Inspirado na F1, DTM inicia nova temporada em Hockenheim com asa móvel e pneus macios

A seção Conta-giro desta terça-feira (30) aborda a temporada 2013 do DTM, que vai começar neste fim de semana, em Hockenheim, na Alemanha. Dentre as novidades estão a redução da programação de três para dois dias e a introdução da asa móvel e de pneus macios. Augusto Farfus Jr., da BMW, é o único brasileiro do grid

Como de costume, Hockenheim vai receber a abertura da temporada do DTM. É neste domingo (5) que o novo campeonato terá início e, além de reunir importantes marcas e pilotos de ponta, apresentará a todos as principais novidades que foram introduzidas na categoria: a asa móvel e os pneus macios, ideias tiradas do Mundial de F1.

A batalha pelo título, mais uma vez, ficará entre as três principais fabricantes de carros esportivos da Alemanha – Audi, BMW e Mercedes –, sendo que a BMW luta para defender a taça que conquistou em seu ano de reestreia na categoria, pelas mãos do canadense Bruno Spengler. E, julgando pelos resultados da pré-temporada, é justamente a marca de Munique que pinta como favorita em 2013.

Hockenheim receberá a abertura e o encerramento da temporada 2013 (Foto: DTM)

Contudo, a Audi, reestruturada, quer se recuperar do ano mediano que viveu em 2012 e, para isso, contratou o inglês Jamie Green, que disputou o título até a última etapa do último campeonato pela Mercedes. Essa, por sua vez, inicia a nova temporada tendo apenas Gary Paffett como candidato ao título, líder de um conjunto renovado e repleto de promessas que ainda precisam confirmar seu real potencial.

O único brasileiro será Augusto Farfus Jr., que defende a BMW. No ano passado, o piloto, natural de Curitiba (PR), cravou duas pole-positions e venceu pela primeira vez no DTM, em Valência, na Espanha. A expectativa para 2013 é ainda maior.

BMW: a campeã traz Glock da F1 e volta com mais carros para se manter no topo

2012 marcou o retorno da BMW ao DTM após duas décadas. Após mais de um ano de um intenso trabalho de desenvolvimento, a marca mostrou, desde o início, que poderia alçar voos altos: na segunda prova do ano, em Lausitz, Bruno Spengler venceu e Farfus foi ao pódio. Quando o calendário de dez corridas foi completado, a BMW havia conquistado cinco vitórias e os títulos de pilotos, equipes e montadoras.

Bruno Spengler venceu quatro corridas para conquistar o título de 2012 (Foto: DTM)

Em 2013, a BMW contará com um esquadrão ainda maior: a operação foi ampliada de seis para oito carros com a criação da equipe MTEK, que terá os pilotos Timo Glock e Marco Wittmann. Outra alteração envolveu os pilotos Joey Hand e Andy Priaulx, que trocaram de lugar e agora defendem as equipes RBM e RMG, respectivamente.

Para o representante brasileiro da BMW, esse aumento apenas aumentará as chances de sucesso do time. “A atenção que a BMW dá para as quatro equipes é exatamente a mesma que dava no ano passado para três, então acho que isso vai acabar nos ajudando e criando a possibilidade de ter mais carros da BMW brigando pela liderança no fim do ano”, declarou em entrevista exclusiva ao Grande Prêmio.

Farfus destacou que, embora, aparentemente, o carro seja igual ao do ano passado, ele foi bastante atualizado para continuar brigando pelas primeiras posições. “O pacote aerodinâmico é mais ou menos congelado. Existem algumas tolerâncias no regulamento onde as equipes trabalham, o que faz muita diferença”, afirmou o curitibano, novamente defendendo a equipe RBM.

Pilotos da BMW:
Schnitzer: Bruno Spengler (CAN) e Dirk Werner (ALE)
RBM: Augusto Farfus (BRA) e Joey Hand (EUA)
RGM: Martin Tomczyk (ALE) e Andy Priaulx (ING)
MTEK: Timo Glock (ALE) e Marco Wittmann (ALE)

Reestruturada, Audi se reforça com ex-Mercedes para voltar à briga pelo título

Passar mais um ano longe da disputa pelo título é algo que a Audi não quer nem imaginar. Por isso, a montadora de Ingolstad, campeã em 2011 com Martin Tomczyk (hoje da BMW), promoveu algumas mudanças. A primeira e mais impactante foi a contratação de Jamie Green. O acerto com o britânico acabou com um acordo de cavalheiros que existia entre Audi e Mercedes – uma não assediava pilotos da outra.

Jamie Green é o grande reforço da Audi para 2013 (Foto: Audi)

A segunda mudança foi no comando, com o antigo diretor de corridas Dieter Gass assumindo a chefia da operação do DTM. Ele vai responder diretamente ao diretor-esportivo, Dr. Wolfgang Ullrich, que continua sendo o manda-chuva, mas estará mais concentrado no Mundial de Endurance.

“A última temporada, com certeza, não foi o que esperávamos, mas esse é o motivo principal para forçarmos neste ano. Temos Jamie no time, ele vai nos tornar mais fortes. O próximo ano é um novo jogo e vamos brigar pelo campeonato. É o nosso objetivo”, falou Dr. Ullrich em entrevista ao GP.

Além dos campeões Mattias Ekström e Timo Scheider e de Green, outra esperança de vitória da Audi é o italiano Edoardo Mortara. Foram dele os dois triunfos da marca em 2012, nas provas da Áustria e da Holanda.

Pilotos da Audi:
Rosberg: Edoardo Mortara (ITA) e Filipe Albuquerque (POR)
Abt Sportsline: Mattias Ekström (SUE) e Jamie Green (ING)
Phoenix: Mike Rockenfeller (ALE) e Miguel Molina (ESP)
Abt: Timo Scheider (ALE) e Adrien Tambay (FRA)

Mercedes troca figurões por novatos e inicia ano correndo por fora

David Coulthard, Ralf Schumacher e Susie Wolff não farão parte do time da Mercedes na temporada 2013 do DTM. Os dois primeiros decidiram se aposentar. Susie saiu do campeonato alemão para focar no trabalho como pilota de desenvolvimento da Williams. Além do trio, a montadora de Stuttgart também perdeu Green para a Audi. E não para por aí: ainda ocorreu a saída de Norbert Haug, que assumiu a culpa pelo fracasso do retorno à F1 e foi substituído por Toto Wolff.

Gary Paffett terá, mais uma vez, de liderar o esquadrão da Mercedes (Foto: DTM)

Em meio a tudo isso, a Mercedes reduziu sua operação de oito para seis carros e montou um time bastante jovem para este ano: o único ‘velho’ é Gary Paffett. Os outros cinco pilotos são promessas que ainda precisam confirmar seu potencial na categoria: Christian Vietoris, Robert Wickens, Roberto Merhi, Daniel Juncadella e Pascal Wehrlein (os dois últimos são estreantes).

A não ser que tenha melhorado significativamente seu carro, o ano de 2013 não deve ser dos melhores para a Mercedes, que acabou 2012 como a grande derrotada: perdeu os títulos de pilotos, equipes e marcas na última etapa, em Hockenheim, e precisou mudar meio time na pós-temporada.

Pilotos da Mercedes AMG:
HWA: Gary Paffett (ING) e Roberto Merhi (ESP); Christian Vietoris (ALE) e Robert Wickens (CAN);
Mücke: Daniel Juncadella (ESP) e Pascal Wehrlein (ALE)

As novas regras

Pensando em reduzir os gastos, assim como praticamente todas as categorias do planeta, o DTM terá menos atividades de pista em 2013. O treino livre que era realizado às sextas-feiras foi extinto. Com isso, pilotos e equipes terão apenas uma sessão de 90 minutos antes da tomada de tempos para trabalhar no acerto dos carros – chegar já com um setup preparado será fundamental.

Outra diferença para o que acontecia até o ano passado é que não haverá mais o warm-up nas manhãs de domingo e, após a classificação, os bólidos ficarão em regime de Parque Fechado – nenhuma modificação poderá ser feita. Ainda sobre a programação, o horário das largadas foi antecipado em meia hora (para as 8h30 de Brasília) para evitar o choque com as etapas europeias da MotoGP.

Asa móvel foi testada e aprovada durante a pré-temporada (Foto: DTM)

O DTM também se preocupou em tornar a dinâmica das corridas mais empolgante para o público. Para isso, tirou da F1 duas ideias fazer efeito: terá o DRS (sistema de redução do arrasto) para aumentar as ultrapassagens e pediu para a fornecedora sul-coreana Hankook fabricar um composto de pneu mais macio, que deverá ser usado em algum momento das provas.

“Todo mundo tem pouca experiência com esses pneus supermacios, pois a Hankook liberou somente quatro jogos de pneus por piloto na pré-temporada, para limitar a experiência e a quilometragem com esses pneus para ser um grande ponto de interrogação em Hockenheim”, comentou Farfus. “Já o DRS vai adicionar aquela emoção que tem na F1 hoje, com muito mais ultrapassagens, muito mais ação”, completou o piloto.

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