperboost – ou Mario Kart, como o próprio chefe da FE apelidou. Consiste num aumento de 25 kw que pode ser acessados numa área específica da pista e utilizado por duas voltas durante a corrida.
 
Mas, segundo Di Grassi, o sistema não oferece garantias de que os pilotos vivam variações de ritmo durante a corrida. Afinal, se alguém adotar a potência extra junto de outro rival, a mudança do ritmo dos dois tende a ser nenhuma.
 
"A estratégia tem que ser baseada em 'se eu fizer o mesmo que você, não é o bastante para mim'. Quando você tem uma base estratégica de uma teoria que não seja dos jogos, então não há estratégia", disse ao site inglês 'E-Racing365.com'.
Lucas Di Grassi venceu na Suíça (Foto: Reprodução)
"Eles precisam fazer mais, na minha opinião, para que isso seja diferença o bastante nos tempos de volta que permita os pilotos a ultrapassar, mesmo em pistas muito travadas, como Paris. Então vai ser difícil", seguiu.
 
Ainda segundo Lucas, o novo carro será mais simples para guiar do que o atual. Não muito, porém. 
 
"O próximo carro é mais fácil de guiar do que esse. No carro atual, tudo é manual. Os freios são melhores e o brake-by-wire compensa pela recuperação [de energia]. Não há problema com a temperatura da bateria, então é uma melhora, mas ao mesmo tempo você não tem variações que temos esse ano", falou.
 
Apesar de muito discutido em seu princípio, o formato atual, da troca de carros no meio das corridas, ainda rende elogio do piloto da Audi.
 
"É uma bagunça, mas positiva. É isso que faz a diferença, as pessoas erram e criam chances de ultrapassagem. Tendo dito isso, extrair o limite do novo carro vai ser tão difícil quanto esse. Na classificação, por exemplo, será a mesma coisa. Então não é tão mais fácil assim, mas é menos complicado, tem menos variação durante a corrida. As variações criam ultrapassagem, é por isso que eles aplicaram esse HyperBoost", explicou.
 
Outra atenção que Di Grassi tem é com o formato de classificação, do qual não é grande fã. Segundo ele, é possível que se torne definitivo demais no resultado das corridas
Selfie no pódio do eP de Punta del Este (Foto: Dalton Yamashita/Grande Prêmio)
"O ritmo de classificação é um fator importante, porque se todas as vezes os melhores carros estiverem na frente, então serão menos ultrapassagens. O formato da classificação é tão importante quanto as regras das corridas com relação à ultrapassagem", afirmou.
 
"Muita gente está falando sobre a corrida, mas se classificação for previsível, a corrida também será. Vai ser fácil implantar esse sistema [o Hyperboost] em algumas corridas, como Berlim, mas em outras é muito difícil mudar qualquer coisa, como em Paris. Não dá nem para aumentar muito as retas, então é um desafio para os organizadores", encerrou.
 
A temporada da FE termina nos próximos dias 14 e 15 de julho, com a rodada dupla de Nova York. A próxima temporada começa em dezembro.
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