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Pensar em Sébastien Buemi virar o jogo e ser campeão neste domingo (30), no encerramento da temporada 2016/17 da F-E, era pensar numa sequência pitoresca de acontecimentos. E nada disso aconteceu. Buemi ficou longe de onde precisava, enquanto Lucas Di Grassi não fez mais do que dele foi pedido. Não havia motivo para ousar, arriscar, ou apostar a trinca da 'As' que tinha na mão – mas assim mesmo ele fez tudo isso. E deu certo. Sem muita dúvida, quase nenhuma, Di Grassi terminou com a sétima colocação e se consagrou campeão da F-E. O terceiro campeão em três temporadas de categoria.
Di Grassi não precisava ir ao limite na briga com Maro Engel, por exemplo. Se arriscou e se afirmou. Enquanto isso, Buemi se via brigando para tentar descolar um lugar na zona de pontuação. Tudo que ele pensou de estratégia foi desarmado na confusão da largada. Stéphane Sarrazin rodou no meio do pelotão, complicou tudo e fez Buemi ficar com uma aleta traseira pendurada. Precisou ir aos boxes para se livrar da peça que caiu pouco antes. As chances terminavam ali.
"Quero agradecer a torcida, aos patrocinadores, toda a equipe e todo mundo que assistiu pela TV e participou", apontou Lucas. "Foi necessário muita disciplina, muito trabalho. Eu corri duas corridas com a perna quebrada e muito dor. Mas tudo valeu a pena para conquistar esse título para mim e para o Brasil", disse em entrevista ao Fox Sports.
"Passa toda minha história, toda a luta… São muitos campeonatos batendo na trave. Eu estou muito feliz", seguiu. "Valeu a pena", encerrou.
E, aliás, Jean-Éric Vergne ganhou a corrida. A corrida de Vergne foi fenomenal também. O francês atacou quando deu e primeiro não conseguiu passar. Felix Rosenqvist abriu espaço, parecia que dispararia, mas não aconteceu. Vergne voltou, quase um fantasma, e tomou a ponta nas voltas finais.
José María López fechou o pódio, enquanto Sam Bird, Nick Heidfeld, Daniel Abt – um verdadeiro escudeiro -, Di Grassi, Sarrazin, Jérôme D'Ambrosio e Tom Dillmann encerraram o top-10. Foi de Nicolas Prost a volta mais rápida da corrida.
Lucas Di Grassi nos pits em Montreal (Foto: Michelin)
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Confira como foi a corrida:
Houve pouca ousadia na largada de Montreal. Jean-Éric Vergne se aproveitou o caminho traçado por Felix Rosenqvist e ganhou a segunda colocação de Sam Bird. Atrás, Stéphane Sarrazin inaugurou uma boa confusão da primeira metade do pelotão ao forçar um mergulho, tocar Daniel Abt e rodar no meio do pelotão.
Para Lucas Di Grassi, havia uma dificuldade. O carro não estava bom por qualquer que fosse o motivo, então nas primeiras duas voltas Tom Dillmann e José María López passaram por ele. Di Grassi ficou com Abt logo atrás, em oitavo, trabalhando de escudeiro. A proteção foi clara na disputa de espaço com Jérôme D'Ambrosio. Ao passo que Sébastien Buemi não conseguiu passar incólume. Até subiu para 11º, mas ficou com uma das aletas traseiras pendurada. O que parecia difícil, ficou ainda pior: uma bandeira preta e laranja fez o vice-líder do campeonato ter de passar pelo pit-lane.
Nervoso, Buemi gritou aos quatro ventos no rádio e, pior, a peça pendurada caiu. Buemi passou pelos boxes e nada fez no carro, quase um drive-through. Voltou, então, no 20º posto.
FanBoost dado a Di Grassi, Buemi e Abt.
A liderança era bem disputada. Rosenqvist segurava, mas Vergne chegava junto e ameaçava; na disputa do terceiro lugar, Bird passou por Nick Heidfeld com uma bela manobra. E, brigando pelo quinto posto, López insistiu até Dillmann errar. Não durou mais que três minutos até López pressionar Heidfeld, na volta 14 de 37.
Jean-Éric Vergne em Montreal (Foto: Michelin)
Nelsinho Piquet correu para anotar a volta mais rápida da prova na volta 16 e, dois giros depois, foi na primeira sequência de pilotos na pista. Buemi e o líder Rosenqvist foram junto. Di Grasi, por exemplo, decidiu ir na volta seguinte. Abt foi junto logo após de defender o companheiro de um ataque de Loïc Duval.
Di Grassi voltou atrás de Abt e logo à frente de Piquet, que atacou. Os dois quase se tocaram, mas a confusão durou apenas até, metros depois, Daniel abrir caminho para Lucas. Quando a janela de parada nos boxes fechou, na volta 21, Di Grassi era o nono e Buemi apenas o 18º. O título estava perto demais do piloto da Audi ABT.
Rosenqvist, à frente, ia abrindo 4s. Buemi demorou até o giro 23 para passar mais alguém, António Félix da Costa. Pouco depois, passou Piquet. Mas não era apenas o suíço que ultrapassava: Di Grassi e Abt deixaram D'Ambrosio para trás e seguiram no trabalho de defendido e defensor. Logo ambos se aproximaram das duas Venturi à frente.
Sébastien Buemi em Montreal (Foto: Michelin)
Buemi foi limpando: Evans, Frijns, Carroll e Duval foram ficando para trás. Em vão, porque Di Grassi não parecia saciado em apenas marcar o rival. Passou Dillmann e se arriscou quando atacou Engel. Os dois chegaram a se esbarrar, mas Engel patinou na saída de uma das curvas do circuito canadense e abriu o espaço.
Rosenqvist deixou de ser veloz. Vergne foi tirando pouco a pouco. Na virada das 30 voltas, enfim, buscou. Passou o rival e passou a abrir vantagem. Aliás, não só ele. López também não teve muito respeito por Bird, que vinha em terceiro, e ultrapassou na briga interna da DS Virgin.
Abt, mais rápido na corrida toda, enfim ganhou a chance e teve mérito de tomar o sexto lugar de Di Grassi. Estava ótimo para o #11.
Quando Duval encostou no muro e forçou a bandeira amarela na penúltima volta, nada mais mudaria. Vergne venceu, e Di Grassi cruzou, campeão mundial, no sétimo posto.
F-E, eP de Montreal 2, Classificação:
1 |
JEAN-ÉRIC VERGNE |
FRA |
TECHEETAH |
37 voltas |
|
2 |
FELIX ROSENQVIST |
SUE |
MAHINDRA |
+0.896 |
|
3 |
JOSÉ MARÍA LÓPEZ |
ARG |
VIRGIN DS |
+4.468 |
|
4 |
SAM BIRD |
ING |
VIRGIN DS |
+7.114 |
|
5 |
NICK HEIDFELD |
ALE |
MAHINDRA |
+21.933 |
|
6 |
DANIEL ABT |
ALE |
AUDI ABT |
+24.444 |
|
7 |
LUCAS DI GRASSI |
BRA |
AUDI ABT |
+24.855 |
|
8 |
STÉPHANE SARRAZIN |
FRA |
TECHEETAH |
+26.038 |
|
9 |
JÉRÔME D'AMBROSIO |
BEL |
DRAGON |
+28.282 |
|
10 |
TOM DILLMANN |
FRA |
VENTURI |
+28.591 |
|
11 |
SÉBASTIEN BUEMI |
SUI |
RENAULT |
+35.170 |
|
12 |
MITCH EVANS |
NZL |
JAGUAR |
+36.548 |
|
13 |
ROBIN FRIJNS |
HOL |
ANDRETTI |
+36.826 |
|
14 |
ADAM CARROLL |
IRN |
JAGUAR |
+36.972 |
|
15 |
ANTONIO FÉLIX DA COSTA |
POR |
ANDRETTI |
+39.720 |
|
16 |
NELSINHO PIQUET |
BRA |
NEXTEV |
+46.751 |
|
17 |
OLIVER TURVEY |
ING |
NEXTEV |
+49.116 |
|
18 |
MARO ENGEL |
ALE |
VENTURI |
+1:33.530 |
|
19 |
LOÏC DUVAL |
FRA |
DRAGON |
+2 voltas |
NC |
20 |
NICOLAS PROST |
FRA |
RENAULT |
+4 voltas |
NC |
CASO VÁ BEM EM TESTE, KUBICA DEVE VIRAR TITULAR DA RENAULT JÁ A PARTIR DO GP DA BÉLGICA"
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