Di Grassi é desclassificado e perde vitória em Berlim e liderança do campeonato. D’Ambrosio herda primeiro lugar

Lucas Di Grassi não é mais o vencedor do eP de Berlim deste sábado (23). Três horas depois de sua vitória na pista, o brasileiro acabou excluído do resultado, passando o primeiro lugar da corrida ao belga Jérôme D'Ambrosio. Ainda, Di Grassi perdeu a liderança do campeonato para o rival Nelsinho Piquet, que passou a ser o quarto

Pouco mais de três horas depois de ter cruzado a linha de chegada, parado na pista 100 metros depois com uma pane elétrica, ido ao pódio, ouvido o Hino Brasileiro, comemorado e estourado champanhe, Lucas Di Grassi foi desclassificado do eP de Berlim disputado neste sábado (23). De acordo com a F-E, a punição imposta a Di Grassi foi por modificações ilegais no carro da Audi ABT.

O anúncio foi dado inicialmente pelo Twitter oficial da categoria, sem mencionar detalhes da razão da exclusão do resultado. Em seguida, o motivo real vazou: mudança em desacordo com as regras nas aletas das asas frontais, em que foi colocada uma estrutura de metal para reforçá-las. A equipe de Di Grassi decidiu não entrar com uma apelação para revisão do resultado.

D'Ambrosio e Di Grassi deixam a moça toda molhada (Foto: AP)

Desta forma, tudo muda na classificação da prova e do campeonato. Jérôme D'Ambrosio, assim, herda a vitória da corrida disputada no aeroporto desativado de Tempelhof e consegue seu primeiro triunfo na F-E. Sébastien Buemi, da e.dams, subiu para a segunda posição e Loïc Duval, companheiro de D'Ambrosio, vai receber o troféu de terceiro posto.

E a classificação da F-E passa a ter um novo líder: Nelsinho Piquet, que passou a ser o quarto colocado da prova e chegou a 103 pontos, contra 101 de Buemi. Di Grassi fica com 93.

Brasileiro se revolta com exclusão

Pouco depois do anúncio da F-E, Di Grassi usou o Twitter para se manifestar. E foi duro nas palavras. O brasileiro disse que "estão tentando fazê-lo ganhar o campeonato no modo difícil", mas que vai "chutar o rabo de Piquet e Buemi na pista" para ser campeão da temporada.

Confira como foi a corrida da F-E em Berlim

No aeroporto cheio de um espaço incomum na F-E, as primeiras curvas contaram com alguma ação. Jarno Trulli segurou o ímpeto de Lucas Di Grassi na primeira tentativa, dando a impressão de que ia formar um trem. Só que na curva três, Trulli errou o contorno e perdeu a liderança para Di Grassi, claramente mais rápido.
Outro que atravessou foi Daniel Abt, esse rodou na curva dois e caiu para o fim da fila. Ainda deu sorte de ter saído ileso, já que quase todo mundo teve de desviar dele.
 
Lá pelo meio da fila, Nelsinho Piquet começava a recuperar posições. Com o FanBoost ainda há usar dusa vezes, o brasileiro largou bem e entrou no top-10.
 
Trulli, apesar de conseguir ser rápido em uma volta não era capaz de se manter entre os primeiros. Em oito voltas o italiano já estava fora da zona de pontuação. Um pouco mais estranho: o companheiro, Vitantonio Liuzzi, parecia lavar a alma. Após três corridas de total sofrimento, era quinto colocado.
 
D'Ambrosio não parecia muito intimidado que na sua frente tinha Sébastien Buemi. A perseguição tinha bons momentos, com o belga da Dragon chegando bem perto da traseira do suíço em vários momentos. 
 
Enquanto D'Ambrosio e Buemi promoviam uma briga pesada pelo segundo lugar, Di Grassi ia abrindo com vontade na frente. Na 15ª volta a diferença era de 12s126.
 
Quando chegou a 17ª, todos os pilotos na pista que ainda não tinham parado – apenas Trulli e Stéphane Sarrazin já tinham trocado de carros – precisavam ir aos boxes urgentemente à excessão de Piquet, sempre excepcional no gerenciamento da energia elétrica. Mas preocupado em controlar, Piquet foi passado de uma vez por Jean-Éric Vergne, Sam Bird e António Félix da Costa, que foram aos boxes.
 
O brasileiro da China ficou na pista e chegou a andar uma volta na ponta antes de parar. Quando voltou, no entanto, a estratégia não se mostrou muito efetiva. Voltou na oitava posição, atrás de Félix da Costa. 
Buemi não teve um bom pit-stop. Voltou em quarto, atrás de D'Ambrosio e de Heidfeld, que logo passou. O suíço se adiantou, e Nick ficou com a pressão de Duval para ter de cuidar – com muitas dificuldades. 
 
Sem ter de se preocupar com gerenciar energia elétrica na segunda parte da corrida, logo Nelsinho acelerou bem e marcou a volta mais rápida da prova em 1min24s435.
 
As duas Amlin Aguri ganharam de presente uma punição por terem feito pit-stop abaixo do tempo mínimo. Péssimo gerenciamento num momento em que a equipe parece cada vez mais ganhar corpo. 
 
Mais na frente, Duval continuava a pressionar Heidfeld, até que na volta 25 conseguiu, enfim, passar o alemão. Melhor corrida do piloto Audi no WEC na temporada da F-E.
 
Piquet foi ao ataque. Pulou com FanBoost para passar inapelavelmente Sarrazin e logo chegar a Heidfeld. Não foi o alemão que conseguiu segurar, a as duas Venturi ficaram para trás a quatro voltas do fim da prova. 
Duas voltas para o fim, e Piquet tinha 0s8 de desvantagem para Duval.
 
Na 15ª colocação, Bruno Senna ainda recebeu um drive-through. Corrida terrível para Senna e para a Mahindra.
Piquet não atacou Duval como se esperava, resolveu manter a parcimônia para não arriscar os pontos. Para quem largou em 13º, até que não foi de todo ruim. 
 
E Di Grassi singrou a bandeirada tranquilamente, seguido por D'Ambrosio, Buemi, Duval, Piquet, Heidfeld, Sarrazin, Vergne, Bird e Liuzzi, marcando seu primeiro ponto na F-E, formaram o top-10. A melhor volta foi de Piquet.

No fim, um susto: o carro de Di Grassi teve uma pane elétrica 100 metros depois da bandeirada. "Foi inacreditável", disse o brasileiro, horas antes de ser excluído.

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